Loteria - Dahmo - Twice.

Vida nova?

Quando Dahyun acordou naquela manhã despretensiosa de quinta feira, abriu o maior sorriso de todos. Nunca que ia imagina que seria sortuda o suficiente para ganhar na loteria. Já tinha 3 meses que ela viu os números sorteados na tela da TV e os conferiu em seu bilhete.

A vida dela até aquele momento podia ser considerada normal, tinha problemas e dramas que não dariam uma bela história de algum livro, ela apenas estava vivendo como qualquer pessoas no mundo. Filha única de uma mãe solo e que nunca conheceu o pai, Dahyun se considerava apenas mais uma na multidão, um pontinho no mar de gente.

Nunca deu seu pior a ninguém, mas também não se esforçava para agradar todo mundo. Tinha sido uma gerente de vendas eficiente o bastante para ter um bom bônus no fim de ano, morava em um minúsculo apartamento, via sua mãe pelo menos uma vez por mês, já que nunca sabia ao certo se ela estaria em sua casa ou em mais uma viagem repentina apenas para ver o por do sol na praia ou para tomar uma sopa indicada por alguém na Internet.

A relação das duas não era ruim, as duas sozinhas batalharam muito para ter uma vida normal, então quando sua mãe finalmente se aposentou do hospital em que foi por décadas enfermeira, resolveu seguir a vida a vivendo cada dia como único, coisa que era um ponto de discordância e crítica dela sobre sua filha que era considerada careta.

Dahyun não era de festas, de bebidas ou agitação e até mesmo sua vida amorosa era parada, sua mãe insistia que ela devia viver e não existi. Mas Dahyun realmente se achava comum, uma pessoa que não chamava atenção, não era odiada, mas também com certeza não era a primeira ou segunda opção de ninguém, tinha amigos, mas nenhum que a visse como realmente essencial em sua vida.

Então quando ganhou toda aquela bolada, ela resolveu seguir seu sonho. Primeiro abriu um fundo de reserva para sua mãe, assim ela estaria assegurada em todas suas aventuras, aliás ela tinha sido a única pessoa para quem Dahyun contou sobre o dinheiro. Passou 2 meses indo normalmente para seu trabalho, não queria levantar nenhuma suspeita.

Depois que já tinha o dinheiro e que havia pedido demissão alegando que se mudaria para as montanhas para trabalhar com uma prima em sociedade a uma madeireira já que era algo que estava em alta e como ninguém sabia que ela não tinha nem tia ou prima, engoliram a história. No seu último dia nem festa fizeram, apenas seu chefe que lhe presenteou com uma xícara com a logo da empresa.

E naquela quinta ela finalmente se mudaria, realmente iria para as montanhas, moraria em uma pequena cidade tranquila, sem barulho de sirenes ou gritaria, uma casa modesta, mas bem confortável, se dedicaria a seu sonho de escrever um livro, afinal não iria precisar trabalhar mais, levar uma vida até que simples para a quantia que tinha agora no banco iria permitir que nunca mais precisasse acordar às 6h e andar de transporte público lotado.

Foi arriscado comprar a casa sem realmente fazer uma visita, mas não era possível que tivesse sido passada para trás por uma idosa tão simpática, as fotos e os vídeos também pareciam genuínos. Ela só precisaria ir até a prefeitura com a dona da casa para definitivamente registrar o imóvel em seu nome.

Com as poucas coisas que tinha na mala de seu carro, Prejuízo seu cachorrinho no banco da frente, ela dirigia empolgada até sua nova vida. Estava de fato muito feliz com o novo rumo de sua vida. Sua mãe tinha lhe feitos lanches rápidos para comer durante a viagem. Mesmo que Dahyun tenha lhe convidado para ir morar com ela ou em uma casa perto, o espírito livre de sua mãe preferiu manter as coisas como estavam, naquele mesmo dia também iria para mais um destino inusitado.

Quando estava passando pela placa da cidade Dahyun sentiu seu coração bater mais forte, sentia que poderia ser feliz ali, aquela pequena cidade poderia ser o lugar que daria a ela a chance de ser alguém especial a ela mesmo, afinal estava conformada em não ter tantas pessoas em sua vida, queria apenas aproveitar a tranquilidade.