Não vamos nos precipitar

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Ao abrir os olhos Tzuyu se viu num quarto que não esperava ver naquela mansão, ele tinha seis beliches muito bem organizados com baús na frente de cada um e sobre o baú em frente a seu beliche havia uma muda de roupas e um bilhete.

Ao sentar-se na cama e se espreguiçar tentava lembrar uma vez desde o ocorrido em sua casa em que teve uma boa noite de sono, pesadelos a perseguiam sempre que fechava os olhos. Porém enquanto dormia sob as ordens de Mina parece que sua mente lhe deu paz pela primeira vez em um ano. Ainda assim acordou chorando pois sonhou com um dia de parque com sua família. Indo até as roupas pode ler o bilhete:

"Fique a vontade para tomar banho, se acordou cedo, estamos tomando café da manhã no jardim"

 P.J.

Assim que leu o bilhete ouviu passos vindo do corredor próximo a porta e correu para lá com as roupas em mãos, mas ao chegar lá não tinha ninguém. Também pode ver o quão grande aquela mansão era por dentro, ela podia contar pelo menos 5 portas para cada lado.

Sem saber para que lado estava o banheiro ou qualquer outro cômodo, decidiu ir para a esquerda.

Andando por um longuíssimo corredor Tzuyu se sentiu numa excursão escolar de tantas estátuas e quadros de diversos artistas, alguns da família de Jihyo. Encontrou algumas portas trancadas, o que já começou a deixá-la frustrada com a incapacidade de encontrar um banheiro. Depois da terceira porta começou a perder a paciência e sem querer destruiu a maçaneta e parte da porta fazendo um barulho muito alto, dando de cara com uma biblioteca que era imensa com um piano branco no centro. Nesse momento pode ouvir um gritinho e passos que agora pareciam vir de dentro da biblioteca.

— Tem alguém aí? — Perguntou Tzuyu. — Momo? Jeongyeon? Jihyo?

— Na verdade, é a Chaeyoung! — Disse Chaeyoung do lado da maior, a assustando.

Com o susto, Tzuyu por instinto empurrou a menor. E também, por instinto, Chaeyoung utilizou seu poder para afastar Tzuyu. A colisão das forças fez Chaeyoung, que era a mais leve, ser arremessada para longe. Mesmo desesperada, a coreana conseguiu amortecer sua queda empurrando o chão com sua telecinesia.

— Meu deus, você queria me matar? — Gritou Chaeyoung com os olhos arregalados. Seu coração batia acelerado, sabia que se a maior conseguisse encostar nela ia acabar como a mesa que ela pisou na noite anterior.

— Não! Você está bem? Eu te machuquei? — Disse Tzuyu desesperada correndo até a menor mas parando antes de encostá-la, por medo. Nesse instante, memórias de sua mãe deitada em sua frente vieram à sua mente.

— Não me machuquei, você não chegou a me encostar, eu te impedi. — Disse Chaeyoung orgulhosa de conseguir se defender com seu poder. Quando olhou para a maior pode ver que ela estava com os olhos lacrimejando. — É sério, eu estou bem, olha. — Mostrou os braços e mãos tatuados intactos. Chaeyoung vestia uma regata branca e um short jeans, bem diferente do casaco jeans, calça preta e boné da noite anterior. Agora Tzuyu podia ver melhor seu rosto e era muito bonito, principalmente seus olhos, que lembravam os de um gato.

— Eu já avisei para não chegar perto de mim, e você fez pior, me assustou! — Disse Tzuyu saindo do transe que teve ao reparar tantos detalhes na colega, limpando as lágrimas e respirando fundo tentando desacelerar seu coração e fazer suas mãos pararem de tremer.

— Desculpa, não era a intenção. Eu estava procurando um jeito de sair daqui sem que a Jeongyeon perceba e acabei encontrando você. — Disse Chaeyoung olhando para os lados à procura de uma janela.

— Você está tentando fugir? Nós estamos presas aqui? — Disse Tzuyu, aflita. Era o que faltava.

— Não sei vocês, mas eu meio que tô, quando fui presa aquela manipuladora barata deu um jeito de a Jeongyeon ficar com a minha guarda. — Chaeyoung possuía desprezo na voz. — Mas eu não fico nesse circo de horrores nem mais um...

Garotas ExtraordináriasOnde histórias criam vida. Descubra agora