Capítulo 04 | Amara... Que droga Amara.

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Anos antes...

— Nossa filha, que blusa esquisita. Vai pra onde assim? — A mulher perguntou enquanto colocava um biscoito na boca e mastigava. Amara deu um sorriso fraco para a mesma. — Vou sair com a Luana e o namorado dela. — A garota abaixou a cabeça e encarou seus pés que calçava um all star preto.

— E essa boca? Você é exagerada demais em tudo! — A mulher se levantou e foi até a garota, ela pegou um pano e limpou o batom roxo de Amara. — Virou emo agora foi? Daqui a pouco vai tá roubando com esses seus amigos bandidos, não duvido nada! — Ela se afastou e se sentou novamente.

— Tá bom mãe, eles estão me esperando lá fora. — Ela se virou ansiosa para sair logo dali. — Espera aí! — A mulher gritou fazendo Amara olhar assustada para ela.

— Olha a grossura desse braço garota, tá enorme! Vai sair com esses braços de fora? Deveria cobrir eles se não quiser passar vergonha. — A mulher deu um riso e logo tomou o um gole de café da sua xícara. — Eu hein, tava magrinha e agora tá engordando de repente. Deus me free! — Amara respirou profundamente e logo saiu dali com as mãos nos braços cobrindo os braços.

[...]

Agora.
...
A garota respirou fundo enquanto pensava se deveria ou não ter um fim em um assalto, ela só sabia que tudo precisava parar.

— Tá fazendo o que? — Uma voz masculina soou pela sala fazendo Amara se assustar e desequilibrar, ela caiu no chão e logo pôde ver quem estava ali. O homem se aproximou dela e pegou o remédio que ela estava segurando e o analisou. —  Pra que você precisa de ibuprofeno? — Berlín perguntou com um olhar de desconfiança para Amara.

Ela se levantou rapidamente e limpou a poeira que ficou na roupa vermelha.

— Eu só tava com tédio e resolvi curiar as coisas aqui, desculpa Berlin. — Ela coçou a cabeça e desviou seu olhar. — Berlim deu um riso pelo nariz e colocou o remédio na mesa.

Em seguida o mesmo se sentou no sofá enquanto encarava Amara, a garota logo entendeu e se sentou um pouco longe dele.

— Eu consegui uma marmita. — Ele estendeu a mão com a comida que tinha uma colher junto, Amara deu um sorriso e logo a pegou. Mas percebeu um sorriso meio estranho do homem. Ela deixou pra lá e resolveu comer o que ele tinha trazido. — Sabe Amara... — Ela olhou para ele confusa.

— Teria sido convincente sua história se há alguns dias atrás você não estivesse me implorando pra meter uma bala na sua cabeça. — Quando ela ouviu aquilo quase se entalou com comida, Berlin bateu em suas costas e logo Amara se acalmou.

— Eu não te julgo, esse mundo é uma merda mesmo. Mas têm muitas coisas que fazem ele valer a pena. — O homem disse enquanto tinha seu olhar na janela tampada por uma cortina branca.

Ela olhou pra ele tentando analisar aquele olhar pensativo que tinha em seus olhos. — Tipo o que? — Berlim deu um risinhho e direcionou seu olhar pra ela. — Amor, sexo, bebidas, viajar, roubar... —  Ela percebia o brilho que tinha nos olhos dele enquanto falava tudo aquilo.

Berlim era fechado, mas não só porque fazia parte de sua personalidade, mas porque alguém fez ele se sentir assim. E isso fez com que ele ressalta-se esse ponto para afastar quem fosse. Ele parecia um apaixonado que gostava de se aventurar na vida, principalmente com o amor.

— Nossa, que merda. - Ela disse desviando o olhar. Segundos depois ouviu uma gargalhada do homem.
— E o que faria esse mundo valer a pena pra você, Amara? — Ele analisava cada detalhe sobre ela. — Sei lá. — Disse ela e logo após colocou uma colher de comida na boca. O homem respirou fundo e se aproximou mais dela.

Refém do amor | BerlínOnde histórias criam vida. Descubra agora