Na volta para em frente ao portão, eu observo, os Valmont saindo da carruagem e pergunto as servas o que eles foram fazer, logo Eugênia, a fofoqueira, solta:
- Não é da sua conta. - Eu de imediato rebato
- Nem é da sua ficar fazendo fofoca, mas vai você fazer do mesmo jeito. - Me aproximo mais só pra irritá-la - Me diz, você ganha um extra do patrão para fofocar ou é pura burrice da sua parte?Ela se irrita pelo meu modo de falar e começa a partir para a agressão física, eu de imediato faço o que sei de melhor, desvio do ataque dela, puxo ela pelos cabelos e tiro uma faca que levo por precaução escondida e a coloco encostada na garganta da serva e saboreando o momento apenas pergunto:
- Você realmente quer brincar de ataques físicos? Olha que você não sabe com quem está se metendo. - Ela me olha assustada porque a cada palavra eu ia cada vez mais aprofundando a faca como se fosse cortar o pescoço dela, mas nem cheguei a perfurar nada. Apenas tirei a faca de perto dela e a joguei para fora da carruagem e ainda disse:
- Se quiser brincar novamente será meu brinquedo de treino favorito. - Pisquei para ela e só o rosto dela mudar de branco para vermelho em questão de segundos. Imagino eu que ela estava furiosa. E depois eu percebo que as outras estavam rindo no fundo, parece que nenhuma outra serva gostava de Eugênia, também não era pra menos. Me sento perto da entrada do lado que ela caiu, devolvo a faca para seu esconderijo e quando ela ia me ameaçar contar aos Valmont sobre minha atitude eu disse:
- Ahh, se quiser contar a eles, saiba eu estou aqui e ficarei aqui, posso muito bem dizer que você me atacou e eu só me defendi, a propósito tenho testemunhas aqui do meu lado. - As meninas na carruagem apenas confirmam que estão do meu lado nessa disputa. Ela sai do chão derrotada, se levanta e volta para a carruagem fingindo que nada aconteceu. Enquanto ia subindo na carruagem prestei atenção nela, tinha cabelos caramelo longos, era bem malhada de tanto se exercitar e fazer as tarefas domésticas, tem a pele mais bronzeada entre todas.
Eu ia perguntar novamente o que eles iam fazer quando os vejo subindo de volta na carruagem e fazendo o percurso para dentro da barreira. Nesse momento me toquei que eles foram abrir a barreira, mas infelizmente perdi o momento de ver como podemos fazer para entrar.
Quando descemos da carruagem, Eugênia ia falar sobre a surra que ela levou na carruagem, mas os Valmont não estavam de bom humor e como punição fizeram do chão surgir algo como uma prisão em forma de gaiola para pássaros e colocaram ela dentro. Parece que hoje não era o dia dela.
Nesse momento as meninas que estavam comigo na carruagem vieram me parabenizar pela minha atitude, primeiro veio a Flora para perto de mim:
- Parabéns pela sua atitude, você fez o que ninguém aqui na casa ousou fazer. Você deu uma surra na melhor ou depois de hoje, na segunda melhor usuária de facas da casa. - Em seguida Carla e Bianca concordaram. E depois vieram me contar por tantas vezes que já viram os patrões abrirem a barreira e sabiam como eles faziam isso, Bianca disse:
- Então, cada usuário da casa normalmente solta uma magia de cada elemento, fogo, terra, água, ar e raio nessa ordem, cada camada da barreira só pode ser desativada por seus respectivos elementos e cada camada demora um determinado tempo para se abrir. - Enquanto Bianca falava além de ouvi-la eu ficava observando como as cicatrizes vermelhas em seu corpo esbranquiçado fazem contraste com a roupa preta e branca de serva. Ela é muito bonita, mas as marcas que ficaram tiram um pouco o charme que ela tinha consigo. Logo na sequência Carla emenda:
- Como a mestra Alice não estava aqui hoje o senhor Victor que é conhece todas essas magias teve que usar uma segunda magia para substituir a falta dela. Normalmente essas magias demoram muito para liberar a barreira e desgastam seus usuários ou ao menos é o que parece. - Eu fico prestando atenção em cada detalhe da fala dela e também a observo, talvez a mais bonita das três, tem cabelos ruivos curtos, sardas em todo o rosto, um corpo atlético de tanto fazer as tarefas da mansão e de treinar com espadas.
Depois da nossa pequena conversa fomos a mansão cumprir o resto de nossos deveres e a Eugênia já tinha saído do aprisionamento, voltou a trabalhar e para a alegria de nós todos da mansão, ela parou de encher o saco, pelo menos por agora.
Eu ia caminhando e limpando alguns ambientes internos com Flora e ela ia me contando sobre o local e histórias que ela já passou por ali. Ela tem uma energia contagiante, cabelos longos pretos e um rosto não muito atraente, porém o jeito dela e sua positividade sempre a fazem ficar mais bonita. Ela me falou sobre a sala de música onde ela e a Eugênia discutiram feio lá e ela jogou um violino na cabeça da outra. Eu ri nesse momento. Depois me contou sobre a parte da piscina nos fundos, a qual todos podem usar, mas só quando estiverem livres. Ela ia me contando até que olhando na janela eu vi uma moça que eu não via com tanta frequência treinando magia e a fiquei observando encantada, ela manipulava a água como ninguém. Eu parei na janela e chamei Flora do meu lado e falei para ela:
- Como pode uma garota nascer com tanta sorte? Além de linda, é usuária de magia. - Eu ficava observando a beleza em seus movimentos plásticos, cada movimento de braço ou de perna via a água dançando junto a ela, algo magnifico de se ver. A garota tem cabelos ondulados loiros, olhos azuis como a cor do céu. Ela tem uma estatura mediana, mas ainda era mais baixa que eu.
Depois eu coloquei minha cabeça no lugar certo e pensei:
- Ela é meu alvo também, não se esqueça disso. - Assim que terminei de falar isso ouvi a Flora terminando de falar alguma coisa sobre a minha pergunta anterior e eu não havia prestado atenção porque estava observando a mulher na minha frente.
- ... a mestra Alice, tem muita sorte mesmo. - E eu respondo.
- Concordo plenamente com o que você disse. - Eu não sabia de fato o que foi dito por ela, mas não quis dizer que não havia prestado atenção e apenas concordei.
E voltamos a fazer os nossos afazeres e a Flora a me contar sobre suas histórias até que chegamos na biblioteca da casa. Talvez a maior biblioteca que vi na vida, algo monstruoso, não era a primeira vez que observava ela, mas nem por isso deixava de me admirar por seu tamanho. Cada qual ia limpando uma ala dela, eu fui pela esquerda e a Flora pela direita. No momento que chego próximo a ala da magia vejo algo muitíssimo raro que aconteceu, algum Valmont esqueceu um livro de magia fora da ala mágica. E sem nem titubear, peguei o livro pra eu treinar magias no futuro. Nem pensei duas vezes e ia saindo da biblioteca com o livro na mão quando esbarrei em alguém, nós duas caímos e o livro foi ao chão parando entre nós duas com a capa para cima.
Além de ser um erro tirar um livro da biblioteca sem permissão, era um livro de magia e eu ainda derrubei uma Valmont, e quando eu a olho direito vejo que era alguém que eu pouco falava ou conhecia, era a Alice.
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A Serviçal Assassina
FantasiLara, uma assassina profissional, depois de matar o seu alvo, é morta pelo seu cliente e acaba reencarnando em um outro mundo no corpo de uma pessoa chamada Mia. Quem é Mia? O que ela faz? Como serão seus dias a partir daí? Será que ela vai se adapt...