𝟢𝟥.

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𝖮𝗅𝗂𝗏𝗂𝖺

Fezco pediu para conversar com a tal da Loire. Esperava uma conversa longa, mas ele voltou em menos de dois minutos.

— Vou pegar o moleque. — um dos traficante fala. Ele carrega uma arma na mão. Uma arma bem grande.

— Será que posso vestir minha roupa? — Faye pergunta.

𝖠𝗌𝗁𝗍𝗋𝖺𝗒

— Que doideira. Foi a coisa mais doida que eu já vivi! — Rue comenta. Queria poder calar a boca dessa maluca — E aquele cara com a arma e o cabelão cumprido?! Qual era a dele?

— E quando ele ficou puto e me levou pro banheiro? — pelo retrovisor central consigo ver Rue cutucar Olívia.— Achei que eu ia dançar.

Olívia tenta se controlar antes de falar qualquer coisa, mas não consegue.
— Merda, Rue, você é maluca? — ela tenta falar pra Rue, mas o carro é pequeno demais pra que apenas Rue escute — Fica quieta, porra. Caralho...

— A gente 'tá indo pra festa de ano novo. —Fezco para no sinal vermelho, se vira pra trás e fala pra Rue e Olívia — Rue, juízo, e Olívia, você fica com a sua irmã.

— Obrigada. — ela se derrete no banco.

Suspiro fundo.
Finalmente Olívia vai ficar segura.

𝖮𝗅𝗂𝗏𝗂𝖺

— Você não ficou com medo?

— Não. — Ashtray responde — Aqueles caras não iam matar a gente.

Fezco foi o primeiro a sair do carro, provavelmente procurando por alguém. Rue também saiu rápido, mas deve estar atrás de drogas. Não fiz questão nem de sair do carro, quem dirá procurar alguém. Sei que Maddy vai ficar muito tempo nessa festa, então apenas deixei uma mensagem.

"𝖤𝗌𝗍𝗈𝗎 𝗇𝖺 𝖿𝖾𝗌𝗍𝖺.
𝖵𝗈𝗎 𝗉𝗋𝖺 𝖼𝖺𝗌𝖺 𝖼𝗈𝗆 𝗏𝗈𝖼𝖾̂"

Ash e eu achamos um bom lugar pra sentar. Longe das pessoas e barulhos. Merecemos esse conforto depois da noite de hoje.

— Você ficou com medo? — ele parece querer falar mais, então deixo com que termine — Quando entrou na sala?

— Muito. — deixo que um riso frouxo saia. Por mais incrível que pareça, Ash ri de volta. Quase rio mais, só para ver seu sorriso — Mas você e seu irmão estavam lá, então sabia que não ia acontecer nada demais.

Ele pensa um pouco, da um gole na sua bebida e olha pros pés.

— Fiquei com medo de não conseguir impedir caso alguma coisa acontecesse com você. — seu tom é tão sincero que minha postura cai. E se alguma coisa realmente tivesse acontecido?!

Espero que fale mais alguma coisa, mas não fala.
Quando percebo que vamos ficar em silêncio, me encosto na cadeira e vou escorregando até ficar confortável.

— Por que você 'tava com a Rue? — quando dá o último gole, o garoto deixa o copo no chão e se derrete na cadeira como eu — Tipo, você é toda certa e a Rue não.

Preciso que ele ria mais vezes, o som da sua risada me acalma. Me faz parecer normal.

— A Rue chegou na minha casa muito chapada. Ela perguntou se minha irmã tinha um carro. Acho que ela queria ir até vocês comprar droga.

— Sua irmã Maddy. — ele afirma como se repassasse todas as informações que eu disse sobre minha vida.

— Sim. — entramos no mesmo silêncio de novo, mas dessa vez eu gosto.

Não sei porque, mas sinto uma vontade imensa de ir até ele e lhe dar um abraço.
Ashtray parece ser, apesar de tudo, um menino solitário, e eu me comovo com isso.

𝖠𝗌𝗁𝗍𝗋𝖺𝗒

"Fica pronto. Já tô saindo" concordo para Fezco. Desligo o telefone e me levanto. Olívia se levanta também.

— Preciso ir. — me seguro para não falar que queria ficar e conversar mais com ela.

— Ah...— Olívia esfrega as mãos no jeans. Agora, na calma, consigo reparar no quão desenhado seu corpo é — Que pena...

— Você pode me passar seu número. — as palavras fogem da minha boca. Travo completamente, mas ela age com normalidade. Olívia concorda, pega meu celular e coloca seu número.

— Obrigada por hoje. — ela diz com sinceridade — Você foi tipo um super-herói.

Quando vejo, Olívia está enrolada no meu corpo. Seu cabelo encosta suavemente no meu rosto e eu sinto um cheiro delicioso de morango.

Seu abraço é aconchegante, do tipo de abraço que nunca recebi. Demoro um tempo para abraçá-la de volta, mas abraço.

— Obrigado.

Meu estômago se embrulha.

Que merda essa garota fez comigo?

𝖡𝖮𝖱𝖭 𝖳𝖮 𝖣𝖨𝖤 - 𝖺𝗌𝗁𝗍𝗋𝖺𝗒Onde histórias criam vida. Descubra agora