Celeste

423 55 3
                                    

Maya acordou com o barulho do trovão, ela sentou na cama com a mão no peito se recuperando do susto pelo barulho da chuva.

Levantou bem devagar e com cuidado, com a ideia de não acordar Paul, mas era praticamente impossível, o lobo acordava a cada respirada pesada de Maya.

A bruxa foi até a janela, vendo que o relogio marcava quase três da manhã. A lua cheia estava bem marcada no céu e os ventos balançavam todas as árvore, os trovões e relâmpago indicavam uma chuva forte vindo.

- Paul, que dia é hoje? - Maya perguntou colocando a mão na parede, sentindo uma pressão na barriga.

- Ei, ei - Paul levantou em um pulo, indo até a noiva e colocando a mão nas costas dela.

- Que dia é hoje? - Maya disse com a voz de dor.

- 13 de Outubro - Paul disse confuso.

- Merda - Maya colocou a cabeça para trás sentindo o liquido descer na sua perna - Chame Sue, o bebe vem hoje.

Paul ficou estatico. Ele estava se preparando para esse momento todos os dias, em como tinha que encher a banheira, no chá que tinha que preparar para Maya, teria que pedir ajuda de Sue e Leah. Mas quando as palavras saíram da boca de Maya, ele percebeu que aquilo realmente estava acontecendo e travou completamente.

- Paul, meu amor - Maya virou segurando o rosto do lobo - Preciso que saia do choque e chame Sue e Leah, eu não consigo usar meus poderes para te mover agora.

Paul escutou a campainha tocar em meio ao estrondo de um trovão, ele levou Maya até o banheiro e ligou a torneia da banheira, descendo para abrir a porta, encontrando Sue, Leah e Mason.

- Como sabiam? - Ele perguntou confuso.

- Eu disse que era uma menina e bruxa - Mason entrou feliz na casa - São todos os sinais de nascimento de um Makah. A lua cheia, os trovões e os ventos, hoje é dia 13. Todos os sinais de quem um poder esta sendo renovado.

- Vamos Leah - Sue puxou a filha para cima, sendo seguida por Paul.

Assim que chegaram, Maya já colocava as folhas de camomila para dissolver na água quente.

- Ei querida - Sue se abaixou na frente da bruxa, que estava sentada na privada apenas de roupa intimida, suando muito.

- Sue, esta doendo muito - Maya colocou uma das mãos no ombro da mais velha, enquanto apertava a mão do noivo com a outra mão.

- Eu sei, mas eu juro que passa - Sue disse ajudando a bruxa a se levantar. - Vamos entrar na água. - A anciã indicou para Paul se preparar para entrar com a bruxa a qualquer momento, fazendo o moreno sair do quarto. - Sua dilatação está quase lá, querida.

- Ah que merda, que merda - Maya disse pressionando a borda da banheira. - Esta doendo demais.

Paul entrou com roupa de banho, entrando na banheira e colocando a noiva de costas em seu peito, dando lhe apoio e conforto.

O lobo ficou jogando água quente nas costas da bruxa, que gemia de dor a cada minuto e falava algumas palavras baixas suplicando para aquilo passar.

O barulho da chuva ficou mais forte e era possível escutar as árvores se mexendo por conta do vento. A respiração de Maya foi ficando mais concisistente, como se a ansiedade estivesse saindo de seu corpo e ela sabia que devia as suas ancestrais por lhe auxiliar nesse momento.

O relogio despertou indicando 3:30 e um trovão rangeu no céu, causando um barulho enorme.

- Esta na hora - Maya disse arrumando sua postura. - A primeira Makah morreu as quatro da manhã, seu poder renasce nesse horário de todo dia 13. Ela precisa sair agora.

- Vamos Maya - Sue ajudou a bruxa a abrir as pernas e se posionou para auxiliar na saída do bebê - Ninguém mais do que você é capa de fazer isso. Conte até 3 e empurre.

Durante quinze minutos a bruxa contou, respirou, empurrou e gritou de tanta forma, que toda a reserva deve ter escutado. E nos quinze minutos o bebe não se movia.

- Não é possível - Maya disse irritada.

- Amor, calma, respira e descansa um pouco - Paul disse jogando mais água nas costas da noiva, que tinha a cabeça deitada em seu ombro.

- Não, não, não. Ela precisa sair - Maya arrumou novamente sua postura, respirando para acalmar seu coração, colocando as duas mãos na barriga .

- Filha, a mamãe preciso da sua ajuda, você precisa sair. Eu sei que você se sente segura ai, você passou por muita coisa e nem ainda nasceu, mas eu te prometo que nada nesse mundo vai te atingir, porque você não conhece ainda quem é sua mãe, mas nenhuma barreira é tão alta e impossível de vencer quando se trata das pessoas que ela ama. E eu vou ser seu maior guardião, vou fazer de tudo para te ver feliz e te fazer feliz, nem que eu precise derrubar o mundo para isso - Paul acariciou a barriga da noiva sentindo o bebe chutar - E um segredo entre nós, eu não sei seu rosto, não sei se é mais parecida comigo ou com sua mãe, mas nós ja te amamos te uma forma inexplicável, mas precisamos que você saia, porque estamos preparados para ter você aqui.

Maya encostou a cabeça no ombro de Paul, sentindo a pressão na sua barriga aumentar. Paul sorriu vendo que a conversa tinha dado algum efeito.

- É agora - Maya sinalizou para Sue que sorriu vendo a cabeça do bebe posicionada.

- Maya, agora você não pode gritar, é o momento mais dificil. Faça força, mas não grite. - Leah disse entregando toalhas para a mãe.

- Vamos Maya, vamos conhecer essa princesa. - Sue disse sorrindo para a bruxa, que fechou os olhos pressionando tudo que podia.

- Você está indo muito bem amor - Paul beijou o pescoço da bruxa quando ela fez uma pausa para respirar.

O relógio do quarto tocou quatro vezes, indicando quatro horas da manhã, no mesmo momento que um choro forte soou sobre a casa, seguindo por um suspiro longo de alivio de Maya e Paul.

Sue tirou a criança da água, chorando de emoção por ver Maya sendo tao forte. Ela limpou rapidamente a bebê  e enrolou em uma toalha.

- Parabéns, é uma menina - Leah disse entregando a bebe para Paul e Maya, que choravam como duas crianças.

- Não duvidava que fosse - Paul disse com um tom irônico, arrancando risada das três mulheres.

- Ja sabem o nome? - Sue perguntou. Maya levantou o olhar para Paul que apenas concordou, já sabendo o nome que a noiva queria para a criança.

- Celeste Black Lahote - Maya acariciou o rosto da bebe, que mexia seu corpo curiosamente, mas não chorava mais - Bem vinda minha pequena bruxinha

A magia que habita em nós | Paul LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora