Fim de Festa

548 26 42
                                    

      Festas. Baladas. Música alta. Multidões. 4 coisas quais AlHaitham odeia imensamente, mas lá estava ele, pelos seus amigos, Cyno e Tighnari. O arrastaram para aquela bendita festa com pessoas bêbadas e música absurdamente alta, tentou ao máximo se divertir, nem que fosse só um pouco, mas foi impossível, completamente impossível.

      — Qual é, Haitham? Vamos lá, se anima, pelo menos um pouquinho! — O mais baixo com pele morena e cabelos platinados dizia, numa tentativa falha de fazer com que seu amigo se divertisse.

      —Eu tentei. — O musculoso falava em tom tedioso. - Esse lugar é agonizante. Quente, barulhento e cheio de pessoas.

      — AlHaitham, é uma festa. Festas são assim.

      — Exatamente. Eu odeio festas. Cyno dá um longo suspiro, já havia desistido de mudar a mente de AlHaitham.

      — Tá, tá. Mas não vai embora agora! Daqui a pouco acaba aqui, senta ali e vai beber alguma coisa. Ou arranjar alguém pra ficar.

      Como não tinha o que fazer, apenas seguiu o que o outro havia dito e foi para o bar pedir algumas bebidas, até a festa acabar. Viu Kaveh passar umas vezes, ele não parecia estar com uma cara muito boa. Percebeu que a multidão começou a se dissipar e imaginou que a festa estava chegando ao seu fim, logo foi atrás de Cyno, Tighnari e Kaveh para se despedir. Ao encontrá-los, se despediu apenas do feneco e do moreno, pois o loiro já não estava lá. Retirou-se do local e foi até seu carro, quando estava abrindo a porta ouviu um chamado de seu nome. Quando olha para a figura a sua frente vê seu amigo parado, vestindo uma calça jeans e o all-star vermelho que usa para ir a todo lugar, com uma tristeza no olhar, a mesma tristeza que sempre transparecia quando discutia com seu cônjuge.

      — ... Entra. O mais alto respondeu seco. Só ele sabe o quanto dói se entregar tão fácil e sempre ceder o banco de seu carro para o outro desabafar e chorar.

       — Meu namorado terminou comigo. Dessa vez foi pra valer, ele foi embora morar com os pais de novo até encontrar um lugar bom pra morar. - Dizia já com lágrimas rolando pelo seu rosto fino e delicado. AlHaitham apenas encaixava a chave na ignição do carro, sem proferir uma palavra sequer ao outro. — Ele disse que sou descontrolado e sensível demais, que se fosse pra namorar uma boneca de porcelana não teria procurado um ser humano. Porra, qual é o problema?! Todos vão embora assim, gritam que sou alguma merda e saem com raiva. Tento o meu máximo para ser o melhor namorado que eles possam ter e assim que sou recompensado, o que eu preciso fazer pra que alguém me ame de verdade e não me abandone só porque expresso meus sentimentos ou porque gosto de falar sobre coisas que gosto? O musculoso logo pega um lenço de dentro do porta malas e enxuga as lágrimas desesperadas de Kaveh, ignorando completamente todos os seus próprios problemas e focando somente em seu amado. Sabia que era somente um tapa buraco para quando os relacionamentos do loiro não dessem certo, a bebida mais barata, a única que o arquiteto poderia ter no momento. "Deus, como eu sou azarado." Era o que AlHaitham pensava, queria tanto ir para casa, mas não podia, pois estava cuidando do idiota que era obrigado a chamar de "amigo", já que não era próximo o suficiente para chamar de "amor".

      — Kaveh... já pensou em tentar dá um tempo em relacionamentos? Tipo, focar mais em si, no trabalho, na faculdade, passatempos e etcetera. Ou... parar de ir atrás de amor, esperar ele vir até você, ao invés de se jogar pra cima do primeiro cara que flerta com você, tentar conhecer mais sobre ele e ver se é o que você realmente quer.

      —Sabe... Haitham, acho que é uma boa eu investir menos no amor e mais em diversão mesmo... Respondeu em tom malicioso, colocando a mão na região femoral. Estava bêbado, era óbvio o que queria. “Não foi isso que eu quis dizer, porra. AlHaitham pensava enquanto soltava um suspiro cansado, se perguntava o que fez para ser só o amor de fim de festa de alguém com que ele amava tanto. Sempre assim, só serve para o fim da glória de Kaveh. Chama tanta atenção, mas aceita muito facilmente, fazendo com que um a um, vão todos embora.

      O maior empurrou seu banco para trás e puxou Kaveh pelo pescoço, colando seus lábios um no outro, fazendo um curto selinho se tornar um beijo de língua caloroso, colocou sua mão na cintura alheia, fazendo com que o menor tomasse inciativa de subir no colo do outro, rebolando em seu membro, com as mãos no peitoral forte de seu parceiro. Por acontecer com certa frequência, sabiam muito bem como aquela história acabava...

      AlHaitham não gostava nem um pouco de ser o amor de fim de festa de Kaveh, doía tanto saber que não era recíproco o que sentia pelo outro e que era apenas uma forma de suprir os sentimentos ruins de seu amigo, mas se entrega de fácil com medo de acabar estragando tudo e nem poder sequer ter a amizade dele, meu Deus, como era azarado...!

One Shots HaiKavehOnde histórias criam vida. Descubra agora