o vislumbre do vermelho tomou conta dos olhos azuis. em vez de gritar apavorada, berrar, chorar, lamentar ou qualquer coisa, rei ficou imóvel. tudo pareceu tão lento e doloroso naquele momento que rezou internamente para ser apenas mais um sonho ruim, e que quando acordasse, estaria de volta no hospital, bem, ao lado de shino.
shino. como ele estava? queria se perguntar isso, mas não conseguia pensar em nada. sua mente estava completamente em branco, tomada pelo vazio e por uma completa tristeza e solidão.
o corpo pequeno, mas ainda assim não tão baixo, caiu em seus braços, e o sangue pingou em sua pele descoberta pelos cortes da espada que resultaram em rasgos na roupa. a arma foi retirada rapidamente do menino, mas acabou caindo das mãos do assassino.
" ichi.. " murmurou, incapaz de formular o nome do mais novo completo quando viu seus olhos perderem o brilho e o foco. " ei, tudo bem? " pôs sua mão no rosto do irmão, a pele ficava cada vez mais gelada conforme o rosto se tornava pálido. " ichigo. me responde. " resmungou apertando os braços ao redor dele. " ei, o que eu te disse uma vez? " a loira sequer viu as lágrimas brilhando em seus olhos, apenas se concentrou em não deixar o menor escapar de seus braços. " tem que responder a irmã rei. " fungou, e apenas sentiu duas mãos lhe apertarem os ombros.
" rei.. " a voz de mei soou quebrada, e rei forçou um sorriso quando se virou para encarar a prima. " por favor, rei, você s-sabe.. "
" eu sei o que, mei? " piscou atônita, voltando a olhar para seu irmão. " ele tá bem.. só acabou desmaiando.. sabe, eu acho que ele deve estar cansado, sabe — " fungou outra vez, penteando o cabelo loiro. " por conta das missões, são cansativas as vezes, não? "
mei firmou os pés no chão, tremendo. " rei, para. "
" parar o que? "
" isso. ele.. e-ele.. " procurou as palavras certas, mas não encontrou. " ele se foi, rei. " sua voz era firme, embora pudesse estar embargada no fundo. " ele se foi.. " murmurou.
" o que? " ela continuou sorrindo. " por que 'tá dizendo isso? "
" rei, me escu- "
" escutar o que, mei? " a fitou com raiva. " ele tá bem! você não consegue ver? "
" ele morreu. "
" não! não, não, ele não morreu! "
" eu sei que pode ser difícil de entender, mas por favo-! "
" PARA! " berrou, agarrando o corpo do menor. " ELE NÃO MORREU! EU NUNCA PERMITIRIA. "
" ELE MORREU. ponto! " mei-mei esbravejou, tamanha raiva tomando conta de seu corpo esguio e mente bagunçada a ponto de faze-la soltar as lágrimas que segurou, não somente ao longo daquele momento tempestuoso, mas sim ao longo dos anos. " você tentou proteger ele, e falhou! eu tentei, e eu falhei! "
rei soluçou, e apertou o corpo pequeno preso em meio a seus braços ensanguentados; se atreveu a observar suas feridas, e o grande buraco físico que tinha em seu peito. logo, a consciência de que as últimas coisas que ichigo ouviu foram suas palavras raivosas e gritos, ao invés de coisas carinhosas que lhe tranquilizariam antes que deixasse este mundo.
" eu falhei... " ela soluçou alto, e um grito grave e doloroso se espalhou pelo quarto minúsculo conforme trazia o corpo de seu irmãozinho para perto de si; murmurava coisas incoerentes, a culpa, raiva e luto recente lhe atingindo como o mais grave terremoto que já aflingiu a terra em que viviam.
sem nem perceber, o som de algo metálico caindo no chão se fez presente, e outro grito — dessa vez, masculino — ecoou antes que perdesse a consciência, apertando o corpo de seu irmão nos braços enquanto suas feridas sangravam e ardiam contra a pele pálida — agora, manchada de sangue.
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✓ 𝖡𝖫𝖮𝖮𝖣 𝖳𝖤𝖠𝖱𝖲! shino aburame
Romance𝒊𝒗, 𝐜𝐚𝐧 𝐲𝐨𝐮 𝐟𝐞𝐞𝐥 𝐭𝐡𝐞 𝐜𝐨𝐫𝐩𝐬𝐞 𝐢𝐧 𝐲𝐨𝐮𝐫 𝐚𝐫𝐦𝐬? ────── 𝗇𝗈 𝗁𝗈𝗉𝖾 𝗂𝗇 𝗍𝗁𝖾 𝖺𝗂𝗋, 𝗇𝗈 𝗁𝗈𝗉𝖾 𝗂𝗇 𝗍𝗁𝖾 𝗐𝖺𝗍𝖾𝗋, 𝗇𝗈𝗍 𝖾𝗏𝖾𝗇 𝖿𝗈𝗋 𝗆𝖾: 𝗒𝗈𝗎𝗋 𝗅𝖺𝗌𝗍 𝗌𝖾𝗋𝗏𝗂𝗇𝗀 𝖽𝖺𝗎𝗀𝗁𝗍𝖾𝗋 𝒊...