Capítulo 3

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E para a alegria da nação fanfiqueira, eu voltei!

Gente do céu, eu rachei de rir com os comentários de voces kkkkkkkkkkkk na moral, muito bons. Espero que estejam se divertindo tanto quanto eu e assim, as coisas aqui escalam bem rapido, ate porque essa historia nao é pra se arrasatar muito, ou ter um mega desenvolvimento. Acredito eu que vai ter uns 5 capitulo. 

Enfim, no mais é isso! Se divirtam e comentem bastante!

Boa leitura!

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Durante toda a viagem até o centro da cidade, a única voz que se fez presente foi a de Alex cantando algum pop dos anos 80 como se não houvesse ninguém a assistindo. Pelo menos ela sabia cantar, foi o que a CEO pensou enquanto via a paisagem num borrão pela janela do banco de trás. Sua respiração quente vira e mexe embaçava o vidro e ela então limpava com as luvas que cobriam suas mãos. As árvores com seus galhos nus e afiados cortavam o céu que mais parecia uma espessa camada de gelo. Não havia uma nuvem sequer, só o cinza pincelado no branco, com alguns raios solares aqui e ali, tentando perfurar a neve que cairia mais cedo ou mais tarde. Dava para sentir no ar, na forma como o vento mal conseguia levantar as poucas folhas secas que restavam do outono. Lena via beleza no que já não estava mais vivo. Havia algo de poético no inverno, em como a natureza ensina sobre a morte, sobre ciclos.

Às vezes ela pensava em sua mãe, em seus cabelos tão negros e longos quanto os seus. Em seus pés descalços cobertos pela barra do vestido que ela mesma costurou durante o verão, o rosto sujo de terra do jardim e o suor escorrendo pelos seus braços. Pensava na forma como ela dançava pela cozinha, os pés quentes sobre o piso gelado, a música ecoando pela casa, o cheiro de laranja e canela vindo da floresta. Seus olhos sempre tão cativantes e melancólicos. Quando era criança, Lena não entendia como a tristeza era uma mulher faminta. Faminta por carinho, por um sonho que nunca se concretizou. Faminta pela vida.

Foi essa mesma mulher, essa entidade que abraçava sua mãe pelas costas e sussurrava palavras ininteligíveis, que a arrastou para o fundo do oceano naquela manhã de Natal de 1999.

E pela primeira vez em anos, Lena quis chorar de saudade.

— Podem ficar aqui ou procurar um lugar melhor para estacionar — ela sequer percebeu que tinham parado em frente a uma loja de ferramentas e materiais de construção — não vou demorar. Posso te encontrar no Winn.

— Beleza, fala pro Jonn que eu mandei um abraço — Alex gritou, colocando a cabeça para fora da janela e então manobrando a caminhonete. Lena soltou um longo suspiro que estava segurando desde a partida na pousada — ok, o que foi que você falou pra ela? — a ruiva perguntou um pouco preocupada e irritada.

— Como assim? — ela se endireitou sobre o assento, ficando na defensiva — falei pra quem?

— Lena, você é mais inteligente do que isso — a caminhonete virou a direita, passou pela igreja até chegar a um enorme estacionamento público — minha irmã dificilmente cala a boca e, quando acontece, é porque ou está chateada, ou com muito sono, e às vezes nem assim ela para de falar.

— Não pode me culpar pela forma como ela se sente, porque não pergunta você mesma? — usou do seu melhor e mais intimidador tom de voz, aquele que guardava somente para as reuniões de negócios na L-Corp.

— Porque eu sei que ela vai mentir — deu ré e entrou numa vaga livre que havia entre dois carros — e não me leve a mal, não tenho nada contra você, mas eu não vou tolerar a sua arrogância pra cima de uma pessoa que literalmente não tem nada a ver com os seus problemas.

Everything I hate about ChristmasOnde histórias criam vida. Descubra agora