𝟎𝟓- 𝐇𝐞𝐧𝐫𝐲

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-"Espero que fique bem, Hudson" -Repetiu Brooke aparecendo do meu lado.-

-Cala a boca, Brooke. -Disse entrando para dentro de casa.-

-Fiquei feliz por você finalmente conseguir ter uma relação com uma garota que não envolva uns pegas. Tô orgulhosa de você, maninho.

-Já falei que você me irrita? -Disse indo até meu quarto.-

-Eu também te amo, Henrizinho. -Ela gritou do andar de baixo.-

Depois de finalmente termos acabado aquela redação, resolvi tomar uma ducha, e logo depois dei uma olhada no meu Instagram, mas não parava de pensar sobre o que tinha acabado de acontecer.

Sempre tive essa implicância com Olivia, nem sei explicar. Acredito que sempre fui insuportável, mas irritar ela é um dos meus passatempos favoritos, principalmente por sempre termos essa implicância entre nós, mas jamais pensei que ela passasse por isso.

Eu conhecia Filip Miller, ele era do time de basquete, e vivia se achando o fodão. O irmão dele era mais velho, e fazia as maiores festas de toda a cidade, antes de ser assassinado numa tentativa de assalto, mas pra recompensar era um cretino também. Depois de tudo isso, eu comecei a ajudar esses amigos deles a planejar essas festas.

Não era a primeira vez que me metia em uma briga com aquele cara. Sabia que era ridículo, mas não sabia que era tanto. Como que a Hudson não via aquilo? Ela não era popular, conheciam ela por ser amiga da Serena. Ela era inteligente e também não era feia, mas na minha cabeça não fazia sentido essa relação dela com aquele cara. Ele tava com ela por que? Por nota? Impossível aquele cara amar ela, nem fudendo.

Quando finalmente levantei da cama, percebi um caderno caído no chão, e achei que seria muito educado de minha parte devolver para a Hudson. Depois que descobri o jeito que aquele Miller tratava ela, resolvi ser um pouco mais amigável, era o mínimo, não? Podia ir lá entregar o caderno e quem sabe já não convidava ela para a festa?

Desci as escadas e fui até o quintal, pulei a cerca que dividia nossas casas, que era relativamente pequena, e observei ao meu redor. A primeira opção era a porta e a campainha, que obviamente já foi tirada da lista. Qual é, tô sendo legal mais ainda quero uma entrada triunfal. Sabia que a sua janela ficava em frente a minha, e percebi uma escada na parte de trás do seu quintal, junto de alguns equipamentos de jardinagem. Levei a escada até a parede de seu quarto e subi ela, levando o caderno em minhas mãos.

Bati na janela, mas não tive uma resposta, então resolvi abrir a janela e entrar.

Me surpreendi quando vi ela deitada em sua cama, aos prantos.

-Hudson? -Fui até ela, que estava de costas para mim, fazendo ela se virar rápido para mim, se sentando em sua cama, com uma mão cobrindo metade de seu rosto.-

-Ai meu deus, Grant, o que você tá fazendo aqui?

-Você esqueceu. -Disse jogando o caderno em sua direção, que caiu em sua cama.-

-E então você decidiu invadir minha casa?

-Eu não usaria essas palavras, mas...

-Que merda, segundo homem que invade minha casa hoje. -Ela falou pra si mesma, enquanto se levantava e deixava o caderno em sua escrivaninha, mas consegui ouvir.-

-Como?

-Você já devolveu o caderno, pode ir.

Observei o quarto em volta, tudo estava parecendo normal, até que vi uma marca de sangue na sua parede, ao lado da porta e um kit de primeiros socorros. Só aí minha ficha caiu. "O segundo homem que invade minha casa hoje", a mão no rosto, a marca de sangue na parede, o kit. Eu juro que o Miller vai ter o que merece.

-Caralho, Olivia. -Fui até sua direção, encostando em seu ombro, e girando ela até ficar de frente a mim.- Ele fez isso? -Apontei para sua mão, ainda na bochecha.-

-Não te interessa, Grant. Vai embora.

-Se você realmente quer que eu vá embora, eu vou ir. Mas antes deixa eu ver. -Disse levando minha mão até a sua. Ela permitiu, e tirei seus dedos de cima da sua bochecha, deixando a mostra uma grande vermelhidão e um corte no meio.- Olivia...

Fui até sua cama, onde tinha visto o kit, e limpei o corte com uma algodão e spray antisséptico. Depois, coloquei um band-aid em seu corte. Tudo isso em silêncio.

-Porque deixa ele fazer isso com você? -Disse me afastando.-

-Ele me faz bem, muitas vezes... Eu sei que ele quer mudar, eu sei que ele me ama.

-Ele não te ama.

-Eu amo ele!

O silêncio se alastrou por todo o seu quarto.

-Eu acho que eu vou indo... Qualquer coisa, pode me ligar, não sei...

-É. -Ela disse enquanto ia até sua janela.-

-Não é o melhor momento agora, mas, porque não passa na minha festa na sexta? Juro que a Rússia não vai estar lá. -Antes mesmo que pudesse ouvir sua resposta, eu sai de seu quarto pela janela.-

Quando cheguei em casa, a primeira coisa que eu fiz foi ligar para Elijah, um conhecido meu que tinha alguns conhecidos interessantes, assim por se dizer.

Ligação on

-Alô, Elijah?
-Eaí, Henry! O que tá rolando?
-Queria conversar contigo sobre uma pessoa.
-Estou a ouvidos...

884 palavras

𝐅𝐢𝐞𝐫𝐲 𝐑𝐢𝐯𝐚𝐥𝐫𝐲 - enemies to loversOnde histórias criam vida. Descubra agora