Olhando para ele e para a maneira como ele se transformou de sua forma animaga, ele parecia uma casca de seu antigo eu, como se alguém tivesse roubado algo dele e ele não soubesse como pedir de volta.
Você ficou paralisado, sem saber se deveria estrangulá-lo em um abraço até que ele fosse sufocado pelo seu amor ou esperar e ver se ele iria querer que você o tocasse.
Lá estava ele, Sirius Black, nos degraus da frente da casa que vocês dois escolheram depois de se formarem em Hogwarts.
"S/n?" Sua voz saiu rouca. "Fala alguma coisa por favor."
A única coisa que escapou de seus lábios foi um soluço enquanto as lágrimas escorriam, você cedeu às suas inibições e correu até ele, jogando os braços em volta dos ombros dele. Ele te pegou do mesmo jeito que sempre, com o mesmo abraço que você sempre dava nele quando estava animada para vê-lo depois de um verão inteiro separados, ou sempre que você passava em um teste e estava ansioso demais para contar a ele.
Os braços dele circundaram sua cintura da mesma forma familiar que você quase esqueceu.
"Eu te amo, acreditei em você, nunca deixei de acreditar" Você chorou na curva do ombro dele. Você precisava que ele soubesse disso. Você afastou todas as memórias das conversas e debates que teve com Remus e outros membros da Ordem que acreditavam que Sirius era culpado.
Ele gentilmente puxou você para longe dele, lembrando-se dos últimos doze anos em que a viu, murmurando enquanto acariciava suas bochechas manchadas de lágrimas: "Eu te amo mais, querida."
"Entre," você entrelaçou as mãos para guiá-lo até sua casa que antes era compartilhada, uma casa onde ele mal tinha tempo. "O lugar é praticamente o mesmo."
“Seu gosto não mudou”, ele observou a decoração e os móveis da casa.
Você deixou sua mão cair da dele e mexeu nervosamente com os dedos enquanto ele olhava em volta, "Espero que você não se importe."
Uma risada meio soluçante escapou de Sirius, "Claro que não, amor." Ele limpou o nariz com a manga das vestes listradas de preto e branco da prisão. "O que me importa é que você me veja nesse estado miserável, presumo que o banho não mudou?"
"Como sempre foi, deixe-me pegar uma toalha e algumas roupas limpas." Você corre para o quarto onde guardava as roupas velhas de Sirius em uma caixa e um armário onde guarda todos os utensílios domésticos extras.
Você ouviu o chuveiro correndo pelas paredes finas e parou um momento para organizar seus pensamentos. Ele estava de volta, ele não era um assassino. Ele estava de volta e ainda amava você. Você respirou fundo algumas vezes, apesar de seu coração ainda disparar ao vê-lo.
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Semanas se passaram desde que ele escapou de Azkaban e acordar ao lado dele na mesma cama não parecia real.
As semanas viraram meses e a vida deu uma guinada no que poderia ser considerado o melhor.
O que o trouxe à realidade foram os pesadelos dos quais você persuadia Sirius a sair, algo que você estava acostumado a fazer antes mesmo de Azkaban, infelizmente. A única diferença era que não havia nada que você pudesse dizer a ele agora que pudesse confortá-lo.
O que ajudou foi o fato de Harry saber a verdade agora e o reencontro entre Remus e Sirius ter corrido bem. Por mais incrível que isso fosse, Sirius não era ele mesmo.
Ele não tem o talento que costumava ter; não que você se importasse, o que quer que tenha feito Sirius feliz, fez você feliz. O que quer que o tenha deixado chateado, afetou você igualmente. Você notou que Sirius está tentando seguir uma rotina da mesma forma que costumava fazer.
