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Dezembro, dia 7, quarta-feira, 2016

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Dezembro, dia 7, quarta-feira, 2016

Jungkook caminhava pelas ruas de Londres sem saber o que fazer ou o que sentir. Seu coração doía – era uma dor real, ele conseguia sentir as pontadas que o causavam arrepios e caretas desgostosas misturadas com desespero. Ele sequer conseguia chorar. Muitos sentimentos se emaranhando enquanto seu peito subia e descia em uma respiração desregular – seu pulmão parecia sofrer tanto quanto ele. Seus pés se arrastavam pelo concreto quase que no automático enquanto ele se distanciava cada vez mais da UAL, o apartamento para a qual ele se dirigia se aproximando conforme derramava sua confusão nas pessoas que trombavam com seu corpo inerente na rua.

Ele queria gritar mas sua garganta estava fechada com o ímpeto de chorar impiedosamente – mas ele não tinha a coerência de derramar lágrimas naquele momento. Ele ainda segurava o celular, os nós de seus dedos apertando o aparelho com tanta força que estavam brancos e suados, Jungkook suava por si só – embora Londres estivesse fria e seca.

Jungkook se viu tropeçando em obstáculos na rua enquanto já podia ver o apartamento se aproximar ainda mais. Ele só queria ser acolhido, ele só queria ser cuidado, ele só queria ser amado.

E era exatamente o que ele iria fazer naquele momento.

Quando Jungkook se mudou para Londres e deixou sua família em Busan, ele deixou muita coisa para trás. Não foi tão difícil quanto pode parecer – ninguém acreditava em seus sonhos de se tornar cantor, suas irmãs o detestavam, seu único irmão (que ainda era bem bebê quando ele partiu) torcia o nariz quando o via, mesmo que inconscientemente, seu padrasto o xingava e o espancava (aquele homofóbico do caralho) e todas aquelas pessoas que deixou para trás as quais não tinha laços sanguíneos (seus vizinhos, colegas de escola, conhecidos no supermercado e aleatórios na rua) – estes ele fazia questão de esquecer junto com suas brincadeiras de mal gosto, suas ofensas odiosas e homofóbicas e seus socos violentos e maldosos. Jungkook viveu no inferno durante toda sua vida, na rua, na escola, até mesmo dentro de casa.

Mas havia um único anjo em sua vida.

Sua mãe.

Ela o protegia, ela o amava (de verdade, não de forma forçada apenas por ser sua mãe e tudo mais, como acontecia com o resto de sua família), ela o acolhia e ela o compreendia. Quando soube que o filho mais velho queria ir para a grande Londres e estudar música, ela simplesmente fechou o ouvido para todos ao seu redor que criticavam e não tinham fé e focou na felicidade de seu garoto. Ela o incentivou, ela o encorajou e ela o ajudou.

Jungkook nunca entendeu como uma mulher maravilhosa como sua mãe conseguia aguentar o idiota de seu padrasto, ela era tão boa, tão genuína, tão gentil e tão dócil. Ele era o oposto, um homem asqueroso, desonesto, egoísta e raivoso.

Soomin sempre ensinou para o filho que ele iria ser amado por alguém – mas não qualquer pessoa e sim alguém capaz de mostra-lo seu valor e lugar no mundo, sua missão aqui e no que ele é o melhor. Um amor que não necessariamente será fácil mas que com perseverança e paciência, tudo se ajeitará para restar apenas felicidade. Soo sempre dizia que ela via o melhor em seu marido (mesmo que todos os outros não gostassem dele) e que nem tudo era maravilhas e flores e que as vezes os amores vêm protegidos com espinhos, para que apenas os merecedores permaneçam e desfrutem de sua doçura e sutileza.

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