Circo

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Circo

Num espetáculo circense,
Fora da massa alienada,
Sou a atração central,
Mas não aquela que agrada,
Sou quem causa temor, repulsa,
Pela incompreensão arraigada.

Não direi o que querem ouvir,
Não despertarei risadas,
Trago raiva, dúvida, inquietação,
Ameaço o estilo de vida em fachada,
Fim do encanto ingênuo, verdade crua.

Sou a dor que desperta realidade,
Abominada, rejeitada, mas certa,
Sou o passado, seu próprio inimigo,
Relembrando onde a culpa se assenta.

O supervisor do circo me despreza,
Porém, precisa de minha luz sombria,
Não careço deste espaço, ele que me implora,
A revolução à espreita, transformando o caos em justiça.

Sou a tempestade no paraíso, a voz incômoda,
Dissonante, mas necessária, a despedida do engano.

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