One Night

Chapter 1

𝒪𝑛𝑒 𝒩𝑖𝑔ℎ𝑡

Os escritórios da Runway Magazine estavam em um ritmo frenéticos nas últimas semanas. A edição antes da Ação de graças, estava gerando uma expectativa corrosiva na editora chefe. Por sua determinação as equipes estavam engajadas para uma edição dupla especial de fim de ano. Era o aniversário de meio século da Elias Clark e as homenagens precisariam ser prestadas devidamente. Todas as publicações do conglomerado honrariam a história extensa dos corredores sagrados editoriais enaltecendo os últimos cinquenta anos, sob o comando de Miranda Priestly. Era evidente que eles incumbiriam Miranda para orquestrar a última obra de arte do ano.

E após horas e horas consecutivas, Miranda consagrou o fim de todas as edições da maquete e guiou o processo da impressão faltavam exatos vinte e oito minutos para as onze da noite de uma sexta feira sombria. Todos estavam exaustos, frenéticos e entusiasmados com a concretização das últimas trinta e seis horas quase ininterruptas que a dama de ferro havia estabelecido. Cada um em sua função se desdobrou para cumprir o que estava sendo proposto: a excelência da publicação comemorativa.

Quando Miranda murmurou o seu lendário "Isso é tudo", as pessoas se abraçaram festejando. A editora ainda estava a caminho da sua sala quando ouviu os gritos eufóricos dos seus funcionários festejando.

Era compreensivo. Ela sequer se incomodou com tal comoção. Ela mesma estava satisfeita com o resultado e seus funcionários mereciam a comemoração. Mesmo com diversos contratempos, Miranda conseguiu contornar os obstáculos com um orçamento apertado e filmagens arruinadas, e conseguiu publicar o conteúdo perfeito.

Ela aproveitou o momentâneo silencio e recostou-se na sua cadeira confortável. De costas para o corredor vazio, Miranda olhou pela janela panorâmica.

O fim daquele ciclo de publicações coincidia, ou não, com suas férias pessoais com suas filhas. Elas aproveitariam a estação de esqui nos Alpes suíços em alguns dias. As passagens estavam compradas, o chalé reservado e a promessa de descanso completo, estabelecida com as meninas. E Miranda jamais quebrava suas promessas com as pequenas.

Ela respirou fundo e alongou seu pescoço enquanto continuava observando a movimentação novaiorquina lá fora. Há semanas ela estava inquieta. Há meses ela não transava. Sua condição física a deixava vulnerável nesse quesito biológico. Para ela, ter um órgão masculino, a deixava de fato com um terrível incômodo ficar por um logo período sem sexo. Quando perdeu sua primeira esposa, a outra mãe das gêmeas, num terrível acidente de carro, Miranda havia prometido se dedicar aos bebês. Caroline e Cassidy tinham apenas dois anos quando tal acidente aconteceu. Foi um período muito difícil para as três e ela não tinha qualquer capacidade de pensar em outra coisa naquela ocasião senão nas duas filhas. Porém com o tempo passando, e tudo se amortecendo, seus dias solitários começaram a pesar.

Seu celular tremulou em seu bolso e ela o verificou rapidamente. Era o informativo da babá. A última verificação havia sido há três horas. Era o máximo de tempo que ela conseguia ficar sem notícias das meninas. Ela e as ruivinhas trocaram beijos e boa noite via teleconferência. Caroline lhe mostrou um cachorro azul e Cassidy uma girafa cor de rosa, que elas haviam desenhado especialmente para Miranda. Ela as deixou saber o quanto ela as amava e quanto tinha orgulho daqueles rascunhos semi abstratos perfeitos. Na mensagem a babá informava que suas filhas já estavam em algumas horas de sono, e que ela já havia tomado o seu posto no lugar da babá diurna.

Todos os seus esforços profissionais tinham seu total foco, mas suas forças e suas prioridades eram as duas ruivinhas travessas que ela amava acima de tudo e que estavam em segurança em casa.