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J.




- "Olha aqui, vocês não vão beber nada, fumar nada e muito menos cheirar, entenderam?!" - Gabi disse, balançamos a cabeça em resposta. Voltei a andar junto de Caio, enquanto Gui conversa com a irmã.

- "Voltei." - O loiro falou, andando ao meu lado. Passei meu braço envolta do seu pescoço e a entramos dentro da casa. As luzes piscavam e as pessoas dançavam enquanto algum funk tocava.

- "Puta que pariu!" - Caio gritou, correndo enquanto entrava com um sorriso no rosto. Fiz uma careta, o cheiro de fumaça estava forte para caralho.

- "'Vamo." - Tirei meu braço envolta de si e o puxei pela mão na direção da cozinha. - "Deve ter bebida por aqui." - Falei, já entrando no lugar.

- "Não, não." - Me soltou. Guilherme tinha uma expressão indecifrável no rosto. - "A gente falou para Gabi que não ia beber nada daqui." - Revirei os olhos, abrindo a geladeira do cômodo.

- "Eu sei, mas só provar não faz mal, né?" - O olhei,  com um sorriso. Na geladeira não tinha nenhuma bebida, nada além de vários potes com brownie e uns papéis em cima, então, virei para onde o loiro estava sentado, no balcão, com uma garrafa de cachaça ao seu lado, ele parecia não ter a notado ali.

- "Eu prometi para ela." - Respirou fundo, falando quase como um sussurro.

- "As promessas foram feitas para serem quebradas." - Me aproximei dele, pegando a garrafa. Um vislumbre de tristeza tomou conta do rosto dele. Abri a bebida e peguei dois pequenos copos que estavam ao seu lado.

- "Não sei se eu quero." - Falou, me encarando. Soltei um suspiro e me aproximei novamente, mas desta vez, apoiando minhas mãos atrás de si, também trazendo nossos rostos para perto um do outro. Conseguia sentir a sua respiração batendo contra minha boca.

- "Só provar." - Tentei, vendo um pequeno sorriso aparecer, fazendo o meu surgir também.

- "Tá bom, mas só um pouco." - Revirei os olhos e me afastei, sentando ao seu lado no balcão. Enchi os dois pequenos copos com cachaça e estendi um deles para o loiro.

- "'Vamo, loirinho. No três." - Concordou com a cabeça. - "Um...Dois...Três!" - Engoli sentindo uma queimação na garganta, fiz um careta, rindo na reação do menino, que também fez uma. - "Essa porra tem gosto de perfume." - Falei e ele riu.

- "Foi você quem teve a ideia." - Avisou, me encarando.

- "E não me arrependo." - Sua risada aumentou, e mesmo sem achar graça, eu ri junto.


Encostei minha boca na garrafa e dei um longo gole, novamente, vendo o loiro me encarar. Mesmo depois do primeiro shot, ainda continua com a mesma sensação.

O tempo foi passando, e o efeito do álcool começou a aparecer, tanto em mim, quanto em Gui. 

Nós ficamos conversando sobre qualquer assunto que viesse na mente, mas no momento, eu estou deitado no colo dele, olhando para o teto, que parecia rodar, e rindo da risada um do outro. Fechei os olhos ainda com um sorriso.


- "Ei, eu posso te contar uma coisa?" - A voz dele saiu falha. O momento de risadas acabou assim que ouvi uma fungada vinda do loiro. Abri meus olhos e encarei seu rosto, onde pequenas lágrimas escorriam.

Amores Opostos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora