Capítulo 14 - Epílogo

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  Minha cabeça dói muito, antes mesmo de eu tentar abrir meus olhos, mas quando eu tive essa infeliz escolha, a cada centímetro que minhas pálpebras abriam, mais parecia que minha cabeça estava prestes a rachar no meio. A luz forte também atrapalha essa minha missão, nada que eu vejo é nítido, apenas borrões, alguns ambulantes e outros estáticos, fecho os olhos novamente para tentar relaxar antes de fazer outra tentativa. 

  Sinto alguém coloca a mão sobre a minha, abro os olhos novamente, a visão ainda emboçada, mas muito menos que antes. Era uma mulher, parecia ser uma enfermeira, talvez? Ela sorriu tranquilizante. - olá querida, que bom que acordou, eu sou a Sophia Johnson e serei sua enfermeira. - ela parecendo sorrir em meio ao borrão. - como se sente? - ela pergunta e se vira para o que parece uma máquina. 

- com muita dor e minha visão está muito embaçada - minha voz soa rouca e trêmula, me deixando frustrada com o quão frágil eu estou agora. - você bateu a cabeça forte enquanto estava sendo atacada, era de se esperar por algo assim, logo deve voltar ao normal - ela tenta me tranquilizar. - estávamos preocupados, você ficou desacordada por dois dias, tanto pelos remédios quanto pelos ferimentos - Sophia pega delicadamente e põe um tipo de aparelho que o aperta.

- estou vendo sua pressão, ok? Vou fazer um checape rápido para garantir que você não teve nenhum dano grave a sua saúde. - Sophia abre delicadamente minha pálpebra e mira a luz de uma pequena lanterna em direção ao meu olho. - daqui a pouco os efeitos da morfina devem desaparecer do seu organismo, então provavelmente sentirá dor, se for muito intensa, nos avise para aplicar outra dose. - ela tira o aparelho do meu dedo e eu afirmo com a cabeça, ao pouco a visão se ajustando mais. - sua pressão está normal, me diga S/N, onde está sentindo dor? - eu olho para meu corpo e suspiro. 

- Em todo o corpo... - ela faz uma pequena anotação em uma prancheta. - mas onde a dor é mais forte? - eu me mexo desconfortável na cama, tentando achar uma boa posição. - na cabeça e por algum motivo, no meu braço direito  - murmuro me virando para vê ele, ele está enrolado em algumas faixas brancas, apesar de eu não me lembrar o por que dele estar assim.

- entendo, você se lembra do que aconteceu a dois dias? O que te trouxe ao hospital? - ela pergunta preocupada. Tento me lembrar, mas todas as memórias estão borradas, quase como se elas não existissem mais, quase. - não muito, eu só me lembro de um coelho... tipo... tipo uma fantasia... eu acho... - minhas palavras soam com dúvida junto. Sophia suspira como se tivesse pena. - querida... eu deixarei você descansar antes de falar mais sobre isso, para que você não entre em choque, tem gente querendo te ver... irei pedir para que entrem, dois de cada vez, ok? - eu balanço a cabeça, quem estaria querendo me ver?

 Suspiro de dor ao tentar me sentar na cama, mas descobri do pior jeito que eu quase não consigo mover o braço direito, muito menos colocar o peso do meu corpo nele. Solto um grito mudo ao pôr um pouco de peso no braço enfaixado, e nem percebo quando um par de mãos me ajuda a sentar, olho agradecida a pessoa e meus olhos arregalam, era Eva, minha irmã mais velha, ela tremia e tinha os olhos vermelhos, uma visão muito distorcida de sua persona famosa moldada pela mãe. - E-eva? - eu pergunto um pouco surpresa por ela estar aqui. As mãos dela tremem e ela parece ter receio de tocar mais em mim, como se isso fosse me fazer desaparecer em luzes douradas. Com cuidado ela passa os braços pelos meus ombros e me abraça. Abraço de volta com meu braço bom, estranhei ao vê o corpo dela chacoalhar, até perceber que ela estava chorando e soluçando. 

- e-eu achei que tinha perdido você - ela disse com a voz frágil em um tom miserável, me olhou chorando tanto, parecendo tão quebrada e me apertando mais em seus braços. - eu estou bem... - digo baixo e acaricio seus cabelos loiros iguais do pai, mas um pouco enrolados como os da mãe. - eu tô bem aqui... - tento soar doce para acalmá-la, apesar de o rosto sério dela me dizer que falhei. - você está bem aqui, No Hospital! com um braço enfaixado e sabe se lá o que mais poderia ter acontecido! - o tom dela é sério, mas ao mesmo tempo cheio de preocupação genuína, como se quisesse me botar dentro de um potinho e me proteger de todos os males do mundo.

Terror Na Freddy's FazbearOnde histórias criam vida. Descubra agora