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Memória olfativa é como uma máquina do tempo para as nossas lembranças

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Memória olfativa é como uma máquina do tempo para as nossas lembranças.

Especialistas afirmam que esse tipo de memória pode ser mais forte que a visual e a auditiva. A ligação entre nosso cérebro e o nosso olfato gera recordações imediatas, sejam elas boas ou ruins.

Sempre que sinto o cheiro de lavanda, lembro das inúmeras vezes que minha mãe borrifava a essência no meu quarto, ela sempre dizia que me ajudaria a dormir melhor. O cheiro de chá de cidreira com biscoitos traz à tona as melhores recordações das férias de verão na casa da minha avó, assim como o cheiro de sândalo e camomila, me lembram o carro e o quarto do meu irmão.

Posso citar um trilhão de cheiros que me trazem memórias dos bons momentos, é como assistir às partes favoritas de um filme. No entanto, assim como em um filme, existem também as partes ruins, e nem sempre conseguimos evitá-las. Neste momento, dentro do banheiro exclusivo para os funcionários da Secret Place, revivo a pior das lembranças. O cheiro do tabaco empesteia todo o ambiente e, em conjunto com o cheiro das diversas bebidas, me faz lembrar o motivo pelo qual odeio esse lugar. Odeio lidar com pessoas bêbadas me tocando como se eu fosse um objeto de exposição, odeio os flertes constantes, e o salário não compensa nem um terço do trabalho puxado que exerço aqui.

Respiro fundo mais uma vez e lavo o rosto, me preparando para mais uma madrugada.

"Só mais uma noite e tudo isso acaba."

É o que repito para mim mesmo antes de arrumar os últimos detalhes da minha roupa. Já assinei o contrato com a Moonchild, no entanto, ainda preciso trabalhar hoje para receber o valor inteiro do meu salário, pois sei que se eu faltar, será descontado, e, infelizmente, a clínica não me dará nenhum desconto nos tratamentos da minha mãe; eles já me amparam mais do que podem.

Respiro fundo e pego o meu avental sob a pia de mármore, caminhando para fora do banheiro, e assim que meus pés alcançam o corredor, sinto meu corpo vibrar na mesma intensidade da música que ecoa através das caixas de som.

— Está atrasado... — Kwan, meu chefe, cantarola e eu lhe respondo com um revirar de olhos.

— Não enche... — Rebato e trato de recolher alguns pedidos sobre o balcão, entregando-os a ele para que comece a preparar as bebidas. — Como estão as coisas por aqui?

— Está um verdadeiro inferno, não parei por um segundo hoje... — Ele serve um rapaz e volta a sua atenção para mim. — Aliás... A área VIP está terrível hoje. — Ele começa a organizar as bebidas na minha bandeja e eu lhe ajudo no processo.

— Festa de aniversário? — Pergunto e ele nega.

— Despedida de solteiro.

— Ah, não! Diz que é brincadeira, por favor! — Imploro com os olhos e ele nega.

Com um desgosto profundo, pego a bandeja no balcão e me encaminho lento como uma lesma para a área VIP. O desconforto é palpável enquanto atravesso o espaço, ciente de que estou destinado a servir a uma clientela que, por mais refinada que seja, não deixa de ser extremamente nojenta na maioria das vezes.

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⏰ Última atualização: Oct 19 ⏰

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