VIVRE D'AMOUR ET D'EAU FRAÎCHE

282 15 0
                                    

O ar estava denso, era o cheiro de fumaça, cuja ondulação prendia sua atenção. Ela se agitava suavemente acima de você, quase uma dança, e as pontas dos seus dedos coçavam com o desejo de se misturar com a exalação contaminada. Mas você estava sobrecarregado pelos efeitos da letargia, entrando e saindo da consciência.

Os dedos de Sirius escolheram a indolência como sua natureza, penteando seu cabelo e descendo por sua espinha, ações recorrentes que o embalavam. Seus dedos livres estavam atentos ao cigarro aceso, seus lábios derramando conforto de tal perfume.

"Você ainda está cansada, baby?" ele murmurou, notando suas pálpebras semicerradas. Seus cuidados pararam para ajudar a inclinar sua cabeça para cima, seu queixo apoiado no peito dele.

Você conseguiu um leve aceno de cabeça. A sala comunal estava vazia, os alunos alegremente presos nas aulas — exatamente onde você e seu namorado também deveriam estar.

Ele fez um som suave, afastando os fios da sua testa. Seus olhos continham adoração — do tipo que você raramente vê sem tanta privacidade. Era pura. Ele lhe ofereceu o tabaco, um sutil levantar de seu pulso, mas você recusou, em vez disso, virou a cabeça para baixo e olhou para o fogo superficial.

"Quantos exames mais?", ele perguntou, dando outra tragada.

Você suspirou: "Dois? Três? Não me lembro." Suas unhas arranharam o tecido da camisa dele, o algodão era macio.

Matar aula com Sirius era um passatempo comum, e só se tornou mais regular conforme os exames terminavam. Muitas vezes, ele te levava para a sala comunal, deitando em sofás e travesseiros, te deixando descansar; era uma das poucas vezes que você podia fazer isso serenamente, noites dedicadas aos estudos. Vocês dois dormiam, ou conversavam, ou apenas olhavam para o espaço; não havia pressão, nem preocupações, nem intrusões.

"Indo tão bem, querida", ele murmurou, apagando o cigarro no cinzeiro próximo. Ele deixou o papel ali, deixando ambos os braços envolverem você. "Estou orgulhoso de você, sabia. Você trabalha tanto."

O elogio acalmou qualquer ansiedade que prevalecesse, e você sorriu, dando um beijo rápido na clavícula dele. "Obrigada."

Os lábios do próprio Sirius encontraram o topo da sua cabeça, demorando-se apenas por um momento, enquanto seus dedos arrastavam-se ao longo do seu lado. "Claro, ma vie."

Essas palavras, o carinho, curvavam sua boca ainda mais; seu francês era algo que poucos conheciam, o lado dele que ele mantinha escondido — resquícios de quem ele realmente era, de onde ele veio. Era todo o empurrão que você precisava, ter energia para se contorcer e se sentar.

Sirius seguiu você, empurrando para ser apoiado contra o braço da cadeira, então puxando você para ficar em seu colo. Você se reaclimatou, então sorriu, alisando o cabelo dele e brincando com sua gravata. As mãos dele se acomodaram em seus quadris, e sua cabeça se inclinou em questionamento.

"Diga-me algo em francês", você disse, passando seu toque nos ombros dele.

Mas uma de suas mãos foi rapidamente removida, cortesia do próprio aperto dele. A outra ficou em seu torso, o polegar esfregando círculos em sua cintura. "Je vois la vie en rose", Sirius cantarolou, colocando as pontas dos seus dedos em seus lábios. "À cause de toi."

Ele terminou com um beijo nas almofadas, mas não se moveu para extraí-las.

"O quê?" Uma risadinha suave saiu, seu indicador arrastando-se sobre o arco de cupido dele. "Je ne comprends pas."

Ele sorriu para sua tentativa pobre de falar a língua, deixando mais um beijo em seus dedos antes de deixar o apêndice cair em seu peito. Sua sobrancelha se ergueu em diversão. "Você só vai ter que aprender a descobrir, então, não vai?"

Ignorando a provocação, você rapidamente se aproximou. O sol que entrava destacava a cena, quase pitoresca; a fumaça ainda subia atrás dele, e você distraidamente afrouxou a gravata dele, ficando confortável. "Me ensina?"

Ele olhou para você por um segundo, levantou o queixo e então: "O que você quer saber?"

Você deu um toque staccato na concavidade da garganta dele, pensando. "Como se diz... eu te amo'?"

"Sério?" ele riu.

Sua boca se curvou para baixo, uma carranca franzida, mas a afeição iluminou suas pupilas, sua cabeça balançando.

"Je t'aime", ele respondeu.

E dessa vez, foram os dedos dele que traçaram seus lábios. "Je t'aime", você repetiu. Quando ele sorriu, você continuou, "Que tal..." você pausou mais uma vez, "...eu sempre penso em você'?"

Seus olhos piscaram. “Eu penso em você o tempo todo.”

Lentamente, você foi repetindo as palavras.

Isso rendeu outra risada. "O que mais?"

Você revirou os olhos, mas derreteu-se ainda mais em seu corpo enquanto ele se movia para baixo no sofá. Seus lábios pousaram sobre seu peitoral esquerdo, a batida constante ali. ""Você faz meu coração disparar."

“Você faz meu coração bater.”

"Tu fais battre mon cœur", você repetiu, fechando os olhos, a ternura dele era um bálsamo. "Eu quero você."

"Quero você."

Você murmurou de volta, a voz abafada. Depois, você remediou, ""Eu quero ficar com você para sempre."

Sirius arrastou um polegar ao longo do seu lábio inferior, deixando seus membros se enredarem. Ele se juntou a você em tal relaxamento, luz do sol e estudos drenando toda a energia de vocês dois. Um braço enrolou em volta da sua cintura, pernas se encaixando, mas ele manteve a mão roçando seu rosto. "Je veux être avec toi pour toujours."

Suas palavras, embora arrastadas, ainda o copiaram. “Eu quero estar com você para sempre.”

Sirius se moveu sob você, e você olhou para cima, encontrando o olhar dele já em você; você, a inclinação do seu nariz, o ângulo do seu maxilar, o rosto que ele reconheceria de olhos fechados. Ele lhe deu um sorriso mais pessoal, deixando sua admissão soar por mais alguns momentos. "Moi aussi, ma chérie. Je veux passer ma vie avec toi."

Sua testa franzida, boca pesada com a nova fonética. "O que isso significa?"

"Eu também, minha querida", ele respondeu, em inglês dessa vez. "Quero uma vida inteira com você."

Você encontrou o sorriso dele com um de igual ardor. Você se ajustou para poder deitar no ombro dele, então na curva do pescoço dele. O cheiro de fumaça emanava dele, e isso te lembrava de casa. "E é isso que teremos."

Os segundos passaram, sem interrupções. Era só você, ele, a luz do meio-dia florescendo pela sala comum. Cigarros, beijos e francês espelhado. Seus braços e as pernas dele e os lábios que se encontraram uma, duas, três vezes.

As pálpebras pesavam pesadamente, arrastadas para baixo em fadiga satisfeita; relaxamento que você conquistou. E, como sempre, você dormiu primeiro, enrolada contra ele, para depois ser encontrada por James, Remus e sorrisos entretidos.

Mas antes de deixar ir, Sirius deixou seu sentimento inacabado partir, sem o conhecimento do seu estado meio acordado - o estado que captou as palavras desconhecidas. "Tu fais partie de moi", ele respirou, uma língua que ele não falava há muito tempo, "Je t'aimerai pour toujours".









CRÉDITOS: @sparkling-ariaria via Tumblr.

🎉 Você terminou a leitura de 𝙄𝙈𝘼𝙂𝙄𝙉𝙀𝙎 - 𝘚𝘐𝘙𝘐𝘜𝘚 𝘉𝘓𝘈𝘊𝘒 🎉
𝙄𝙈𝘼𝙂𝙄𝙉𝙀𝙎 - 𝘚𝘐𝘙𝘐𝘜𝘚 𝘉𝘓𝘈𝘊𝘒Onde histórias criam vida. Descubra agora