Nós continuamos a conversar mas longe de falar somente da nossa pacata vida amorosa, conversamos um pouco sobre tudo.
Depois de uma piada autodepreciativa minha, nós dois rimos, depois deixamos o silêncio gostoso se instalar. Nenhum desconfortável com aquilo, ambos sorrindo de maneira boba.
Eu olho para ele, olho para Dylan em seu colo e a mão de Ryan que acaricia os cabelos loiros do nosso dorminhoco.
Eu não consigo ver aquela cena e não me perguntar: "Por que?"
Nanda: Me diz...
Ele me olha, curioso.
Nanda: Por que você está fazendo tanto pelo Dylan?
Ryan: Hum...
Ele solta um sorriso e um suspiro, aparentemente esperando o momento em que eu fosse pergunta-lo sobre isso.
Ryan: Nada demais. Não tenho nenhuma criança na minha família mas querendo ou não, sinto uma afeição por elas, eu particularmente gosto, como não tenho planos para ter filhos e muito menos a minha irmã, eu gosto de mima-las como eu posso. Dylan é um menino esperto mas situações que ocorreram agora, me deixaram receoso com a forma que ele pode crescer, então eu só queria... amenizar, para que não se torna-se um trauma.
Nanda: Eu te agradeço por isso, senhor Carter.
Ryan: Não tem problema algum, não precisa me agradecer, fico feliz em fazer isso por vocês.
Eu assumo sentir um leve calorzinho quando ele diz "Vocês" invés de somente "Pelo Dylan", como se Dylan fosse uma desculpa para ele se fazer presente.
É verdade que eu poderia tomar essa hipótese como verdade, mesmo com as viagens que Ryan faz constantemente, ele sempre estava lá, alimentando Dylan com presentes e um carinho que é até difícil explicar.
Quando recebemos Dylan no aeroporto, os dois pareciam desconfortáveis na presença um do outro, Dylan tinha receio por conta do único homem que ele havia conhecido: Seu pai, que para todos os efeitos: Era um cuzão.
Ryan tentava agir normalmente mas era visível que ele não sabia interagir com Dylan, estando sempre um pouco distante.
Tudo isso mudou abruptamente quando no segundo dia, Ryan resolveu mostrar a ele, sua paixão por carros. Levou Dylan e eu no estacionamento da Carter Corp, mostrou um de seus incontáveis Aston Martin e o meu loirinho ficou doido, descobriram uma paixão igual, enquanto eu? Sobrei. Sim, é isso é o que acontece quando sua paixão se trata de veículos de duas rodas.
Nanda: Senhor... creio que já esteja tarde, devo levar o Dylan para casa.
Eu checo o relógio enquanto falo com ele. Já são 10 horas da noite e se eu quiser descansar para amanhã, tenho que dormir cedo.
Ryan: Tudo bem. Vamos? Deixo vocês dois em casa.
Eu me levanto junto com Ryan, que carrega Dylan como se fosse uma pena em seu braço.
Em um dos meus ombros, tem a minha bolsa, no outro a mochila-tubarão de Dylan.
Escutamos de repente, um som que se mistura com uma vibração, vem do bolso de Ryan, seu telefone toca.
Nanda: Eu fico com o Dylan.
Ele pega o telefone e ao ler o nome de quem está ligando, ele me entrega Dylan.
Ryan: Eu preciso atender, desculpe.
Ele se vira e anda para mais longe de mim. Consigo escutar somente as primeiras palavras de sua conversa e nada mais.
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Is it Love? Ryan - "𝐒𝐑. 𝐎𝐋𝐇𝐀𝐑 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐍𝐒𝐎"
RomanceUma jovem se muda para a famosa cidade que nunca dorme, afim de encontrar melhores oportunidades e não demora muito para que ela consiga um emprego em uma das maiores empresas de lá, a Carter corp. Em poucas semanas, Fernanda já havia se enturmado c...