01 | Um belo dia.

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Você já se perguntou o porquê de você necessitar da felicidade? Mas não é porque necessitamos que podemos ter e eu queria muito isso. Mas precisamos viver mesmo com poucos recursos, porque recursos custam muito caro, e o preço é sempre a vida.


[...]

09:25h do dia...

- Pra que se arrumar tanto Amara? Isso é só um passeio da escola. - Disse Amanda Lopez enquanto mordia seu pão e olhava sua filha com desprezo, sim... Essa é a mãe de Amara.

- Eu nem queria ir mas você praticamente me obriga a participar dessas merdas de escola. - A garota colocou sua mochila nas costas e parou antes de ir para olhar sua mãe.

- Tá esperando o que garota? Se manda daqui, o Carlos vai vim e eu preciso desse tempo livre! - Gritou a mulher que ainda olhava sua filha com desprezo e agora nojo. Ela tinha uma beck de maconha acendido em sua mão e na outra o pão. - Mas mãe, eu ainda tô com aquele pressentimento estranho que te falei ontem...- A garota segurava sua lágrimas enquanto apertava as alças da mochila.

- Idai? Quero fuder e isso é até bom! Tomara que você morra e suma logo daqui. - A mulher tinha uma voz calma, logo deu uma tragada no cigarro e soltou olhando pra sua filha. - Teu pai tá te esperando lá no carro porra. Já falei que o Carlos vai chegar e vocês estão me atrapalhando caralho! - A garota deu as gostas e saiu dali como se fosse acostumada a ouvir tanta merda da mãe.

[...]
Ja eram 09:55h e seu pai já a tinha deixado na escola para pegar o ônibus do passeio.
...
Era simples para alguém que não tinha amigos, você só entra na porcaria do ônibus e coloca uma música no fone, de preferência Billie Eilish no último volume e finge dormir para ninguém tentar amigar com você. Era isso que Amara sempre fazia, e ela fez.

Depois de alguns minutos todos já tinham chegado, ela desligou a música e pôs o celular junto ao fone na bolsa, depois saiu do ônibus torcendo para aquilo ser rápido e não ter tanta interação. A garota até que ficou admirada com o banco, era simples mas ela gostava daquele tipo de arquitetura.

- Atenção alunos, fiquem em grupo e não falem com estranhos! - A professora gritava mas só quem estava escutando era Amara e uns nerds, o resto já tinham ido transar no banheiro, fazer bullying, tirar fotos, gravar vídeos, enfim... Adolescentes do ensino médio.

- Ok, podem ir também... - A professora Mercedes mordeu seus lábios com o constrangimento estampado na cara, Amara estava ocupada demais em seus pensamentos para rir daquilo como os outros. Ela foi em direção ao banheiro ofegante, ficar perto de multidão não era legal pra quem sofre de ansiedade.

Ela entrou em uma cabine e se agachou no chão com as mãos apertando a mochila, ela puxava uma mas não conseguia respirar, novamente e ainda não conseguia, tudo estava começando a girar e ela só queria gritar uma coisa: PORRA ME DEIXA RESPIRAR.

- Me dá meu celular! - Uma voz feminina gritou, aquilo chamou a atenção de Amara e a distraiu de seu problema. - Por favor não envia isso, meus país não podem me ver nua! - A garota gritou novamente em desespero, Amará estava pensando em intervir mas no mesmo instante a porta da cabine foi aberta.

- Uma aqui. Se levanta e vem comigo caralho! - A mulher tinha um fuzil na mão então a garota não pensou em exitar e só se levantou e saiu da Cabine. - Rio, leva essa daqui. Eu ouvi mais alguém no outro sanitário! - Amara percebeu que novamente não conseguia respirar e nem teve tempo de tentar quando um cara que também estava com um fuzil a puxou pelo braço pelos corredores e escadas. Até que ela chegou na sala principal e estava quase todos ali, a garota sentiu seu pulmão apertar sem saber que merda estava acontecendo.

Refém do amor | BerlínOnde histórias criam vida. Descubra agora