Blondie - Adrinette

Love

O amor é algo inexplicável. Se trata mais de amar, do que de ser amado. Não se controla e nem se prende o amor, você só é guiado por ele. Ele tem a capacidade de reviver coisas em nós, ou até mesmo criar algo nunca vivido. Tem a capacidade de mudar e transformar. Amar é uma decisão.

Eu decidi te amar. Eu te amo.

...

Da última vez quando ele estava prestes a cair da escada, eu não consegui pegá-lo...

Uma gama de sentimentos faziam com que a adrenalina corresse pelo meu corpo como um choque doloroso. Eu corri em direção a ele sem hesitar.

Ter os olhos verdes me encarando, tristes como se estivessem se despedindo. Ao mesmo tempo, suas mãos continuavam estendidas até mim, na espera de que eu o alcançasse.

Mas minha mão não estava nem perto de pegar a dele.

Da última vez... eu não o alcancei...

Eu não podia perdê-lo! Eu queria tê-lo ao meu lado! Eu não queria ter que me despedir tão cedo! Deixe-me ficar com ele só mais um pouco! Me deixa mostrar mais coisas a ele! Tem muita coisa que ele ainda não viu, lugares que não foi, comidas que não provou... Eu nem tive a oportunidade de dizer a ele...

Em uma decisão desesperada, eu dei um pulo para frente, abraçando Adrien antes que ele pudesse cair sem mim. Eu não pensei nas consequências quando fiz isso, só precisava tomar alguma decisão, mesmo que fosse desesperada.

Assim, fiz de tudo para superar o desequilíbrio e trazê-lo de volta. O trouxe com toda a força que eu tinha, convertendo todo o meu medo de deixá-lo cair novamente, em força bruta.

Nós caímos no chão duro do terraço. Eu havia batido fortemente minhas costas e minha cabeça, e tinha Adrien abraçado a mim. Eu precisei de algum tempo para poder me recuperar, minha visão estava embaçada e tudo girava. Minha cabeça doía e os sons estavam abafados.

- ...ette... Ma...ette...

Eu vi um borrão amarelo em minha frente que dizia alguma coisa, e me sacodia insistente. Pisquei meus olhos devagar, e aos poucos, meus sentidos estavam voltando.

Vi a figura de Adrien, com seus cabelos dourados se bagunçando pelo vento. Os lindos olhos verdes que brilhavam como duas esmeraldas em minha direção, cheios de lágrimas e preocupação. Os lábios finos proferindo palavras que eu, na minha inércia, não conseguira compreender. As mãos geladas dele, apalparam cada lado de meu rosto, e ele estava bem próximo de mim. Confesso que eu o achava lindo há muito tempo, mas naquele momento, eu agradeci muito ao ponto de meus olhos ficarem marejados ao observá-lo. Se ele tivesse caído, eu nunca mais veria seu rosto de anjo. Seu rosto angelical e belo. Nunca mais...

- Marinette! Você tá me ouvindo? Ai meu Deus... O que eu faço?

Eu o abracei. Envolvi meus braços em torno do garoto, que de início não devolveu o gesto. Ele hesitou um pouco antes de me abraçar de volta.

Estávamos sentados no chão do terraço da mansão Agreste, abraçados um ao outro, em um vento congelante que fazia meus dentes se baterem uns contra os outros.

- Marinette... Você tá bem? - Adrien perguntou. Ele estava preocupado. Eu ri de forma sofrida, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

Ri enquanto soluçava. As lágrimas desciam e deixavam meu rosto quente, enquanto um sorriso quase rasgava minhas bochechas.

- Marinette! Você bateu a cabeça! Acho melhor a gente chamar o seu amigo médico!

Adrien tentava se separar de mim, mas eu não permitia. Eu queria abraçá-lo, e sentir que ele estava realmente ali comigo. No fundo, o medo dele desaparecer me assolava. Eu quase perdi ele pra sempre...