Eu o amava

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Boa leitura
 

                           ♥️✨♥️

Jimin

— Seu filho da puta! —  berrou Taehyung, entrando no meu quarto enquanto eu vestia o pijama. Puxei a calça para cima, assustado, e quase perdi o equilíbrio. A maquiagem dele escorria pelo rosto com as lágrimas, e a sombra preta estava borrada. A barra do smoking parecia ter sido arrastada na lama, e seus olhos estavam arregalados. — Não acredito! Não acredito que contou para eles!

Pisquei uma vez, confuso. Contei o que para quem?

— Ah, não banque o inocente. — Ele riu, histérico, e, pelo seu riso, vi que ele estava sob efeito de alguma coisa. Os olhos estavam agitados demais para que ele se encontrasse em seu estado normal. — É ridículo que alguém acredite em qualquer merda que você fale, quando você, na verdade, é um monstro! Não acredito que tenha contado aos nossos pais sobre o que aconteceu com o Jackson ontem!

Meus lábios se abriram, mas nenhuma palavra saiu, o que o deixou ainda mais irritado. Corri para pegar um pedaço de papel e uma caneta para dizer que eu não tinha contado nada, mas ele deu um tapa na minha mão, derrubando-os.

— Qual é o seu problema? Por que abre a porra da boca se não vai dizer nada? E para que escrever no papel? Isso é o mesmo que falar, Jimin! Só use a porra da sua voz, aberração!

Meu corpo começou a tremer na medida em que a raiva dele aumentava. Ele foi até as paredes do meu quarto e começou a derrubar todos os meus livros perfeitamente arrumados. Ele os jogou no chão, furioso, e começou a arrancar as páginas deles.

— Como você se sente agora, hein? Como você se sente vendo alguém foder com a sua vida do jeito que você fodeu com a minha?

Nunca o vi tão louco, tão furioso.

— Papai apareceu no baile e brigou com Jackson. Foi um vexame do caralho. Mas isso não é tudo... não. Antes de ele me envergonhar na frente da escola inteira, tentei beijar o Jungkook, e ele disse que não podia fazer isso. E sabe por quê? — Ele deu uma risada histérica, pegou outro livro e começou a arrancar as páginas. Corri para tentar impedi-lo, mas ele era mais forte que eu. — Porque ele disse que sente algo por você. Por você! Dá para acreditar? Eu não consegui. Por que alguém ia te querer? O que você vai fazer? Namorar com ele sem nunca sair de casa? Vocês terão jantares românticos na sala de estar? Você não merece o Jungkook. Você não merece merda nenhuma!

— Taehyung! — gritou meu pai, correndo pelas escadas. — Vá para o seu quarto.

— Você está brincando? Ele pode arruinar a minha vida e sou eu que fico de castigo?

— Taehyung — disse meu pai em tom de alerta. Ele nunca perdia a paciência. — Vá para o seu quarto agora. Você está bêbado e drogado e, amanhã de manhã, vai se arrepender das coisas que está dizendo para o seu irmão.

— Ele não é meu irmão! — explodiu Taehyung antes de soltar as páginas que haviam ficado no livro. — Eu queria que você tivesse ficado perdido na floresta. — Ele empurrou meu pai ao passar. — E você não é meu pai

Eu vi: uma parte do coração do meu pai se despedaçou.

Ele se abaixou e começou a pegar meus livros e eu coloquei uma das mãos no braço dele para impedi-lo.

Ele sentiu o meu tremor, e eu senti o dele.

Meu pai levou a mão à testa e soltou o ar pesadamente.

— Você está bem?

Assenti devagar.

— Sua mãe encontrou o papel amassado no quarto do Taehyung. Nós dissemos isso a ele, mas ele estava bêbado demais para entender qualquer coisa. Jungkook já estava tentando trazê-lo para casa, mas ele foi embora com o Jackson antes de conseguirmos fazer alguma coisa, e, pelo visto, chegou aqui antes de nós. — Ele tira os óculos, e seus dedos massageiam a parte de cima do nariz. — Eu deveria ter vindo mais rápido, assim ele não descontaria a raiva em cima de você dessa forma. — Seus olhos ficaram cheios de lágrimas. — Os seus livros.

The Silence of WatersOnde histórias criam vida. Descubra agora