3 - Proposta

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A área comercial da cidade, era um aglomerado de sobrados e pequenos edifícios se estendendo por varia ruas em volta do setor financeiro da cidade.
Nthanda parou em frente ao edifício do Sr. Turner, um sobrado de três andares, feito de blocos de arenito e revestido em terracota, com uma fachada de madeira envernizada escrito: SERVIÇOS O.T. Geralmente chamado só de "O.T". Se forçou a dar um passo inseguro para entrar, Owen Turner era o dono do Feudo Grishik, onde Nthanda cultivava, além de gerenciar outros negócios pela cidade. O rapaz é quem tratava de assuntos burocráticos de sua família com o chefe da terra, frequentemente o Sr. Turner tentava recrutar o jovem Nthanda para ser entregador em uma de suas lojas. Mas isso nunca aconteceu, apesar de tentar disfarçar sua arrogância e frieza com atos vagos de caridade, todos fingiam que não conheciam sua fama no submundo de Peutan. O jovem tomou coragem, rezou para que fosse um dia em que Sr. Turner estivesse de bom humor, então entrou.

Ao adentrar no edifício, reparou nos detalhes que sempre o impressionavam - do piso de mármore aos moveis de madeira rústica, que davam um ar elegante ao lugar. Relaxou um pouco ao ver um rosto amigo observando do gabinete de recepção.

- Aguarde um momento, por favor Sr. Turner está em reunião agora - disse a jovem, não mais velha que ele, sentada em uma mesa de madeira escura. Usava uma camisa formal, e os cabelos ruivos e lisos caíam até os ombros.

- Puxa! que formalidade comigo Clow..

- Por favor, em horário de serviço, me chame de Srta. Chloe. - disse ela, mantendo a seriedade.

Mas não aguentou.

A garota caiu em gargalhadas dizendo abertamente.

- Amo ver essa sua cara Than.

Um sorriso encantador iluminou o rosto da jovem.

- Há há, engraçadinha. Com quem ele está falando hoje? - Disse o rapaz, com um pequeno sorriso no canto da boca.

- Eu não conheço, parece ser um visitante de Sallar - disse ela, se espreguiçando.

- Visitante? - a palavra o fizera lembrar o estranho encontro que ocorrera mais cedo.
Estremeceu com a lembrança.

Então a porta do escritório se abriu. E um meio humano de aparência elegante saiu acompanhado de um homem. Asas de corvo pendiam de seus ombros como uma capa sobre o fino terno negro. Seu rosto frio e severo exibia marcas de cicatrizes. Era Owen Turner.

- Aguardarei contato, meu caro... - disse Turner ao companheiro que o seguia para fora da sala.

O homem, de pouco mais de quarenta anos, tinha aparência refinada. Cabelos penteados para trás, olhar firme, roupas provavelmente mais caras que a casa de Nthanda. usava uma camisa formal negra de seda, abaixo de um colete vinho. Havia um casaco vermelho-escuro de camurça com detalhes em ouro e um relógio de bolso dourado pendurado ao colete. Talvez fosse algum nobre, pelo jeito de caminhar.

- O prazer foi meu, Sr. Turner. Até mais ver.

- Tenha uma boa viagem, Mestre Bennet.

E o homem saiu andando calmamente em direção a feira, sem se quer olhar na direção de Nthanda.

- Senhor Turner? - disse o ansioso Nthanda ao homem das cicatrizes.

- Ah. Odarah. venha até minha sala... - disfarçou a surpresa.

- Claro! - respondeu o rapaz prontamente. 

Os dois entraram na sala, deixando a Srta. Chloe fitando a porta com um olhar preocupado.

- Sr. Turner, queria primeiramente agradecer por me receber hoje.

- Vá direto ao assunto rapaz. - disse ele, folheando alguns papeis sobre a mesa.

O Lutador de PeutanOnde histórias criam vida. Descubra agora