17 | Canary Cry

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capítulo 17
| GAIO-TAGARELA |

Escolhemos aleatoriamente um caminho e o seguimos, sem ter ideia de para qual número estamos indo. Quando chegamos à selva, espiamos dentro dela, tentando decifrar o que pode estar esperando lá dentro.

"Bem, deve ser a hora do macaco. E eu não vejo nenhum deles lá dentro," diz Peeta. "Vou tentar bater em uma árvore."

"Não, é a minha vez," diz Finnick.

"Eu pelo menos vou cuidar de você," Peeta diz.

"Ember e Katniss podem fazer isso", diz Johanna. "Precisamos que você faça outro mapa. Aquele foi levado pela água." Ela arranca uma folha grande de uma árvore e entrega a ele.

Vejo Katniss hesitar por um momento, provavelmente tentando decidir se estamos tentando separá-los para matá-los, mas ela segue Finnick e eu faço o mesmo. Finnick está a cerca de quinze metros na selva, onde encontra uma boa árvore e começa a esfaquear para fazer um buraco com sua faca.

Enquanto estou ali, com as armas prontas, não consigo evitar de voltar para Nolan. Ele foi um dos últimos membros restantes da minha família. Ele não era realmente parente de sangue, mas isso não mudou nada. Repasso os eventos da Cornucópia em minha mente. Finnick bloqueando a lança que Brutus jogou para salvar Peeta e então Enobaria jogando uma faca em Peeta e Nolan o empurrando para fora do caminho e pegando a faca para si. Eu deveria ter feito alguma coisa. Eu deveria ter salvado Peeta porque pelo menos Nolan ainda estaria vivo. Sinto as lágrimas começarem a se formar em meus olhos e sei que não sou boa em ficar de guarda enquanto estou chorando, então empurro a emoção para o fundo.

"Katniss, entendeu esse jogo?" Finnick pergunta, me trazendo de volta à realidade. Observo enquanto Katniss corta a videira que amarra o espigão em seu cinto e estende o tubo de metal para ele.

É quando ouço o grito. Tão cheio de medo e dor que gela meu sangue. Katniss parece saber instantaneamente a quem pertence quando ela larga a pilha e sai para a selva. Olho para Finnick enquanto ele se levanta da árvore e corremos atrás dela.

Corremos pelo que parecem minutos antes que ele encontre Katniss na clareira olhando para as árvores e depois limpando sua flecha com um pouco de musgo. "Katniss?" Eu chamo.

"Está tudo bem. Estou bem", diz ela. "Pensei ter ouvido minha irmã, mas..." O grito agudo a interrompe. É outra voz, de uma jovem. Eu reconheço isso porque saio com ela quando estou com Finnick. Annie. Vejo a cor desaparecer do rosto de Finnick e vejo as pupilas dilatarem de medo.

"Finnick, espere!" Katniss diz, estendendo a mão para tranquilizá-lo, mas ele foge. Eu vou atrás dele, sabendo que ele teme pela segurança da amiga.

Não é difícil rastreá-lo, embora ele esteja se movendo tão rápido, já que deixa um caminho limpo e pisoteado em seu rastro. Mas o pássaro está a pelo menos quatrocentos metros de distância, a maior parte subindo a colina, e quando chego a ele, estou sem fôlego.

Ele está circulando em torno de uma árvore gigante. O tronco deve ter mais de um metro de diâmetro e os membros só começam a seis metros de altura. Os gritos da mulher emanam de algum lugar da folhagem. Finnick também está gritando, repetidamente. "Annie! Annie!" Ele está em estado de pânico e completamente inacessível.

Duvido que ela estivesse realmente na arena, mas eles tinham que captar o som de algum lugar. Eu também estou em pânico. Vejo Katniss começar a escalar uma árvore adjacente àquela sob a qual estamos e alguns segundos depois um pássaro cai aos pés de Finnick. Um gaio-tagarela, é claro.

Finnick pega o pássaro, lentamente fazendo a conexão, mas quando Katniss se junta a nós no chão novamente ele parece mais desesperado do que nunca.

"Está tudo bem, Finnick. É apenas um gaio-tagarela. Eles estão pregando uma peça em nós", Katniss nos diz. "Não é real. Não é Annie."

The Spark Of War | Finnick Odair. pt-brOnde histórias criam vida. Descubra agora