Capítulo 03 - Estranhos no Escuro

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  Donna acabou desligando o celular, sua tia não parava de ligar e mandar mensagens a ameaçando. E sabe que em algum momento aquilo se tornará agressão física, assim que colocar os pés dentro de casa. E o problema é que precisava voltar, nem que seja para fazer as malas e ficar em um hotel até o final do ano, e ao que parece, todos eles estão lotados. Bendita seja os dias festivos.

  Estava tremendo de frio, fazia horas que estava na rua, e pelo horário, quase cinco da tarde, provavelmente sua tia saiu para buscar as filhas na aula de canto. O que Donna gosta de dizer que são duas gralhas no abatedouro, tem pena do professor que é obrigado a tentar ensiná-las.

  Chegou em casa, o silêncio indicava que não havia ninguém, então rapidamente correu para seu quarto. E deveria esperar o pior. Suas roupas estavam todas jogadas no chão, estragadas com cortes e furos. Tudo ali estava revirado, e claro que a grande vontade de chorar foi grande, mas a sensação de vingar-se é pior, estava tomando conta de seu peito. Respirou fundo e tocou no anel agora de volta em seu dedo.

— Você é melhor que ela, não se torne ela. – repetia para si.

   Suspirou pesado e abriu o armário, apalpou o fundo o retirando. Ali havia um pequeno baú, destrancou com a senha e pegou o bolo de dinheiro que guardou por todos esses anos enfiando na bolsa.

— Eu não preciso de você, Haewon, é você que precisa de mim. – disse a frase e se levantou.

   Pegou e guardou as roupas que ainda podiam ser usadas na mala de viagem, o notebook e foi embora. Se ficasse mais um minuto dentro daquela casa colocaria fogo em tudo sem pensar duas vezes.

   O relógio marcou 6 da tarde, e Donna continuava sua busca por um hotel, nem mesmo os mais baratos tinham vaga, isso a deixou ansiosa. Estava sentada em uma cafeteria, o chocolate quente ao lado do notebook enquanto analisava os sites hoteleiros. Sinceramente, nada a impedia de comprar uma passagem de última hora pra Itália, mesmo que fosse caro, ali pelo menos sabia que o melhor amigo de seu pai e também seu advogado a receberia de braços abertos.

— Justo no Natal. – bagunçou os cabeços. — Estou começando a desacreditar na magia. – bufou.

   Encarou o celular que carregava já esperando que fosse sua tia, mas o nome San surgiu na tela. Ela riu baixo e atendeu.

— Bem inconveniente você, não?

Boa noite coelhinha.

— Estamos íntimos dessa maneira?

E por que não? Já nos beijamos uma vez.

  Ela riu constrangida.

— Você é sempre emocionado assim?

Não, mas gosto de ficar provocando. Como está?

— Ilhada em uma cafeteria. – riu baixo. — Procurando um lugar para passar a noite e o Ano-Novo.

Está sem casa?

— Longa história, mas, basicamente é isso.

Seonghwa? – ela franziu o cenho com a voz distante dele e conversando com outra pessoa. — Liga pro Yeosang, pede pro pai dele um quarto de hotel.

— Ei, ei, espera...

Você fica quietinha aí.

  Donna encarou a tela do celular, aquele garoto era muito abusado.

— San!

Tá. Pronto, Yeosang disse pra esperar que logo ele liga para resolver isso.

— Você é doido? Por que está fazendo isso? Não sou nada pra você.

Under the Wrong Mistletoe (Choi San - ATEEZ)Onde histórias criam vida. Descubra agora