Capítulo 12

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Ele não precisou de mais nada de mim. É como se agora ele estivesse à experimentar a concessão dos meus lábios, concedendo-lhe a liberdade para me desvendar por completo, uma suficiência palpável, como se aguardasse essa abertura minha, esse momento, com a mesma ansiedade e angústia que eu tinha.

Suas mãos permanecem no meu rosto, enquanto eu largo seus braços e pouso no seu peitoral, que me acolhe sem hesitar. 

Suas caricias me deixam tonta, zonza, como se eu estivesse dando teto preto agora, só por sentir a sensação de seus lábios contra os meus novamente.

Ryan: Seus lábios são tão delicados, macios, irresistíveis, Fernanda...

Nanda: Que droga, Ryan... Eu acho que esperei demais para isso.

Ryan: Não foi a única, eu acho que nunca ansiei tanto por alguém.

Um curto silêncio se mantém e antes dele voltar a se perder nos meus lábios, ele hesita, abre a boca, a umedece e me questiona.

Ryan: Eu preciso ter certeza de uma coisa.

Nanda: Sim?

Ryan: Você não está em um momento ruim ou sensível agora, está? Digo... mentalmente, você não está tendo um montueiro de emoções negativas...

Eu o olho e dou um riso baixo.

Nanda: Que tipo de pergunta é essa, senhor Carter?

Ele tem um forte rubor nas bochechas. Morde o lábio, hesita, suspira, me olha nos olhos, com a vergonha quase disfarçada.

Ryan: Eu fiz a promessa de nunca mais te beijar enquanto você não me beijasse, porque parece que das duas primeiras vezes, quando foi eu que tomei a iniciativa, senti que estava usando a situação, como se minha forma de consolar você fosse agarrar seu rosto e te beijar, eu estava a me sentir podre, sujo. Não quero repetir isso, quero ter certeza do seu consentimento. Quero te beijar sempre que vejo seu sorriso e quero manter dessa forma. E quando eu te ver mal, eu quero encontrar a maneira certa de te ajudar, de te acolher... Sem beijo em momentos ruins, apenas cuidados.

Bem em cheio, ele acertou bem onde não podia, porque sinto meu coração apertar no meu peito e acelerar.

Aqui estou eu, olhando para o homem que está na minha frente enquanto repetidas vezes a frase "Seria tão ruim ser sua, afinal?" retorna e martela na minha cabeça, enquanto eu luto para tirar isso daqui.
Não posso e nem vou me emocionar com algo tão bobo, estamos apenas desfrutando dessa sensação gostosa, nunca seremos mais do que isso: Sensações. Mas eu também me permito isso, lhe dar uma abertura, porque é exatamente isso que eu quero agora: Abertura para me entregar ao curto momento que teremos nesse elevador.

Ele deslizou suas mãos até meus ombros e escorregou para dentro dos meus braços, acariciando minhas costelas até que cobrisse a curva acentuada da minha cintura.

Ryan: Fernanda.

Nanda: Hum?

Ryan: Está tudo bem? Você está bem?

É uma pergunta simples, aquela pergunta que fazemos quando conhecemos alguém ou quando damos "Bom dia" para algum conhecido, algo automático, mas que quando sai da boca dele, se torna algo sincero, algo real, ideal. 

Ele se importa com o que eu estou sentindo, ele não quer me consolar com seus beijos, ele quer me aconchegar quando eu estiver mal mas nesse momento ele quer saber se eu estou bem, se ele pode me beijar sem ter que sentir que não estou consentindo com isso. 

Tipo... não é um questionamento instintivo, instantâneo, ele quer saber se eu estou em condições mentalmente saudáveis para prosseguir com isso, por não querer ser apenas meu "Beijo-consolo".

Is it Love? Ryan - "𝐒𝐑. 𝐎𝐋𝐇𝐀𝐑 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐍𝐒𝐎"Onde histórias criam vida. Descubra agora