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𝐸𝑀𝑀𝒜  𝑀𝒴𝐸𝑅𝒮

— Estar presa e sozinha é pior que a morte. Estou aqui a horas dançando com a minha atual melhor amiga, Solidão. Li alguns livros, mas todos foram escritos por homens sem sentimentalismo. Por que os homens deste século são fascinados pela guerra e o poder? Guerras matam inocentes e tornam fascistas poderosos. Empobrece o povo e enriquece a monarquia.

— Cansada de dançar, a solidão pediu chá. Mas que chá? Estou faminta e não tem nada que possa mastigar neste buraco. Onde a majestade está? Entendo que é ocupada e tenha muitas coisas para se preocupar. Mas será que ela lembra que sou um ser humano com necessidades biológicas?

Emma — Sabe Soli, sinto que vamos definhar aqui. A porta trancada, sem mantimentos e... — Sorri ao ver a bolsa que ela deixou em seu lado da cama. — Esqueça meus lamentos, Soli.

— Aproximei-me para abri-la. Há muitas coisas de grande utilidade aqui. Panos brancos com linhas douradas nas extremidades, frascos com fluidos que não sei identificar, ervas distintas e comida. Vendo todas essas coisas me recordo que ela falou que voltaria para cuidar de mim.

— Todavia, meu tornozelo apenas piora e nada dela voltar. Sentei beira a cama com uma maçã e uma banana.
Essa não é a refeição que eu gostaria de comer, mas já é o suficiente por agora. Perdida em meus próprios pensamentos, ouço o som das ferraduras de cavalo. Será ela?

— Apressadamente deitei sobre a cama, fecho meus olhos e finjo dormir. Por que estou agindo assim?
Ouço passos próximos a porta que logo é aberta.

𝐉𝐄𝐍𝐍𝐀 𝐎𝐑𝐓𝐄𝐆𝐀

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𝐉𝐄𝐍𝐍𝐀 𝐎𝐑𝐓𝐄𝐆𝐀

— Passei a manhã entre os muros do castelo para não elevar suspeitas. Voltei a floresta com comidas e roupas confortáveis para ela. Ao abrir a porta, vejo seu corpo deitado sobre a cama. Lanço a bolsa de couro ao chão e me aproximo dela.

— Seu rosto foi esculpido por anjos ou ela é um deles. Não há outra explicação para tamanha beleza.
Se ela não fosse a ameaça que é, certamente seria uma de minhas amantes. Céus, que mulher intrigante e sedutora.

— Afasto meus pensamentos pecaminosos. O tornozelo está mais feio do que na noite anterior. Talvez ela tenha o forçado ou foi uma grave contusão. Toco a ponto de meus dedos no local a fazendo gemer de dor. A acordei sem a intenção de acordá-la.

Jenna — Vou cuidar disso. — Me refiro a sua contusão. — Isso está feio.

Emma — Vossa majestade demorou a voltar.

Jenna — Tenho mais oque fazer. Não posso parar minha vida para cuidar de você, mesmo que pudesse não faria. — Fui rude e mesmo assim ela não parece importar-se com minhas palavras. Estranho!

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