A magia que habita em nós | Paul Lahote

The Cursed

Jasper estacionou o carro ainda na estrada. Ele saiu antes mesmo que a bruxa, que guardou a bolsa embaixo do banco antes de sair da BMW e seguir o vampiro calmamente.

Os dois travaram quando chegaram na reserva Makah. Novamente o poço cheirava a foça e eles podiam sentir de longe, como se diversas vidas partissem dali, e Maya não duvidava que tivessem partido.

Medo. Era um sentimento que muitos achavam bobo, ridículo. Mas ela não. Medo era um dos sentimentos que Maya mais respeitava porque sempre auxiliava ela a controlar sua impulsividade.

Naquele momento, a mente dela pendia em seguir em frente, lutar pelo que ela queria e pelo que sabia que era certo. O medo mandava ela voltar para casa, voltar para os braços de Paul, voltar para seu local seguro.

Rapidamente toda a angústia se foi e a bruxa se foi bloqueada de continuar andando pelo corpo do bruxo.

- Esta mais calma? - Jasper perguntou segurando o braço da bruxa, que apenas concordou. - Maya, vamos alinhar alguns pontos antes de avançar. O obscuros vai se alimentar de todo sentimento ruim, tristeza, medo, raiva. Evite sentir eles bruxinha.

- Pode deixar - Maya fez sinal de avançar.

- Espera - Jasper bloqueou ela, respirando fundo - Maya, eu tenho muitos anos de vida e você é a bruxa mais inteligente, estratégia e forte que conheço. Quando entrar lá, nada do que pensa vai acontecer, será muito pior, o obscuros vai fazer de tudo para você cair em uma das realidades e ficar perdida na sua mente, é assim que ela ganha. Lembre da sua vida real, lembre de Paul, de Jacob, Mason e Leah, do seu pai. Lembre das pessoas que você partiu para salvar e voltou para amar, é essa realidade que você tem que se apegar.

A bruxa ficou surpresa com o discurso do vampiro, respirou fundo neutralizando seus sentimento.

- Jasper, eu deixei no carro uma bolsa, em baixo do banco, se o obscuros sair e eu não, você precisa me prometer que vai entregar as cartas que estão ali.

- Eu prometo bruxinha - Ele disse voltando a andar na frente da morena - Mas ficarei aqui fora torcendo muito pela sua vida e pela minha. Por que se eu voltar sem você, a sua alcateia vai acabar comigo.

- Não vão - Maya disse calmamente - Mason sabe o que fazer para parar eles.

- Só tem uma pessoa que consegue controlar aquele bando de cachorros e essa pessoa é você - Jasper riu com tom de deboche. - Mason pode até tentar, mas nunca irá conseguir. Mas veja como confio em você, literalmente minha vida e a paz da minha família.

- Eu agradeço - Maya desfez o sorriso quando o cheiro forte do poço voltou. Quando ela percebeu, a dupla estava bem próxima a casa. E a senhora na sacada deu um enorme sorriso maléfico em ver os dois - Eu vejo uma Makah, uma senhora bem antiga e bem infeliz. E você?

- Minha mãe - O vampiro disse bem seco. 

Ela apenas concordou respirando fundo. Lentamente ela foi se aproximando mais da casa e parou quando colocou o primeiro pé nas escadas da varanda.

- Oh minha querida Maya Black - A velha senhora de levantou do banco se aproximando da mais nova - Que tal uma xícara de chá?

A bruxa apenas assentiu, dando sinal para o obscuros abrir a porta, aceitando o desafio da bruxa. Antes mesmo de passar para o ambiente escuro, Maya olhou rapidamente para Jasper, que lhe lançava um olhar esperançoso.

- Está pronta para sua morte querida? - O obscuros disse, fazendo a bruxa se arrepiar rapidamente.

- Mais preparada para a sua - Maya respondeu segurando a maçanete e fechando a porta.