O som de uma chaleira assobiando e o cheiro do café da manhã caseiro guiaram Remus do porão até a cozinha da casa de Edith.
Os músculos de Remus doíam e o longo arranhão do pescoço até o lado esquerdo queimava, mas não era nada comparado à dor que ele sofreu durante suas transformações quando era mais jovem.
Uma dor que mais de uma vez fez com que a ideia de tomar veneno flutuasse em sua mente como uma bebida tentadora.
"Bom dia", cumprimentou Edith com um sorriso radiante do fogão, na mão havia uma espátula, havia vestígios de farinha na blusa.
"Bom dia," respondeu Remus, sentando-se à mesa da cozinha à sua frente, Sirius estava dormindo com a cabeça apoiada na superfície da mesa.
Edith colocou três xícaras brancas para eles e despejou cuidadosamente a água quente nas xícaras. Pelo pouco tempo que viveram juntos, ela sabia que Sirius bebia chá Earl Grey, Remus preferia chocolate quente e Edith era uma devota bebedora de café.
Sirius com cara de sono sentou-se. Os três tomaram café da manhã em completo silêncio, Remus notou o olhar de Edith sobre seu ferimento recente.
"Tenho um pouco de pomada para esse ferimento", disse Edith, "e um pouco de pomada de hortelã-pimenta para os músculos, sabe, ajuda um pouco com a dor."
A pomada de menta de Edith foi uma ajuda para seu corpo habitado por transformações, Remus começou a dormir mais tranquilo e junto com a poção preparada por Severus sua vida melhorou um pouco.
Eles se entreolharam por um momento, e Remus se lembrou de quando eles se beijaram na cozinha no Yule depois que os meninos estavam brincando na sala e eles estavam limpando os pratos do jantar. Remus sentiu um delicado perfume de baunilha.
Remus corou com a lembrança e olhou para Sirius, seus olhos cinzentos brilhando de forma divertida entre ele e Edith. Sirius piscou para ele antes de continuar tomando o café da manhã.
"A senhorita Potter está me pedindo ajuda", disse Edith.
—O que aconteceu com Bambi? Ela está doente? Alguém a incomodou? Algum nojento pervertido está atrás dela? — Sirius começou a perguntar preocupado — fale Edith. Dê-me nomes.
"Não é nada ruim", ela respondeu rapidamente antes de dar uma mordida em suas tortilhas de farinha. "Ele só pediu um conselho." Algumas crianças do primeiro ano começaram aulas de Métodos Antigos com a Srta. Potter, e bem, ela me perguntou como foi minha educação, já que também sou filho de trouxas.
Sirius respirou com facilidade.
"Você deveria se acalmar, Sirius", disse Remus. "Cordelia está bem." Bem, isso e todas as crianças da casa dela a seguem como cachorrinhos perdidos.
"Não é engraçado, Remus," Sirius murmurou.
"Pela Deusa, a pobre menina vai acabar vestindo bata com um padrinho tão superprotetor", Edith riu.
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As semanas voaram e o tempo passou rapidamente para Cordelia. Entre ajudar os pequenos e suas aulas, ela encontrou nas aulas de Oclumência um espaço para se conectar consigo mesma.
"Você sabe por que o diretor pediu para me ver?" Cordelia perguntou enquanto caminhava ao lado do Professor Snape em direção ao escritório do diretor.
"Ele apenas me pediu para levá-la," respondeu o Professor Snape, quando pararam em frente à estátua da Gárgula. — Doces de limão .
A estátua da Gárgula rangeu, dando lugar a uma escada em espiral.
"Coloque seus escudos mentais, Potter," Professor Snape disse a ele.
—coloca-los?
—Tenha sempre seus escudos prontos—com isso o professor foi embora. Cordelia seguiu o conselho do professor e ergueu seus escudos, tão fortes quanto o diamante bruto que cercava sua mente.
Subiu as escadas com cuidado e bateu na porta, segundos depois ela se abriu revelando o escritório do diretor. Cordelia ficou impressionada com as centenas de livros que estavam nas estantes ao longo das paredes.
"Padrinho?", disse Cordelia, surpresa com a presença do padrinho no escritório. Ele usava suas vestes pretas e uma expressão fria que mudou drasticamente sua presença.
"Sente-se, Srta. Potter," o diretor indicou, apontando para a cadeira à sua frente.
Cordelia olhou para o padrinho, ele assentiu e Cordelia obedeceu.
"Eu fiz algo errado?" Cordelia perguntou.
"A senhorita Potter está doutrinando vários colegas sobre os Antigos Caminhos", disse o diretor.
"Não vejo problema", respondeu seu padrinho com simplicidade, com a mão no ombro de Cordelia mostrando que estava ao lado dela.
"Isso e contra as regras", explicou Dumbledore.
—Não, não é—disse seu padrinho com seriedade e postura ereta—E se você acha que pode expulsar minha afilhada, lembre-se, você é apenas o diretor, ela é a senhora da casa Potter e herdeira da casa Black.
Seu padrinho afastou-se de Cordelia para apoiar as duas mãos na mesa do diretor.
—Você irá ficar contra quatro casas só de apontar Cordélia. — ele começou com um suave mas sombrio — Os Black, os Malfoy, os Lestrange e Longbottom apoiaram Cordelia sem hesitação. Sem contar as famílias a que pertencem o círculo próximo de amigos da minha afilhada. Posso transferir meus contatos no Conselho de Governadores de Hogwarts para que você seja removido de seu cargo. Portanto, não procure inimigos, Dumbledore.
—Você mudou muito Sirius.
"Lorde Black para você", ele rosnou com os dentes cerrados. "O garoto que você conhecia morreu naquela cela em Azkaban."
"Só ajudei meus companheiros que pediram minha ajuda", Cordelia falou pela primeira vez. Seu tom era suave, mas ao mesmo tempo um pouco firme. —Eles se interessaram pelos Caminhos Antigos e fui eu quem eles procuraram, só estou ajudando.
O olhar do diretor estava fixo nela, uma cócega em sua mente. Cordelia rapidamente desviou o olhar, lembrando-se da lição do Professor Snape sobre evitar olhar fixamente.
O diretor tentou usar Legilimência nela.
"Preciso voltar para minha sala comunal", disse ele ao padrinho. "Tenho minha aula de Feitiços em alguns minutos e preciso pegar meu caderno."
"Você pode ir embora, senhorita Potter", respondeu o diretor, "mas lembre-se, senhorita Potter, de não pressionar seus colegas de classe."
"Só estou ajudando, diretor", disse Cordelia com um pouco de seriedade no tom, algo que ela quase nunca faz.
Seu padrinho se despediu dela com um beijo na testa. Cordelia saiu da sala do diretor muito chateada.
Ele achava que ela era algum tipo de Bruxa Negra querendo formar um grupo? Coisa totalmente ridícula.
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Uma Perfeita Senhorita (Theo Nott)
Fanfic"Uma boa menina é gentil. Uma boa menina é quieta. Uma boa menina sorri. Uma boa menina só fala quando perguntada. Uma boa menina é educada. Uma boa menina mantém seu marido arrumado e feliz. " esperado de uma jovem. Obediente, gentil, silenciosa, c...