Feitos Um Pro Outro

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O rosto de Jungkook ficou mais quente, como quando bebia cerveja demais, e ele apertou os lábios, abrindo e fechando a boca sem conseguir dizer nada.

_Mas... -quando ele enfim falou, foi com cuidado- Você já estava na Magic Shop quando eu comecei.

Jimin revirou os olhos.

_Eu perdi uma aposta para Jisoo, minha amiga. Ela me fornecia sangue e eu cuidava de suas necessidades. Vampiros não podem quebrar apostas, e quando ela ganhou de mim no Mario Kart...

Isso está cada vez mais absurdo.

_...eu prometi que trabalharia por um ano no lugar que ela escolhesse.

_E ela escolheu a Magic Shop?

_Sim, ela escolheu a Magic Shop.

Jungkook franziu a testa.

_Mas se você tem cento e tantos anos, não precisa ser um assessor. Você poderia liderar o departamento financeiro na Magic Shop, caramba, na verdade você poderia ser CEO no meu lugar

Jimin apertou as mãos impaciente, e largou o laptop, virando-se de frente para Jungkook.

_Kookie, sabe por que eu ainda sou seu assessor? Sabe por que eu não estou fazendo certificação coisa nenhuma pra ser diretor da filial no Japão? -a cada palavra, ele avançava para cima de Jungkook, estreitando o espaço do sofá entre os dois.

O calor que emanava do corpo de Jimin não era condizente com um vampiro, e também não era o efeito que a proximidade provocava em Jungkook, ainda mais com tão pouco tecido entre os dois. Ele se ancorou no oceano que vivia nos olhos de Jimin, mas foi um erro, eram piscinas de areia movediça, mais sedutoras que qualquer movimento que ele estivesse fazendo.

O olhar de Jimin era faminto, e pela primeira
vez desde a confissão Jungkook sentiu um calafrio de medo. Mas o medo não era do aspecto sobrenatural de Jimin, de sua identidade como criatura da noite. Jungkook nem ao menos pensava na imagem austera e fria de Drácula, de Nosferatu, de qualquer um dos vampiros da ficção. Não, seu medo era outro, ele se perguntou, perdido no olhar de Jimin, se havia alguma coisa que não faria quando o assessor Ihe encarava daquele jeito.

Jungkook faria qualquer coisa, preso sob aquele olhar.

Jimin estava tão perto agora que seus narizes poderiam se tocar, e apoiou a mão no peito nu de Jungkook. Seus dedos eram muito mais quentes do que o CEO podia imaginar, e ele ofegou baixinho sobre o toque possessivo do
outro.

_P-Por quê, Jimin?

_Porque eu quero estar perto de você, Jeon Jungkook. Porque o seu sangue tem cheiro de bondade e mel. Porque eu quero que você seja CEO, e quero te acompanhar enquanto você faz isso, e te assistir ganhando o mundo. Em cento e trinta anos de vida, eu não encontrei ninguém com o seu coração. Ele é raro, e quero que seja meu.

Não era um pedido, e Jungkook obedeceu. Ele desfez a pouca distância entre os dois e selou a boca de Jimin com um beijo.

Jimin não tinha gosto de romãs. Ele tinha um gosto metálico e exigente, e quando sua língua invadiu a boca de Jungkook o lobisomem se derreteu sob o toque úmido, como se seu corpo todo respondesse ao chamado do vampiro. Jungkook era abertamente pansexual, e tinha beijado algumas bocas ao longo de sua vida mas nada se comparava ao desejo insistente que se avolumava em seu corpo quando ele estava sob a posse de Jimin.

O vampiro deslizou a boca pelo rosto de Jungkook, descendo os beijos como nas fantasias do CEO, e quando seus lábios tocaram o pescoço exposto, Jungkook gemeu suavemente, desfazendo-se na singularidade daquele toque. Ele sabia que Jimin era um vampiro, e em qualquer outro momento oferecer seu pescoço a um bebedor de sangue não pareceria a atitude mais sensata, mas não havia espaço para sensatez no corpo dele. Só havia Jimin, e o desejo que pulsava em seu corpo.

_Eu não vou beber seu sangue... Mas vou arrancar outras coisas de você. -murmurou contra sua pele, como se fosse capaz de ler seus pensamentos.

Seus lábios traçaram promessas naquele espaço entre a orelha e a nuca de Jungkook. Arrepios percorreram seu corpo e acenderam cada um de seus nervos, e o lobisomem puxou Jimin pela nuca, agarrando os fios loiros entre os dedos.

Jimin pressionou seu corpo contra o de Jungkook, e ele sabia que seu desejo se fazia sentir em outros lugares. Ele deslizou as mãos pelo corpo de Jimin, abrindo seu colete e arrancando-o sem cerimônia, com a mesma facilidade que se desfez de sua camisa. Ele jogou o plastrão para o lado, revelando o pescoço e o peito nu de Jimin, e beijou seu peito com voracidade.

Cada pedaço do corpo do vampiro parecia feito para encaixar nos relevos de Jungkook. Ele estava acostumado a perder o controle do próprio corpo, mas como se fosse a antítese do chamado da lua, o desejo que ele sentia por Jimin acendia suas veias com prazer e vontade. Jungkook era submisso aos caprichos de seu corpo, mas, pela primeira vez na vida, isso não era algo ruim, na verdade, ele se entregava com prazer.

Ele encaixou o mamilo macio de Jimin nos lábios, lambendo e extraindo sons suaves da boca do vampiro, e pensou em como aquela música poderia embalá-lo para sempre. Ele percorreu os planos tenros da barriga de Jimin, sentindo o músculo tensionar por baixo de seus dedos, sentindo a curva da cintura encaixar em suas mãos.

_Você é delicioso, Jungkookie. -Jimin ofegou em seu ouvido, mordiscando a pele, e mais do que seu toque ou o raspar delicado dos dentes foram as palavras que amoleceram os joelhos de Jungkook e endureceram outras partes.

Ele queria agradar Jimin, queria se cobrir dos elogios até que a aprovação o incendiasse de dentro para fora.

Jungkook deslizou a mão para dentro da calça do vampiro, e sentiu a umidade quente contra seus dedos. Quando os mexeu, roçando nas partes sensíveis, Jimin gemeu contra seu pescoço, e o som foi o suficiente para fazer Jungkook grunhir de prazer.

Quando ele grunhiu, porém, sua garganta pegou fogo por conta dos rugidos da noite anterior e assim que a dor o desconcentrou, ele percebeu que estava esquecendo de uma coisa.

_Jiminie... -ele ofegou, empurrando o vampiro com delicadeza.

Jimin tinha o rosto corado e os olhos grandes, desfocados, como se sua mente estivesse em algum lugar muito além da realidade, mas Jungkook o puxou de volta para a superfície.

_Jiminie, eu... Eu sou um lobisomem.

Jimin riu novamente e dessa vez sua risada era rouca e sensual, uma mistura de animal com homem.

_Eu sei seu bobo. Quem você acha que passou a noite com você?

_???...

_Basta uma colher de prata pra te deixar mansinho, mansinho. -Jimin lambeu o lábio superior, e suas presas brancas e peroladas apareceram por trás de sua língua.

Jungkook quis beber o fluxo de palavras com um beijo, quis tomar a língua rosada para si, e se forçou a esfriar os pensamentos. Ele precisava ser sincero.

_Jimin, você não entende. Nas noites de lua cheia... Eu sou um monstro.

Jungkook não conseguia entender como Jimin não entendia aquela simples verdade, a verdade que os afastava de modo irreversível. Mas Jimin franziu o nariz, aproximando-se e deixando um beijo gentil, em sua testa dessa vez, mas ainda assim capaz de provocar arrepios no CEO.

_Eu também sou um monstro. É por isso que somos feitos um pro outro, Jungkook. Nossa humanidade nos aproximou, mas são os monstros que nos unem. Você é Jeon Jungkook, CEO da Magic Shop e lobisomem. Um coração de ouro e garras afiadas. Você não precisa escolher ser um, ou outro. Pra mim, você pode ser os dois.

Jungkook não disse nada. Só havia um jeito de responder àquele tipo de coisa, e não era com palavras e então, o CEO retomou a conversa silenciosa que os dois haviam começado.


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