Capítulo 13

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É segunda de manhã e eu já acordo no susto, recebendo uma ligação. Meu celular tem apenas 11% de carga desde ontem a noite, já que eu cheguei morta depois de ter feito um show de 4 horas e apenas deitei e desmaiei de cansaço.

O número que intermitentemente pisca na minha tela que uma vez foi apenas "desconhecido", agora me faz despertar mais rápido ao exibir a identificação "Hospital - Bia"

Fernanda: Alô? Bom dia.

Hospital: Bom dia, senhorita Fernanda. Temos o prazer de compartilhar as últimas boas notícias contigo!

Sou recebida por essa voz calorosa que tem me mantido a par de tudo sobre minha irmã, que sempre se mostra tão respeitoso, cauteloso e gentil. O médico da minha irmã.

Fernanda: Bom dia, doutor! Estou ouvindo!

Hospital: Muito bem! Devo começar dizendo que: Temos agora a alegria de afirmar com certeza que sua irmã superou a crise de DPOC sem maiores complicações, foi um susto para todos nós mas conseguimos conter tudo rapidamente.

Eu suspiro aliviada, sorrio para o nada enquanto me forço a deixar-me envolver pela voz grave que me cobre com essa noticia.

Fernanda: Ah... Isso é tão bom de ser escutado.

Hospital: Eu imagino o seu alivio! Ela está se recuperando bem, suas vias aéreas estão funcionando de uma forma gratificante. O encaminhamento dela para casa está em andamento, e tudo parece bem promissor.

Ouço um sorriso do outro lado da linha se formar logo após a minha baixa risadinha. Eu tampo minha boca, ainda um pouco descrente, sorrindo enquanto eu pareço estar acordando de um longo pesadelo.

O silêncio agora instalado é bom, gostoso e até reconfortante. O mesmo médico que tem me atendido todas as vezes para me dar notícias de Bianca está agora dividindo um momento bem incomum comigo, bom, quer dizer... Ele faz isso todos os dias mas para mim é algo diferente.

Eu sou muito grata por todo o cuidado que ele teve desde o início e por isso eu quero agradece-lo.

Ele está esperando na linha, respeitando o tempinho que eu levo para tomar as rédeas das minhas emoções novamente.

Eu resolvo quebrar o silêncio mas parece que entramos em sincronia já que os dois disparam ao mesmo tempo.

Hospital: Bom-

Fernanda: Qual-

Hospital: Pode falar, senhorita.

Um sorriso do outro lado da linha me deixa desajeitada.

Fernanda: Éé... Qual o seu nome?

O silêncio de surpresa é curto já que logo depois é bombardeado pela voz grave do médico novamente e por mais estranho que seja admitir isso, a voz dele é um tanto quanto estranhamente sedutora.

Hospital: Dean Stover.

Ele responde e eu estremeço, sinto meu coração dar um pulo. Sinto como se conhecesse esse nome de algum lugar.

Fernanda: Sinto muito por te perguntar isso, assim, dessa forma e tão de repente mas eu gostaria mesmo de te agradecer por tudo que fez por Bianca.

Dr. Stover: Não tem problema, eu estou bem acostumado com isso na verdade mas tenho que admitir que fico bem contente com o seu interesse em saber meu nome mesmo que fosse eu que gostaria de tomar uma iniciativa e também me prova que sua irmã não estava alucinada.

Eu me sinto borbulhar, isso foi um flerte? O que foi isso?

Fernanda: É?

Sim. Tudo que saiu da minha boca foi "É?".

Is it Love? Ryan - "𝐒𝐑. 𝐎𝐋𝐇𝐀𝐑 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐍𝐒𝐎"Onde histórias criam vida. Descubra agora