59 | Por trás de tudo

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~ Alyssa Ross ~

~ Hamburgo, Alemanha

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~ Hamburgo, Alemanha

Bem a minha frente eu vi a pessoa por mais quem criei medo durante todos esses anos. Meu pai estava aqui.

Com meu corpo paralisado e minha mente em transe por vê-lo depois de todos esses tempo apenas minhas mãos tremiam.

— E como tem sido? - ele se aproximou mais ainda se sentando em uma cadeira em frente a mim. — Sabe, essa sua nova vida com muita grana deve ser tudo o que você e sua mãe sempre quiseram. - o mesmo sorriu.

Eu odiava aquele sorriso. Ainda me lembro do quão injusto ele foi comigo quando eu ainda era criança. Do quanto ele surtava pelas mínimas coisas. De todas as vezes que eu vi minha mãe chorar. Todas as lembranças frescas do meu pai vinham atropelando qualquer outra.

— Fiquei sabendo que quer fazer astronomia, não é? Essa é a minha garota. - ele riu.

Minha garota. Como ele ainda tem coragem de me chamar desse jeito depois de tudo o que fez? Eu nunca esqueceria do trauma que ele me causou. Nunca esqueceria da facada.

Naquele momento eu me vi da mesmo forma que me via antes. As lágrimas desceram pelo meu rosto me fazendo lembrar do quão fraca eu era. Apenas uma garotinha.

— Tudo bem se não quer falar, mas fico feliz que te ensinei uma coisa boa. Astronomia combina você. Acho que não fui um pai tão ruim assim quanto sua mãe pensa. - o mesmo se levantou da cadeira e se agachou na minha frente. — Gostou das cartas que te enviei? - ele sorriu colocando uma das mechas do meu cabelo para trás da orelha.

Engoli em seco com a pergunta. Esse tempo todo ele estava pro trás de tudo. Por trás das cartas.

— Era você... esse tempo todo, era você.

— Sabe, nunca tinha escrito pra você, mas depois de todos esses anos... eu senti que devia. - ele sorriu mais uma vez.

— Era pra você estar preso!

— Sim, eu estava. - ele se levantou. — Inclusive, fiz um bom amigo na cadeia. Acho que você deve conhecer o Rony, não é? Ele me ajudou com algumas coisinhas. Minha sentença foi diminuída e eu saí poucas semanas depois dele. Pensei que sua mãe te avisaria que eu estava solto.

— Minha mãe? - franzi a testa.

— É claro que ela ficaria sabendo. Nós conhecemos sua mãe, Alyssa. Ela é sempre neurótica com essas coisas. Uma pena não ter te avisado sobre seu próprio pai.

Minha mãe não havia me contado nada. Ela nunca tocou no assunto do meu pai. Descobri isso da pior maneira. Agora as coisas faziam sentido, esse tempo todo, era meu pai quem enviava as cartas. Ele me vigiou até chegarmos aqui. Ele é o culpado disso.

— Bom, e como tem sido o namoro? Quem diria que namoraria alguém como ele, hem filha. - ele riu. — Aquele garoto deve te fazer muito bem.

Me fazia, mas agora, eu e o Tom já não havia mais volta. E pensar que eu o comparei com o aquele que está a minha frente agora. Eu nunca me perdoaria por aquilo.

— Por que não para com as perguntas e me diz logo o que quer?!

— Ah, Alyssa... - ele respirou fundo. — Eu me lembro muito bem de quando você era pequena, sabia? Você sempre foi uma garotinha muito esperta, mesmo que me estressasse as vezes. Sua mãe te criou muito bem... mas... vocês duas já aproveitaram tempo demais juntas, não acha? Talvez ela não precise de você de volta...

O que ele queria dizer? O que tudo isso significava? O que eu fiz pra ele agir assim? Ele nunca foi uma pessoa simples de lidar. Eu nunca o entendi.

O vi tirar uma maço de cigarro do bolso e acender um. Ele levou o cigarro a boca e deu uma tragada soltando a fumaça logo em seguida. Como eu odiava aquilo.

Era o mesmo de sempre. Meu pai não havia mudado nem um pouco...

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Cap pequeno, mas já posto outro❤️

𝐒𝐇𝐀𝐓𝐓𝐄𝐑 𝐌𝐄 | 𝑇𝑜𝑚 𝐾𝑎𝑢𝑙𝑖𝑡𝑧 Onde histórias criam vida. Descubra agora