A magia que habita em nós | Paul Lahote

Engagement

Maya estava terminando o seu dia de trabalho na escola da reserva. A bruxa era apaixonada por música, tinha uma voz doce que encantava a todos, mas o que ela realmente amava era tocar piano.

Após entregar a última criança para a mãe, a bruxa voltou para dentro da sala para praticar mais um pouco, começou a dedilhar Crazy Little Thing Called Love quando sentiu um corpo se sentar ao seu lado, sorriu ao ver Jared ali.

A família Cameron e Black eram muito unidas, por isso os dois jovens tinham crescidos juntos e o que mais uniu a dupla foi a paixão pela música.

- Bem que Lahote me disse que você continua tocando perfeitamente - Jared disse assim que a amiga finalizou a melodia - já está pronta para cantar na próxima fogueira?

 - Nem inventa Cameron - a bruxa empurrou o ombro do amigo rindo - sabe que odeio esse tipo de biscoito.

- Qual é Maya, você tem uma voz perfeita. Tanto que quando falaram que você foi aceita em Juilliard, ninguém suspeitou que podia ser um desculpa. 

- Não foi uma desculpa - a garota confessou com um sorriso tímido, fazendo o garoto franzir o cenho - Só não fazia mais sentindo depois de tudo que aconteceu. 

- Sinto muito, você teria sido uma musicista brilhante. - ele confessou sorriso fraco.

- Está tudo bem - ela abriu um sorriso para o amigo - Estou feliz com o que sou agora, aqui em La Push.

- O que me lembra o motivo de eu estar aqui e não seu cachorrinho - ele levantou tirando uma chave do bolso e entregando para garota, que estranhou o ato - Perai que já te explico - ele seguiu procurando nos bolsos, até encontrar um envelope branco, que tinha as iniciais MB na frente - Aqui - ele entregou com um enorme sorriso no rosto, deixando a bruxa com a maior cara de interrogação - Vai estar tudo bem auto explicativo May, espere eu sair, abre o bilhete e siga as pistas.

Ele beijou a testa da amiga e correu para fora, a bruxa negou rindo. Seus amigos estavam ficando cada vez mais loucos. Ela voltou a sentar no banco do piano, respirou fundo, com um pouco de medo que poderia estar ali dentro, ela sabia que Paul estava aprontando algo. 

" Maya Black, 
Me lembro da primeira vez que te escrevi uma carta. Tinhamos 14 anos, você era uma das meninas mais populares e divertidas da reserva. As poucas interações que tínhamos era por conta da sua amizade com Sam e Jared, e na maioria das vezes nós dois brigávamos como cão e gato. 
Sou apaixonado por você desde a primeira vez que se conhecemos, no porão da casa dos Cameron para um noite de jogatinas. Você deu aquele sorriso sincero e eu fiquei sem saber como agir, e com toda certeza falei alguma besteira que te fez rolar os olhos rindo. 
Depois de meses de arranca aqui e ali, eu decidi que ia mudar a ideia que você tinha sobre mim e passei a te escrever cartas secretas, te contando a versão que só você conhece de mim Maya. Tudo naquelas cartas sempre foram os mais sinceros sentimentos. 
Lembra que no final daquele ano, depois de diversas cartas anonimas, eu resolvi revelar para você que eu era seu admirador secreto? Lembra onde foi nosso primeiro encontro?
A próxima pista está lá. Utilize a moto que Jared lhe deu a chave para chegar mais rápido.
Estou te esperando princesa."

Maya guardou a carta no envelope e colocou em sua mochila, logo botando ela em suas costas. Enxugou as leves lagrimas que caiam em seu rosto e saiu pela porta, procurando uma moto no estacionamento e logo encontrou a moto de Jake. 

A bruxa acelerou e seguiu em direção ao galpão fora da reserva. Após oito meses recebendo cartas anonimas de um admirador, lhe falando diversas curiosidades da pessoa, lhe contando como ele lhe admirava, como reparava em cada detalhe. Como ela batia os lábios em um leve bico quando ficava estressada, como ela prendia o cabelo em um rabo alto toda vez que estava com algum problema porque aquilo lhe ajudava a pensar melhor, como ela amava chegar em casa e ter o irmão mais novo correndo para um abraço, como ela amava dedilhar os dedos pelas teclas do piano e como suas melodias soavam como uma calmaria.