Você havia perdido o apetite, sentia-se desanimado e se sentia sonhando acordado e se afastando do presente, em uma constante névoa de sono.
"Você está bem, amor?" Sirius perguntou baixinho, com o braço em volta de você ao notar seus olhos nadando pela sala comunal onde você e seus amigos estavam sentados.
"Mmm?" você voltou à realidade. "Ah, sim. Sim, estou bem." você ofereceu a ele um sorriso tenso, compensando seu silêncio com um beijo em sua bochecha, que certamente o satisfez por enquanto.
Lily, porém, não ficou satisfeita com sua resposta. Como sua colega de quarto, ela percebeu seus comportamentos anormais mais do que qualquer outra pessoa. Então, ela pegou um pouco iniciativa.
"Se importa se eu a roubar por um momento, Almofadinhas?" ela perguntou, pegando sua mão flácida e puxando levemente com um sorriso suave.
"Claro... Espere-" Ele fez uma pausa enquanto você se levantava para seguir Lily, puxando a outra mão ligeiramente para baixo para que você se inclinasse para ele, antes de dar um beijo em seus lábios. Ele ignorou as fracas reclamações de seus amigos enquanto bebia você, sorrindo durante o beijo antes de se afastar. "Eu te amo."
"Eu também te amo, Siri." você riu, revirando os olhos para o drama dele.
Lily trouxe você para o dormitório compartilhado, com a mão firmemente na sua, dando alguns apertos reconfortantes. Assim que vocês dois entraram, ela trancou a porta e se virou, com uma carranca pensativa no rosto.
"O que há de errado, Lils?" você perguntou, um pouco preocupado com o olhar preocupado de sua melhor amiga que ela estava lhe dando.
"Você, S/n." ela disse, sem rodeios. "Você tem agido um pouco distante, distante, nesses últimos dias. Como se estivesse conosco, mas não inteiramente aqui." ela explicou, vindo se sentar ao seu lado na cama dela. "Percebi que você não está comendo e não dorme." ela comentou. Você mordeu a parte interna do lábio enquanto desviava o olhar dela, seu rosto incomumente pálido mantendo uma carranca profunda enquanto as lágrimas começaram a brotar de seus olhos.
"Você e Sirius estão brigando?" ela perguntou suavemente, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.
"Não, não, claro que não! Ele é maravilhoso." você exclamou, levantando-se em frustração. Você não sabia o que estava acontecendo com você ultimamente - essa impotência que você sentia sobre seu próprio corpo era muito grande para você suportar.
A respiração de Lily ficou presa na garganta quando ela chegou à segunda conclusão. "Você acha..." ela começou, procurando cautelosamente na gaveta de cabeceira o pequeno eletrodoméstico que comprou especialmente para você ao perceber pela primeira vez seu estranho estado de ser. "Você acha que deveria aceitar isso?" Ela perguntou, revelando a pequena caixa na linha dos olhos.
Você sentiu seu coração afundar nas profundezas do peito enquanto considerava a possibilidade. Você queria dizer que não poderia estar grávida, mas era muito possível. Você e Sirius expressaram seu amor um pelo outro quase diariamente, sempre com muita paixão, então pode ser possível que seus métodos de proteção tenham quebrado, e entre todo o estresse do 7º ano, você pode ter acidentalmente esquecido alguns comprimidos naquele mês.
"Eu... eu não posso, Lil-"
"Você pode, minha querida. Você precisa. Eu posso ficar com você, se você quiser, mas temos que saber se essa é a causa..." ela parou, enquanto você hesitantemente pegava a caixa dela, fungando enquanto gotas salgadas escorriam no cartão que gritava sua condenação.
Você queria permanecer em negação - você sabia que Sirius se sentiria ainda pior do que você. Ele não só sempre jurou que sua linhagem familiar terminaria com ele, depois de toda a crueldade que aquele sobrenome havia infligido às pessoas durante séculos, como você sabia que ele não suportaria ouvir tal notícia, ainda sendo um adolescente imprudente.
