Oc's & Prologe

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Katherine-Mae Harrison

"There is a shade of red for every woman

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"There is a shade of red for every woman."

Simon "Ghost" Riley

"Choices have consequences

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"Choices have consequences."

[...]

- MAS QUE MERDA!

Uma voz estrondosa, feminina, soou de dentro de um pequeno estúdio, situado na pacata e cinzenta Londres, seguida de estrondos da queda de variados outros objetos.
Sendo possível ouvir o som de vidro quebrando, ruídos de metal batendo contra o chão de concreto e algo de consistência viscosa e líquida caía e sujava toda a superfície que tocava. Os vizinhos odiavam Katherine Mae Harrison.

As paredes daquele estúdio abrigavam o caos instaurado em um momento de insanidade, uma fúria animalesca da arte entediada, o sentimento que um artista jamais poderia agradar-se de sentir, o amargor abominável da frustração descendo por sua garganta enquanto tudo que ela sentia era vontade de atear fogo em todos os quadros, tintas e folhas de rascunho em sua frente.

Não havia motivação, não havia inspiração e nem sequer vontade de continuar pintando o quadro que deveria ser exposto

A mulher rosnou de raiva, pegou um dos baldes de tinta e, colocando-o ao lado do quadro, prendeu os longos fios morenos de forma desleixada e preguiçosa, respirando profundamente ao sentir o cheiro da tinta recém aberta atiçar seus nervos olfativos.

Katherine arregaçou as mangas da camisa social e meteu as mãos no balde de tinta carmesim, espalhando o pigmento de forma desconexa pelo quadro, ainda em processo de secagem, fazendo com que as tintas se misturassem. A mistura rendeu uma tonalidade que a interessou minimamente, e ativou seu espírito curioso e explorador. Mais tonalidades de vermelho foram usadas, em contraste com branco, azul e amarelo, formando novas combinações de cores contrastadas.
O quadro que antes era uma mulher, se encolhendo em sua própria existência enquanto segurava um crânio humano amarelado, sujo, havia se tornado uma mancha vermelha que ia se desconstruindo em marcas de mão rosa, violetas e laranjas.

Um sentimento de satisfação havia começado a aparecer, quem sabe aquele quadro finalmente viria a ser terminado até o tempo da exposição.

[...]

Quatro horas haviam se passado, o quadro havia ficado pronto finalmente, e quando a pintora deu os últimos toques finais ao trocar as mãos por pincéis mais finos, ela se afastou em passos lentos da obra, pisando em algumas folhas largadas pelo chão, olhando fixamente para a própria arte.

Para as pessoas que não tinham o dom divino de saber interpretar a arte, diriam que era apenas uma caveira com sangue jorrando das fendas oculares.
Mas era muito mais do que isso.
Era ódio, frustração, ânsia, excitação, vida e morte em um mesmo desenho, brigando por espaço, por atenção e anseio de serem desejados.

- Céus...

Katherine suspirou ao olhar seu trabalho, enxergando nitidamente cada detalhe com seu olhar afiado e minucioso, podendo enxergar onde havia errado, e onde conseguiu acertar perfeitamente. Seu coração bateu acelerado no peito, e uma sensação de dever cumprido estava presente.

- Isso é patético.

E saiu do estúdio, trancando a porta.

Loneliness. ' Simon Riley 'Onde histórias criam vida. Descubra agora