Um convite ao passado

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"Querida e amada, Jenna.
As coisas por aí devem estar caóticas e me sinto covarde nesse momento por não estar ao seu lado, mesmo sabendo de tudo que iria acontecer. Infelizmente eu não estarei em Londres nesse período mas um dia você vai saber e sei que vai entender. Você sempre fica sabendo das coisas e isso é um grande alívio para mim. Lamento que a última vez em que conversamos foi no seu aniversário de 11 anos, eu queria que tivéssemos mais oportunidades. Você se lembra daquele dia? Eu suplico todo dia que tenha se lembrado acordada ou em sonho, porque aquele dia foi muito especial para mim e para você, mesmo que não tenha se dado conta. Você tem ainda o vestido que eu lhe dei? Espero que sim, ele é um exemplar raro de um vestido élfico. Sou imensamente grata dele ter chego a mim pela Sedna. Já o livro de colorir foi eu que fiz, espero que também esteja com ele. Bom, eu decidi adiar o casamento para daqui dois anos, talvez tudo esteja em paz, não é mesmo? Mas voltando a memórias felizes, que tal relembrar a última vez que nos vimos? Talvez você encontre bem mais sinais do quê há nesta carta.
Te amo, Jenna. Você vai superar tudo. Nos vemos qualquer dia desses... talvez em sonho.
Da sua tia, Anastasia Brown. "

- Estranho. - Falou Sophia.

- O que?

- O que você precisa lembrar que ela não pode falar em carta? E porque não vir aqui te visitar?

- Eu não sei, é uma boa pergunta. - Falei pensativa. - Mas achei que ela fosse falar sobre minha mãe, talvez estivesse com ela, mas parece que não.

- Eu sinto muito.

- Não sinta, ela não vale a pena. Agora me diz, como é que eu tiro um pensamento para por na penseira?

- Bom, a gente aprende isso em Feitiços Avançados, no próximo ano letivo.

- Hum. - Bufei me sentando.

- Mas como sua amiga é maravilhosa, ela já estudou sobre isso, até porque pedi a Njal para comprar um livro sobre o assunto. - Orgulhou-se ela se sentando ao meu lado. - O liquido se chama Aguaminese e é criado com fluidos mentais e água, qualquer um pode ter acesso às memórias coletadas caso não haja uma proteção mágica protegendo o objeto, mas quando o tutor morre, o líquido volta a ser apenas água.

- Então ela está viva.

- Sim, ela está. - Confirmou a amiga fazendo carinho na minha mão.

- Eu não entendo porque se esconder, sumir e não falar pra onde vai.

- Talvez a resposta esteja ali. - Falou Sophia apontando para o frasco sobre a mesa.

- Me diz primeiro como retirar uma memória minha.

- Certo. Pegue a varinha.

Eu retirei a penseira cuidadosamente que estava ao meu lado e a coloquei na minha mesa de estudos a frente da janela, que estava aberta com uma cortina beje tampado a luz do sol.

- Então. - Prosseguiu a amiga após eu me sentar. - Aponte para sua cabeça a varinha, ao lado dos olhos e relembre a cena do passado, dês do começo, horários se possível, detalhes, sabores e diálogos.

- Difícil, mas vou tentar. - Falei me posicionando.

- Após fazer isso, murmure "Memoriiun" e gire lentamente a varinha em seu eixo no próprio punho e visualize novamente as cenas e puxe a varinha lentamente afastando-a da sua cabeça. - falou ela segurando meu pulso. - As vezes pode ser pesada ou dolorosa a lembrança.

- Como assim?

- Apenas faça, você vai entender.

Eu fiz , lembrei e murmurei o feitiço, girei a varinha e lentamente a afastei da minha cabeça sentindo um suave formigamento no local como se realmente um fio longo de cabelo estivesse saindo do centro da minha cabeça, mas não doeu, foi leve. Ao abrir os olhos, um fio prateado fino aquoso girava lentamente na ponta da varinha.

 ⭒๋࣭ 𓆗 O último Lado da Sonserina [7] 𓆗⭒๋࣭ Onde histórias criam vida. Descubra agora