PEDRODomingo a noite não costuma ser meu momento favorito pra sair, não. Principalmente quando tenho mil problemas esperando para serem resolvidos na segunda, mas é aquele ditado, o diabo quando não atenta manda o secretario, ou no meu caso, os secretários.
Estava quieto, longe dos perigos noturnos e pronto para começar a revisar um processo quando Gustavo e Murilo começaram os trabalhos de me atormentar até que eu aceitasse ir pra uma festa no Jockey.
Estava afim? Não. Mas também não estava morto, então depois de muita insistência acabei cedendo.
Tomei um banho rápido e já vesti o traje preto de lei, passei um perfume e fui conferir a carteira e documentos antes de trancar tudo e sair pois da Barra até a Gávea levaria uns 30 minutos e se chegasse tarde seria uma dor de cabeça do caralho pra conseguir vaga.
– Cheguei, seus putos! – Falei assim que me aproximei dos dois que estavam de costas, se virando assim que me ouviram.
– Achei que a princesa ia demorar mais, porra! Mili anos pra se arrumar. – Murilo reclamou enquanto cumprimentava eles.
– Olha a hora que vieram me perturbar, dá um tempo irmão! E bora entrar logo, fala muito!
Entramos bem rápido, evento já estava lotado do jeito que a gente gosta. Não demorei a pegar uma bebida pra dar início aos trabalhos, se sai de casa é pra fazer estrago.
O set de funk estava no auge quando decidi dar uma volta. Rio de Janeiro é um ovo, qualquer lugar tu esbarra um conhecido e bem, não precisei andar muito pra ver de longe uma figura que me interessou muito.
Sentada numa banqueta com as pernas cruzadas, debruçada sobre o bar e muito gata. Eu não precisava conhecer muito, me lembrava bem da menina da praia e do puta sorriso. Foi automático o trabalho dos meus pés que me levaram até ela.
– Não te acertei, mas mirei de longe! – Falei assim que me aproximei o suficiente, vendo ela dar um pulinho com o susto antes de se virar e abrir aquele sorriso.
– E consegue alguma coisa com esse tipo de cantada barata, é? – Foi minha vez de sorrir.
Porra, tinha alguma coisa nela que me instigava muito.
– Costuma, sim. – Me aproximei ainda mais do seu rosto. – Não consegui te convencer?
– Essa cantada fraca, infelizmente não.
– Que pena, vou continuar me esforçando então! Amigos enquanto isso?
Ela repuxou os lábios e concordou, me estendendo a mão em seguida.
– Fernanda, prazer!
– Pedro! Ta perdida sozinha, é? – Perguntei assim que me afastei para olhar ela.
– Nada, vim com umas amigas. Só fui ao banheiro e parei rapidinho pra pegar um drink, vou já atrás delas. E você?
– Com amigos também! Vou fazer as honras e te acompanhar até elas, quem sabe até lá não muda de ideia?
– Quem sabe? – Perguntou levantando da banqueta.
Ela estava pronta para qualquer jogo.
Acompanhei ela desviando das pessoas para encontrar suas amigas enquanto conversávamos falando alto demais por conta da música. Não demoramos muito e logo encontramos as duas dançando e rindo. Uma delas estava de costas e assim que virou eu nem acreditei.
– Ta de sacanagem? – Carol gritou vindo me cumprimentar. – Oi, sumido!
– Fala Bruxa! – Falei assim que ela me soltou, vendo a mesma gargalhar pelo apelido. – É você quem some e aparece sempre, porra!
As meninas nos olharam sem entender muito bem e Carol explicou que nos conhecemos através de um amigo que fez faculdade com ela e é meu amigo de infância.
– Falando nele, ele e Murilo estão ai!
– Mentira? Estão aonde? Tempão que não vejo vocês, manda eles virem pra cá, vou apresentar eles pra elas. Isso não pode prestar! – Rimos e peguei o celular pra mandar mensagem pro Gustavo.
– E vocês, se conhecem de onde? – Perguntou pra mim e Fernanda.
– Ah, os fatídicos acidentes que só acontecem comigo. – Fernanda disse. – Levei uma bolada na praia estando atrás de todas as barracas da areia.
– Como disse, mirando de longe! – Falei e ela revirou os olhos rindo.
– Amo essas coincidências, meu pai! – Carol falou. – Puro suco de Rio!
Continuamos conversando até Gustavo e Murilo aparecerem também e ali a resenha já estava formada. Carol sempre foi nosso fechamento, mas quando misturava nunca prestava.
Mais um set se funk começou e fomos dançar. Na realidade, eu estava mesmo era vidrado em cada movimento da morena que rebolava me olhando e me deixando maluco.
Mal podia esperar pra começarem os jogos.
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A Sorte Nos Sorriu
FanfictionSei que você quer Não deixa pra depois Não dá nenhum migué Aqui só tem nós dois Se a sorte nos sorriu Pra que vou esperar? Se a gente se uniu É bem assim que temos que ficar