𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐋𝐈𝐍𝐇𝐀𝐒 𝐄 𝐂𝐇𝐎𝐂𝐎𝐋𝐀𝐓𝐄, Wonka.

02 | Só uma cartola.

mαeve αgrıche.

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NO FINAL DE TUDO, eu não consegui ter uma conversa com Willy Wonka como estava planejando. Eu precisava pensar melhor no que falar com ele.

E por isso, eu passei a noite em claro desenhando cartolas e pensando com clareza o que eu conversaria com ele na próxima vez que o encontrasse. Eu esperava que fosse logo.

Eu estava tão entretida e focada em desenhar as cartolas que mais combinariam com ele que nem me dei conta que já havia amanhecido. Só me dei conta quando meu pai apareceu no meu quarto dançando e dando bom dia.

——— Bom dia, Pai! — Respondi e ele me puxou para dançar com ele.

Acabamos dançando por um tempo enquanto eu ria de como ele conseguia acordar animado já.

——— Passarinhos me mostraram que você passou a noite em claro, então, eu vou fazer um café bem reforçado! — Ele disse cantarolando enquanto saia do quarto e descia para a cozinha da casa.

Eu olhei para o monte de papéis sobre a minha escrivaninha e os juntei colocando todos dentro da minha bolsa e descendo me juntando ao meu pai de volta.

🍫

O dia estava sucegado. Como sempre. Não havia movimento na loja e eu estava desanimada sentada no balcão tentando focar minha atenção em qualquer outra coisa, seja nos chapéus pendurados pelas paredes da loja, nos meus desenhos abaixo de mim ou nas pessoas que passavam pelo lado de fora.

——— Já é a quarta vez que essa garotinha de vestido verde passa por aqui com a mãe dela, você não acha, Strudel? — Perguntei para a minha cartola como se alguma hora ela fosse responder.

Minha atenção então é atraída por uma movimentação incomum, com seu casaco cor de vinho e sua maleta de coisas, vi Wonka passar pela frente da loja e corri para me ajeitar e ir ao lado de fora.

——— Wonka, Ei, Wonka! — Chamei assim que abri a porta.

Ele parece ter escutado e deu giros procurando de onde vinha a voz, até que seus olhos encontraram os meus e eu acenei animadamente. Ele parece me reconhecer da noite passada e logo muda seu trajeto vindo até mim.

——— Senhorita Agriche, que prazer revê-la tão rapidamente, onde você foi pra casa e não conseguimos nos despedir adequadamente!

——— Mae. Pode me chamar de Mae, todos me chamam assim! — Respondi para ele.

——— Mae, pois eu prefiro Eve. Minha mãe sempre disse que eu não sou todo mundo! — Wonka respondeu e eu dei uma risadinha com aquilo.

——— Pode me chamar de Eve, então! — Respondo adentrando a loja novamente e dando espaço para ele adentrar.

Notei que ele parecia ficar encantado ao adentrar e ver toda aquela imensidade de chapéus e cartolas.

——— Uau... — Ouço ele murmurar — A loja é sua?

——— É o negócio da minha família! — Respondo com um sorriso indo até o balcão novamente enquanto ele me segue.

——— Nunca vi tantos chapéus antes na minha vida!

——— Nunca mesmo? — Perguntei e ele negou com a cabeça.