CAPÍTULO 03

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CAPÍTULO 03

MARIA CLARA CAMPOS

Depois de deixa Penelope aos cuidados de Evelyn, corri para meu quarto, sinto minhas mãos tremulas, meu peito doer e um pouco de falta de ar.

Crise de ansiedade!

Tento me controlar contando de trás pra frente, me sento na cama, sinto meu rosto molhar em lágrimas e sem conseguir me segura, começo a gritar.

Porque existe pessoas tão ruins nesse mundo? Porque desde que vim morar nessa porra de país sofro mais racismo que no Brasil, porque o policia nas primeiras semanas que vim morar aqui, queria me prender dizendo que estava querendo rouba por esta em um bairro nobre e se não fosse Mandy na hora eu poderia ser presa somente por andar.

Mamãe, eu preciso tanto da senhora! Porque me deixou sozinha nesse mundo? A senhora me ensinou a ver o lado bom de tudo, a sorri em meio a tantas dificuldades, mas cada dia está mais difícil.

A falta de ar parece maior, minha garganta parece que esta se fechando, meu peito dói ainda mais, e começo a gritar ainda mais.

— Clara!— olho para a porta e vejo Barney acompanhado de Evelyn, Penelope e Massimo.

Levo minhas mãos a cabeça e choro ainda mais.

— Levem Penelope daqui.

— Papai, isso é culpa a Sra Taylor, ela falou coisas horríveis para a Clarinha papai.

— Querida, vai com eles.

— Papai...

— Vai!— sem questionar, Barney pega Penelope no colo e sai do quarto junto com Evelyn fechando a porta nos deixando sozinhos.

— Me...me...deixa...

— Ei, calma, não vou a lugar nenhum.— ele se abaixa ficando entre minhas perna eleva suas mão aos meu rosto.— Toma remédios?— balanço a cabeça em negação.

Coloco minha mão no pescoço e começo a me aperta deixando marcas, ele pega em minhas mãos me segurando.

— Eu quero morrer.— minha voz quase não sai, ele segura minhas mãos com uma de suas mãos e a outra leva a meu rosto.

— Clara, olha nos meus olhos.— sinto mais falta de ar.— Por favor, olhe para mim.— faço o que ele pede.— Eu sei que o que essa mulher falou, doeu muito e eu estou aqui para te ouvir ou somente ficar do seu lado.

— Eu me sinto tão sozinha, eu não tenho família.— choro ainda mais.— Está dificil ver o lado bom em tudo, sorri sempre.— confesso.

— E não tem problema e não ver, não tem problema chorar, tão pouco grita, mas desejar morrer, por causa de uma vagabunda qualquer, não é a solução.— balanço a cabeça em afirmação.— Minha filha precisa de você.— suas palavras me pegam de surpresa.— Eu estava em casa quando vi você subir as escadas correndo, Barney me contou tudo. Eu sinto muito pelo que passou e acredito que já deva ter passado isso mais vezes.

— Uma vez, teve um cara que terminou o relacionamento comigo porque eu não quis mudar meu penteado, disse que destacava ainda mais minhas origens.— murmuro sentindo a dor, a falta de ar diminuir.

Massimo leva a sua outra mão ao meu cabelo e acaricia.

— Acho seu cabelo lindo, em especial com ele solto, fica mais bonito ainda.— ele me pega completamente de surpresa com essas palavras.

Não digo nada, ainda estou digerindo o que ele acabou de fala.

— Se sente melhor?

—Sim, obrigada senhor D'Vacchiano.— fico completamente hipnotizada na imensidão azul de seus olhos, o toque da palma da sua mão em contato com a pele do meu rosto sensível me faz fica arrepiada e estranhamente a atmosfera de antes muda.

O Viúvo Italiano / DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora