Capítulo 09 | Meu Sangue Ferve Por você

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Amara Lopez;
A droga da minha vida parecia uma eterna canção melancólica, o fim do mundo. Eu era apenas uma garota totalmente e fudidamente interrompida.


1 ano antes...

- Amara? - Escuto aquela voz me puxar grosseiramente para a realidade. - Desculpa, doutora. - Esbocei um breve sorriso enfraquecido. - Tudo bem, Amara.

- Por que não me conta o que te trouxe aqui hoje? - O sorriso em seus lábios eram tão superficiais, qual o de alguém que nem queria estar ali. Bom, me sentia assim também, então não a julgo.

- Minha mãe me forçou a vir. - Eu girava o anel em meu dedo, aquilo meio que me acalmava. - Por quê ela queria que você viesse pra cá, mesmo que a força?

- Não sei, talvez ela ache que eu esteja triste porque vivo trancada no quarto. - Dei de ombros. - E você concorda com o que ela disse? - Ela me perguntou com aquele mesmo sorriso, só que mais doce e verdadeiro.

- Ela só não quer que isso seja problema dela, por isso eu tô aqui. - Eu fitava o chão para evitar seu contato visual. - Por que você fica triste e se tranca no quarto?

- Deus...- Ri abafado. - Eu não sei...- Olhei novamente para a mulher em minha frente.
- Eu só... - Interrompi minha frase e abaixei a cabeça novamente, tentando formular uma resposta em minha cabeça.

Mas ao invés disso, apenas deixei as lágrimas caírem de forma descontrolada, molhando minha calça jeans preferida.

- Tá tudo bem. - Ouvi ela dizer.- Pensar em certas situações podem trazer átona todos os sentimentos ruins vividos, então chorar também é uma forma de desabafar.
- Concluiu a mulher sentada em minha frente.

Eu enxuguei minhas lágrimas e levantei minha cabeça, olhando para ela.

- Eu odeio... - Interrompi minha fala e respirei profundamente antes de continuar.
- Odeia o que? - Seus olhos e seus lábios se mantinham sérios agora, parecia realmente querer saber o que eu queria contar.

- Eu odeio me sentir assim... Esse vazio, um vazio que parece rasgar o meu peito e invadir a minha alma. Eu odeio sentir que eu não sou nada além de um corpo quase oco e sem órgãos por dentro, preenchida pelo sentimento de vazio e mais nada. - Conclui minha frase, e continuei fitando aquele chão. Eu sentia seus olhos sobre mim, não queria ter que encara-lós.

Agora...

- Senhores assaltante! - Ouvi Jéssica, minha colega de classe chamar pelos assaltantes presentes, que voltaram sua atenção para a mesma.

- Tá querendo o que, hein? Pirralha. - Nairóbi questionou a mesma, e no mesmo instante vi Jéssica ficar de pé. - Eu e os meus amigos reféns não queremos a traidora sentada aqui com nós. - Vi seu olhar presunçoso para mim, que estava sentada não muito longe dela.

- Como é? - Me levantei bravamente e a encarei. - É isso aí que você ouviu, não gostou não? - Ela inclinou sua cabeça, esboçando aquele típico sorriso maldoso dela. Não acredito que aquela garota tava encrencando comigo em pleno um assalto.

Quer dizer, não que eu não estava merecendo... Eu merecia até mais.

- Claro que eu não gostei, Jéssica. Você se referiu a mim como uma traidora e acha que eu iria ficar contente em ouvir isso? - Antes que a mesma pudesse me dizer algo, todos os reféns começaram a me vaiar, gritando "traidora"

Todas as vozes cessaram quando alguém atirou várias vezes para o alto, foi quando o silêncio absoluto se instalou naquela sala enorme.

- Irritantes do caralho. - Berlim resmungou, antes de caminhar até mim e me puxar pela mão grosseiramente.

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⏰ Última atualização: Oct 31 ⏰

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