Destruirei a mim mesmo e a todos que me rodeiam em um esforço para trazer à tona minha inspiração, e meu martírio será a insígnia de minha legitimidade criativa.
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"Não se sente sozinha?"
"Estou por mim mesma há tanto tempo que já esqueci como é a s...
Naquela noite, Katherine teve uma ideia para outra pintura.
Revirou-se na cama, acordando a gata siamesa no processo, que miou preguiçosa antes de se deitar em cima do travesseiro da dona após ela sairda cama, indo em direção a escrivaninha, ligando a pequena luminária e abrindo um dos inúmeros cadernos de desenho. Agarrou um lápis apontado e imediatamente começou a rabiscar sobre a folha de papel.
Não havia sono que a parasse, a sensação era totalmente ignorada por ela. Saberia que no dia seguinte iria beber duas canecas generosas de café e ficaria por isto mesmo.
Alcançou a haste flexível da luminária e a entortou para ter uma melhor iluminação do ângulo que estava desenhando, usando referências de desenhos antigos que ficavam presos com tachinhas no quadro de papéis.
Horas se passaram até que Katherine conseguisse alcançar o resultado desejado do rascunho para a próxima tela. Quando se deu conta, já eram 4:00 da madrugada, e Jade, a gata, havia se apossado de seu travesseiro, a coleira de pedrinhas reluzia a luz que se infiltrava pela janela.
Katherine se levantou da cadeira e desligou a lâmpada, caminhando até a cama e pegando uma almofada para servir de travesseiro, deitou ao lado da gata e beijou seu focinho, adormecendo logo em seguida com um sentimento de satisfação crepitando lentamente em seu peito.
☆
No dia seguinte, acordou por volta das 11h da manhã com o celular tocando embaixo do travesseiro que Jade deitava adormecida, o que seria considerado cedo por ela, já que não iria trabalhar em nenhuma exposição naquele dia. Alcançou o aparelho e atendeu a chamada sem ligar em ler o número desconhecido que aparecia na tela. Levantou o rosto da almofada, com um dos olhos fechados e o cabelo cacheado escuro caindo sobre o rosto.
- Alô? ‐ A voz da mulher saía rouca de sono ainda.
- Srta. Harrison? - A voz do homem que havia conhecido no dia anterior soou no ouvido dela. Grossa, firme, mas ao mesmo tempo com um tom de gentileza. - Sou eu, Simon Riley. Acordei a senhorita?
- Confesso que sim, Sr. Riley. - Ela pigarreou, umidecendo a garganta pra poder falar com mais clareza. - Mas não se preocupe, já iria acordar de qualquer maneira.
- Sinto muito, imaginei que já estivesse acordada. ‐ Ele murmurou, e Katherine ouviu um suspiro do outro lado da linha. ‐ Gostaria de falar com a senhorita para combinarmos onde iríamos, já que creio que um museu não seria de todo impressionante, visto que trabalha com arte.
Ela soltou um risinho frouxo, revirando os olhos com leve divertimento ao ouvir a tentativa dele de ser engraçado.
- E me ligou pra saber o que eu gostaria? - Katherine perguntou, se aprontando sobre os joelhos na cama e esticando as costas, ouvindo os estalares das juntas. ‐ Bem, neste caso, não vejo porquê não.
— Estou ouvindo.
— Gosto de café, lugares aconchegantes e sem muita gente, detesto barulho e muita luz.
Houveram alguns segundos de silêncio antes de ele falar.
— Anotado, ligarei de novo quando decidir o lugar. ‐ A voz dele ressoou pelo auto-falante do telefone, agora no viva-voz enquanto Katherine batucava os dedos em cima da pata dianteira da gata. - Alguma preferência de horário?
— Fim da manhã, ou no meio da tarde.
— Já imagino o por quê. ‐ Simon comentou de forma mais leve, e ela pode jurar que ele tinha um pequeno sorriso por trás do telefone.
— Até mais, Sr. Riley.
— Até, Srta. Harrison.
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Sei que foi um capítulo curtíssimo, metade do que eu geralmente faço, mas foi apenas para dar uma introdução à relação deles, virão capítulos mais detalhados e extensos por aí!
Até o fim de novembro eu já tenho tudo organizado pra continuar com a história, já que vou ter terminado os estudos e feito o Enem, então vou estar livre. É isso, em compensação, fiquem com um desenho da Katherine que eu fiz durante esse tempo!
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