A Sorte Nos Sorriu

DOIS

FERNANDA

Me olhei mais uma vez no espelho conferindo meu look pra festa, escolhi um top preto e uma calça da mesma cor, de transparência e cheia de brilhos com uma hot pants por baixo. Fiz um rabo de cavalo bem alto e coloquei vários acessórios, amando muito o resultado.

Pois sim, uma grande gostosa.

Conferi minha bolsa e meus documentos, sem esquecer o gloss e tranquei a casa, descendo pra esperar Isa e Carol passarem pra me buscar.

– Boa noite, seu João! – Falei sentando no banquinho próximo a portaria pra esperar as meninas.

– Boa noite, dona Fernanda! Dia de farrear, é?

– Sábado é dia, né? – Brinquei

– Ta certa, só cuidado com os perigos noturnos, menina! – Disse me fazendo rir.

Ouvimos a buzina e vi a janela do carro descendo e logo Isadora aparecer acenando. Me despedi do seu João e sai, entrando no carro em seguida.

Assim que entrei no carro já começou nossa farra e é exatamente por isso que amo tanto essas duas. Existem pessoas que só aparecem na sua vida, bem do nada mesmo, e se tornam parte sua. Carol e Isa são dessas pessoas, tipo encontro de alma, onde uma completa a outra, sabe?

Isadora é sempre a divertida, difícil ver ela de mau humor, ainda mais difícil é encontrar alguém que não se apaixone pelo jeitinho dela.

Já Caroline é aquela porra louca que todo mundo tem que ter no ciclo, é meio 8 ou 8. Existe um ditado que diz que de louco todos temos um pouco, acho que Carola tem muito mais que um pouco, mas amo como nos completa.

Não demorou muito para chegarmos ao Jockey Club e logo estávamos entrando no evento, onde já podíamos ouvir o som explodindo. Caminhamos pelo lugar e logo achamos uma mesa, onde ficamos para começar a curtir a noite.

Como sempre, o combo cerveja pra dentro e um funk tocando era abre alas para nós três dançarmos até não sentirmos mais os pés, e foi o que fizemos. Mal começamos a beber e já estávamos fazendo passinho e descendo até o chão, sem pensar no amanhã.

– Vou ao banheiro, já volto! – Falei pra elas antes de me afastar.

A parte que eu mais amava desse evento era a organização, open bar e open food, banheiros limpinhos e zero bagunça. Dessa maneira ficou bem fácil chegar a área dos sanitário. Fiz o que tinha que fazer, dei uma checada na maquiagem e logo estava voltando, mas decidi ir ao bar pegar um drink antes.

Me sentei na banqueta do bar pra esperar minha vez e logo o barman veio me atender. Acabei pedindo gin e logo ele colocou a taça na minha frente.

– Não te acertei, mas mirei de longe! – Ouvi uma voz próxima e me virei vendo o cara da praia.

Automaticamente abri um sorriso.

– E consegue alguma coisa com esse tipo de cantada barata, é? – Perguntei vendo ele sorrir também.

– Costuma funcionar sim, lábia de advogado, sabe?

– Ah nem, decepcionante! – Disse escondendo o riso dando um gole no drink. – Advogado não é bom de argumentos e essas coisas?

– Costuma, sim. – Falou se aproximando para falar mais perto do meu rosto. – Não consegui te convencer?

Sabe aquele papo de existir algo no carioca? Esse trem é alguma magia negra que te deixa fácil fácil com uma cantada paia, não é possível. É o homem falar no pé do ouvido e dar um sorriso que as pernas chegam a ficar mole.

O homem é bonito, tem o sorriso e o molho, sabe? Não é fácil ser eu.

– Essa cantada fraca, infelizmente não.

– Que pena, vou continuar me esforçando então! – Disse umedecendo os lábios que mantinham o sorriso. – Amigos enquanto isso?

Gargalhei concordando e estendi a mão vazia pra ele, que prontamente apertou puxando meu corpo e me dando um beijo próximo demais da minha boca.

Tentação demais.

– Fernanda, prazer!

– Pedro!  Ta perdida sozinha, é? – Perguntou assim que se afastou um pouco para conseguir olhar em meus olhos.

– Nada, vim com umas amigas. Só fui ao banheiro e parei rapidinho pra pegar um drink, vou já atrás delas. E você?

– Com amigos também! Vou fazer as honras e te acompanhar até elas, quem sabe até lá não muda de ideia?

– Quem sabe? – Sorri me levantando para voltarmos para onde as meninas estavam.