Capítulo 03 | Puxando e soltando.

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Você já sentiu que a reserva de ar do seu pulmão tinha acabado e parecia que você ia morrer, porque você puxava o ar e não conseguia respirar? É, isso é uma:

M

E

R

D

A.

- Bem vindos ao caos da Amara...


[

...]

Três dias após o assalto, Amara estava ficando maluca naquele lugar e nada parecia tão irreal como agora.
[18:27h da noite]

A garota cutucou as costas do homem a sua frente e o fez olhar para trás. — Você fuma? — Perguntou a garota com um sorrisinho provocativo e irônico para Arturo. O homem parecia ter ficado sem palavras, então se virou novamente para a frente.

— Sabe quem eu pegava dos bandidos? — Ela deu um sorriso de canto e aproximou sua boca perto do ouvido do homem. — Eu pegava o Berlim ou o Denver, os dois são uns baita de uns gostosos. — Ela disse caindo em gargalhada. As bochechas de Arturo tinham ficado quase semelhante ao vermelho.

Arturo tentava olhar para a garota que ainda matinha os lábios em seu ouvido. — O Denvere e o Berlim nunca ficariam com alguém tão imatura quanto você, sua piranha. E outra, lá fora os tiras iriam te considerar parte da gangue e iriam te fuzilar igual vão fazer com seus gostosos. — A voz do homem estava firme mas ao mesmo tempo trêmula. Amara se afastou dele e tirou o sorriso de seu rosto.

— Aí meu Deus! — A garota se levantou rapidamente e cruzou seus braços em forma de encolhimento. Todos a olharam curiosos. Berlím que estava ali junto com Rio, rapidamente correu em direção de Amara. — O que está acontecendo aqui? — O homem lançou um olhar furioso quando viu Arturo ali e imaginou do que se tratava.

— O Arturo tentou me apalpar novamente, eu não quero ficar perto desse Jack senhor... — Ela abaixou a cabeça e respirou fundo, seus olhos estavam molhados. — Rio, leva a garota pra outra sala junto com as outras garotas. — Quando Berlín deu a ordem, o garoto fofo mas rude não hesitou e puxou de forma gentil o braço de Amara e a levou até uma sala.

Ela se sentou perto de algumas garotas que estavam totalmente eufóricas, tristes, ansiosas....
E sentando observando todas elas, estava o Helsinki, chamavam ele assim. Ele parecia rude mas poderia ser fofo, quem sabe.

Depois de alguns minutos Berlín entrou na sala olhando para todas as garotas e seus olhos pararam em Amara, ela parecia calma por fora mas era puro oceano em uma tempestade por dentro, ou pior.

— O Arturo nunca mais vai te incomodar. — Disse o homem que chamou a atenção da garota que nem tinha percebido sua entrada. — Espero que sim. — Ela deu um sorriso que logo desapareceu quando viu os machucados nos ossos da mão de Berlin.

— Que foi? — O homem perguntou sério mas logo soltou uma risada. Amara abaixou a cabeça e olhou fixamente para suas unhas pintadas de vermelho e as cutículas mordidas.

— Bem, vocês garotas devem estar assustadas. Não é sempre que se presencia um assalto. Principalmente uns malucos com máscaras de de um pintor! — O homem caminhou até uma mulher que estava quase fazendo sua própria piscina naquela sala.

Ele pegou em seu rosto e a fez olhar para ele. — Qual seu nome querida? — A mulher respirou fundo e desviou o olhar. — Adri... Adriana Casca...Adriana Cascales! - Ela disse e logo Berlim deu um sorriso e soltou o seu rosto. - Adriana Cascales, nome bonito! - O homem disse na maior risada fazendo a mulher entrar mais em pânico do que já estava.

— Eu posso ir ao banheiro? — Amara se levantou e parou de frente para Berlin, o homem a olhou de cima a baixo e concordou com a cabeça. — Levo você queridinha. — Ele cruzou o braço deles dois, como se fossem amiguinhas e a levou para o banheiro.
Logo a soltou e não tirou os olhos dela até a mesma entrar na cabine.

Amara respirou fundo e abaixou suas roupas, ela fez força pra sair algum xixi e felizmente saiu o bastante pra ser convincente. — Droga. — Ela suspirou e logo se enxugou com o papel, então a mesma levantou a roupa e saiu da cabine. Ela estava tendo uma de suas crises e isso não era nada bom.

A garota foi até a pia sentindo os olhos do bandido sobre ela, a garota ligou a torneira e esfregou o sabão em suas mãos. Ela esfregava com força enquanto tentava puxar o ar mas não ia, aquilo a deixava desesperada, porque ela precisava que viesse.

— Tá bom, já chega! — O homem desligou a torneira e a puxou. A visão de Amara estava ficando turba e ela não sabia se ia morrer ou só era uma crise. — Eu não tô me sentindo bem! — Ela disse o mais alto que pudesse mas Berlin não parou e a continuou puxando.

— Eu sei que truque é esse, não nasci ontem. — Ele disse. Logo Amara apertou o braço do mesmo enquanto tentava puxar o ar. Berlín parou e olhou para a garota, os olhos dela estavam totalmente desnorteados. Ele pegou no rosto dela e a olhou com preocupação.
— Ei, o que tá sentindo? — Perguntou ele mas a garota acabou desmaiando em seus braços.

[...]

Depois de alguns minutos Amara abriu seus olhos e percebeu que estava deitada em um sofá vermelho, Berlín foi rapidamente até a garota quando percebeu que ela acordou.

— Oi, você desmaiou e eu te trouxe aqui. Tá se sentindo melhor? — A garota balançou a cabeça em sinal de sim e logo se sentou. Ela estava bem mas tudo ainda parecia irreal. Ela sabia que tinha que sair dali. — Você não parece bem. — O homem se levantou e a analisou com os olhos.

— Vou buscar alguma coisa pra você comer lá em baixo. Você não come nada, deve ter sido por isso que acabou desmaiando. — A garota só ficou encarando ele sem nem saber o que falar.

— Amara, vou rapidinho. Promete ficar aqui dentro quietinha até que eu volte? — A garota balançou a cabeça, Berlin a olhou por alguns segundos pra te certeza e logo após saiu pela porta.

A garota começou a analisar tudo em sua volta, era o melhor que ela poderia fazer para se distrair.

Ela viu uns quadros, canetas, papéis e logo seus olhos pararam em uma prateleira que ficava no alto. Ela se aproximou e puxou uma cadeira, em seguida subiu em cima da mesma e começou a fuçar as coisas dali. Pra surpresa dela, Amara acabou encontrando um remédio.

Ela pegou o remédio na mão para vê-lo melhor. —  Ibuprofeno? — A garota leu os ricos do remédio que dizia "podendo até causar uma parada cardíaca se tomado nas quantidades erradas." — Ela sabia que poderia se dar um fim ali mesmo se tomasse aquele remédio em excesso, e era isso que Amara estava disposta a fazer.

Amara não era alguém especial mas...
Billie, Amara também queria saber pra que foi feita.
O mundo a rejeita ou ela rejeita o mundo? Talvez ela só não quisesse ser mais um fardo, vazio e pesado.






Notas: ⚠️ Essa fanfic não concorda com suicídio, e não faz nenhuma apologia a ele. São problemas reais. Então se você precisa de ajuda, por favor, converse comigo no meu Instagram. Ou se preferir, converse com um amigo ou adulto de sua confiança.
Atenciosamente, Ava.
...
"Seu animal de estimação nunca entenderia o porquê de você nunca voltar pra casa".

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