Um corredor escuro.
Celas se estendiam ao longo do espaço estreito cavado na pedra. O brilho turvo de algumas velas era a única iluminação do local. O gotejar de umidade, que vinha de alguma parede por perto seria o único som ali. Em uma das celas, havia um homem sentado no canto da parede de cabeça baixa. Sua silhueta na escuridão, não revelava seu rosto, além de que era de boa estatura, não se podia definir se era velho ou jovem. Outra coisa que era notável através de sua silhueta, e que não tinha cabelo em sua cabeça. Ele falava com o prisioneiro da cela ao lado, como se fossem bons amigos de infância, seu ouvinte por sua vez, apenas respondia com recorrentes murmúrios. O homem contava a história de como chegou ali, com um tom amigável e vivido.
- Sabe. Parece que foram séculos. Eu costumava trabalhar em um feudo no Oeste de Peutan, com certeza esse lugar me faz sentir saudade dos cheiros de lá ao invés de todo esse mofo e sujeira. – disse olhando as cinzentas paredes da cela.
Peutan, uma das maiores cidades de toda Kayron, governada por um conselho de sete pontífices. Um gigante Oasis no meio do Deserto de Ürik, com rotas de comercialização que conectavam toda Kayron. Boa parte de Peutan também era composta de vegetação.
- Eu tinha uma vida que muitos achariam sofrida. Morava com a minha mãe nas áreas periféricas. Trabalhávamos o dia inteiro, debaixo do sol quente, depois voltávamos para a cidade ao cair do Sol. Ele parou. Levantou a cabeça e perguntou.
- Não estou te entediando, estou, amigo? – E se inclinou um pouco para ouvir a vós do outro dizendo.
- Pode continuar.
- Muito bem. Aliás, me chamo Nthanda.
As sombras na cela eram profundas, e as paredes de pedra úmida pareciam fechar-se ao seu redor. Nthanda continuou sua narrativa, sua voz suave ecoando pelas paredes e pelo corredor escuro.
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o Lutador de Peutan
ФэнтезиNthanda era um jovem e humilde fazendeiro na cidade de Peutan, a Cidade do Deserto. Porém, ele não sabia que mentes conspiratórias muitos além de seu conhecimento estavam nas sombras da corte de Peutan e tinham planos para seu futuro. Nthanda então...