Parte 6

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Naruto esfregou os olhos e sentou devagar na cadeira acolchoada de praia onde lhe puseram, analisou o ambiente e reconheceu o convés do iate do seu pai.

Observou seu corpo.

Está coberto por uma túnica branca com azul e sem calças. Afastou o tecido e viu por baixo a roupa de banho. O que diabos...? Levantou e sentiu as pernas dormentes. Ficou deitado tempo demais, disse a si mesmo enquanto as alongava para andar.

Sara está brincando na pequena piscina do iate com diversos brinquedos. Ela tem 14 anos, mas se comporta como se tivesse 8 ou 10 ainda, o que não é um problema para Naruto. Não tem pressa para ela crescer. As babás brincam com elas. Onde está Sasuke? Conforme andava pelo navio o procurando, notava olhares desconcertantes na tripulação.

É como se estivesse andando nu.

Deu de ombros e foi para a polpa. Achou seu marido pescando lá e só nesse momento, entendeu que estão dando uma volta pela baía de La Plata. Mas como diabos eles foram parar lá?

-Sasuke. - chamou. O alfa o fitou. Os dois marinheiros que assistiam, ao perceberem a aproximação do ômega, foram imediatamente para dentro. Uma reação estranha. Sasuke, sentado para fora do barco, virou-se. - O que foi que aconteceu? Por que viemos para cá?

Ele tirou os óculos escuros e fez uma expressão que Naruto bem conhece.

-Para relaxar. É, eu estava estressado demais. Você é perfeito, amor. - foi sentar no colo dele. - Eu tive um sonho estranho, sabia?

O alfa prendeu a vara de pescar no suporte, abraçou Naruto para mantê-lo seguro e pendeu o rosto de lado.

-Sonhei com a gente fodendo feito dois bichos. Bizarro, né? - ele assentiu. - A diretoria entrou em contato contigo hoje? Eu me estressei tanto que quebrei meu computador.

Negou. Levou-o para dentro do barco e buscou um copo de suco de laranja bem gelado, dois biscoitos e o jornal do dia. Naruto agradeceu sorrindo. Sentados juntos, bem aconchegados, sendo vigiados por uma tripulação emocionada e curiosa, Naruto leu que seus primos, Nagato e Yahiko, estavam em coma no hospital. Quase cuspiu o suco.

-O quê? - a notícia dizia que sofreram um grave acidente. Estavam acompanhados de prostitutas, que escaparam com ferimentos graves, e do pai de ambos. Que morreu. - Mas que porra foi essa?

Logo abaixo vinha uma suposta fala sua descrevendo o quanto estava abalado com aquele acidente, que não sabia nem o que pensar, mas sentia-se feliz por ter o conforto do seu marido e da sua enteada para ajudá-lo nessa hora complicada e, por isso, pedia respeito ao seu momento de isolamento para o luto.

-Quando foi que eu disse isso? - Sasuke afagava os fios loiros. - Foi você que escreveu essa declaração em meu nome? - ele assentiu. Naruto suspirou aliviado. - Ai, amor, não sei o que seria de mim sem você. Te amo.

Depois da sua, vinham declarações das suas irmãs sobre o ocorrido e todas pediam por respeito ao luto e à privacidade.

E logo vinham a descrição do acidente e de como aconteciam as investigações.

-Que horror. - fechou o jornal. - Mal falei com esse povo ontem e hoje... - viu a data de relance. Olhou-a de novo. - Calma. Meu celular, amor. - Sasuke o tirou do bolso e deu a ele. A data está certa.

Naruto apagou por um dia inteiro.

A reunião foi anteontem.

Está chocado.

-Que porra foi essa...? - sussurrou incrédulo ao sair do colo para andar enquanto pensa. Esfregou os cabelos. - O que era que tinha na sopa? - Sasuke sorriu de lado.

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