𝕻𝖗𝖔𝖑𝖔𝖌𝖔

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Era uma vez...

Em uma época em que o País das Maravilhas estava em uma completa e maravilhosa paz...


Já se passavam anos e décadas, séculos e milênios que o Reino de Copas teve a conhecida Rainha, aquela que mandara cortar-lhes a cabeça de quem não lhe agradava.

Muitos anos depois que A Alice esteve neste País Maravilhado.

Os tempos eram novos, as pessoas regozijam de alegria pura, ninguém teme à Rainha de Copas.

Lojas se abriam todos os dias neste Reino, crianças nasciam a cada momento, a hora do chá era toda hora.

Estava tudo perfeito, mas...

Um dia o Rei de Copas foi alarmado por uma terrível ameaça ao Reino de Copas, vários de seus guardas estavam sendo assassinados em série, deixando a guarda Real enfraquecida, o Rei se desesperou a fim de encontrar o responsável por estes atos terríveis.

Foram entrevistados: humanos, vegetais, insetos e animais, mas ninguém encontrou o assassino.

No Reino todo havia apenas um forasteiro, diziam ser ele da terra dos insignificantes onde até mesmo a própria significância é insignificante. O forasteiro era filho de ninguém, irmão de ninguém, marido de ninguém e pai de ninguém.

Seu nome?

Senhor Sem Sentido.

O Rei em um ato desesperado mandou que levassem Senhor Sem Sentido para o palácio Real, para enfim culpar alguém por estes crimes, até porque ele era o único desconhecido entre todos.

Chegando lá, chamou a atenção da Princesa de Copas, o rapaz possuía cabelos no tom mais escuro de roxo, quem olhava pensaria que fosse preto, seus olhos eram azuis como o mar, sardas viviam em seu rosto.

Assim que a Rainha de Copas o viu ela notou que o sujeito claramente não era o tão procurado assassino, porém apesar de tudo, a Rainha viu a necessidade do Senhor Sem Sentido de ter um emprego, e com o coração tão bom quanto a marca registrada de copas a Rainha decidiu o que fazer com o forasteiro desempregado.

Mas apesar de tudo o que a Rainha falava para o Senhor Sem Sentido, a Princesa não conseguia tirar os olhos do belo rapaz, que, para ela fazia sim sentido.

Após a decisão tomada, que foi ele trabalhar nos estábulos para todo o sempre, de ter um lugar para morar e comida para se alimentar, a Princesa teve a liberdade de falar com o rapaz.

Nas primeiras conversas a moça se encantou com tudo o que ele dizia, as palavras sempre bem pensadas, a maneira como ele a fazia rir, tudo no Senhor Sem Sentido que tem sim sentido a encantou.

Os tempos foram passando e tudo parecia mais belo ao olhar da moça, mas seus pais, O Rei e A Rainha, jamais aprovariam este relacionamento.

Uma única noite de núpcias, que não fora de fato uma noite de núpcias, foi o que eles tiveram, até Sua Majestade descobrir o relacionamento.

Como isso feria gravemente os planos para a herdeira do trono de Copas, que era ela se casar com o Duque mais bem falado de toda a Copas, a princesa quebrou os planos deles.

O Rei achou uma tremenda falta de respeito, ele lhe deu comida, casa, emprego, e ele ainda queria sua única filha?

Ele deu enfim seu veredicto.

E pela primeira vez em muitos incontáveis anos, ele mandou que cortassem a cabeça do Senhor Sem Sentido.

Porém...

A Princesa estava grávida, descobriu apenas dois meses após a cabeça de seu amado rolar. Seu pais ficaram furiosos mas não mandaram que cortassem sua cabeça. Pelo contrário eles cuidaram de sua filha grávida.

E quando a princesa deu a luz nasceram duas crianças, uma com os cabelos castanhos claros como o da mãe e outra com os cabelos em um tom escuro, mas não tanto quanto o de seu pai, de roxo.

Após o parto das gêmeas, a mãe tampouco resistiu e veio a falecer, deixando as duas garotas aos cuidados da Rainha e do Rei - o que obviamente não aconteceria, as crianças ficariam sob o cuidado dos criados.

Foi dado a garota de cabelos castanhos o nome de Cristiny. E a garota de cabelos roxos o nome de Morgana.

Assim que Morgana deu sua primeira risada tudo a sua volta mudou.

Como uma maldição sendo recitada de fundo uma voz falou:

De uma terra distante


Onde não há gigantes

Onde o significado

Significa tanto quanto o mato

O lugar dos sem sentido

E sem agrado

A insignificância

Tomará conta da criança

A todos que a verem

Sem memória dela ficarão

Tudo vai sumir

Como um apagão

Sua réplica não terá efeitos

Pois isso seria suspeito.


A Maldição foi dita, as luzes voltaram ao normal, e a Rainha da maldição não se lembrou.

Uma criada que estava vendo tudo de perto com uma pena a maldição anotou.

Sem se lembrar do porquê, o papel guardou.

Sem se lembrar do porquê, o papel guardou

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Por Tintas e Espelhos Onde histórias criam vida. Descubra agora