البعثة

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NA: Olá pessoal boa noite, esse retorno marca um momento diferente do que eu já fiz até aqui. A quem ainda se porta confuso com a situação, essa nova versão de Hidden é uma exploração de novos caminhos, da minha escrita, do enredo e dos personagens, nenhum produto será comercializado ou vendido por mim antes de testar tudo o que posso para decidir, com a ajuda de vocês, o que é melhor. Óbvio que também não vou desfigurar a história completamente tornando ela algo que nunca foi, essa não é a pretensão, mas entendo que podemos evoluir e talvez essa evolução trará a vocês um novo olhar dessa história que tem muito ainda a ser explorada, e na época, fazendo uma análise pessoal clara minha, não foi.

Quero deixar aqui o meu carinho a quem com tanto apreço sempre acompanhou e me apoiou nessa jornada, essa é uma nova etapa para Hidden. Compartilhem, comentem e curtam com os amigos e sejam bem-vindos, espero que gostem desse nosso reencontro.

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2005

Paris vivia uma de suas mais lindas tardes, o sol em sua jornada para o oeste lançava seus feixes dourados transformando as molduras retangulares da janela do jatinho em uma pintura incrível daquelas para jamais esquecer. A nobre senhora sorriu para seu marido, sua mão esquerda entrelaçando os dedos cheios de anéis de ouro nos dele, sentindo o sutil aperto de correspondência.

Pousar na França era como abrir a porta de sua casa em busca de um retorno para sua zona de conforto, Sanawhaa retornava depois de dois anos à terras ocidentais para uma visita, agora sem Karila, sua filha, mas ao lado de seu marido Alyakhand Aistarabaw.

— Pousamos com tranquilidade, alteza, iniciamos o protocolo de desembarque. - A voz masculina do chefe de segurança de Alyakhand avisou para o homem.

— Assim que sairmos vamos comprar vestidos novos para Karila, ela adora vestidos de Paris. - Sanawhaa falou saudosista, seu amor por sua única filha era indiscutível, fazia somente dois dias que se separaram dela, a deixando no Egito com uma fiel amiga e parceira de todos os momentos. Alyakhand era mais discreto no afeto, ele apenas concordava com o que deixasse Sanawhaa e Karila felizes, mesmo que em um primeiro momento se portasse como uma rocha intransponível.

Observar a movimentação de seguranças dentro do jatinho fazia o homem impaciente, mas era um processo repetitivo de anos, que teve de aprender em obrigações diárias que jamais iria deixá-lo. Alyakhand Aistarabaw é um rei, seu título entretanto não lhe configura em 2005 nenhuma posição política no Egito, país de sua titulação.

Havia recebido aquele título em 1953, último ano de era real no país e segundo ano de sua vida, porém, em meio a um turbulento processo de tomada de poder para configuração da República Árabe, sua vida foi gravemente ameaçada o que o levou a um obrigatório exílio na França, país onde viveu por 19 anos e conheceu Sanawhaa, o amor de toda sua vida.

Em 1987, Karila nasceu no Cairo, depois de um retorno mais tranquilo as terras de um Rei saudoso e cheio de amor por sua origem, a menina representava todo o amor e o vínculo construído diante de uma torrente de isolamento e dificuldades, era uma jovem linda, educada e graciosa, porém sempre muito resistente em aceitar qualquer imposição, Alyakhand Aistarabaw nunca havia sido um homem livre, e aquele comportamento insurgente em sua filha sempre o fazia muito irritado, porque sabia que suas preocupações de segurança sempre vinham dos falsos rumores que criavam em torno de sua presença, temiam que ele tentasse fazer com quem comandava o país o mesmo que haviam feito com ele e sua família na década de 50.

Ele não tinha pretensões, seus fardos já eram suficientes, tinha um legado duríssimo de sustentar ao viver no Cairo rodeado de intenções sobre as heranças bilionárias de sua família que dava nome e herdava objetos valiosos que descreviam por sua própria existência a trajetória da nação mais antiga do mundo.

Hidden (2024)Onde histórias criam vida. Descubra agora