Minha fã - Loud Thurzin

Capítulo 28

ANA BIA

   Eu estava almoçando de "boas" na cozinha após de dar uma bela, diga-se de passagem, fuga do Vini junto com o Thur.

    — E pela segunda vez eu vejo eles dormindo em chamada, de novo acredita?- Day fala para a sexta pessoa do dia.- Eu descobri quando fui ver se a Bia ainda queria dormir comigo, depois que ela subiu. E a bonita estava dormindo horrores com o telefone na mesinha de apoio, carregando e com a luz acesa. Fui ver quem era, acredito que nem preciso falar o nome para você.

    — Uau Dayane! Amo o jeito que você tem. Fingi que eu não 'to ouvindo você falar de mim.- Falo e a mesma me olha.

    — Ainda 'ta conversando com o seu amo?

    — Por que você não vai dar um beijo no Caio, 'ta carente hoje.- Falo e sai da cozinha com meu telefone após de deixar o prato na lava louça.

    — A fofoca propaga rápido ai.- Thurzin falou me chamando atenção.

    — Nas duas línguas dessa casa.- Falo me referindo ao português e ao inglês.

    — Me ensina inglês?- Falou me fazendo olhar a tela meio curiosa pelo pedido.

    — Você não sabe inglês?- Pergunto olhando para ele parada no corredor.

    — O básico, mas é diferente não é? No dia a dia?

    — Sim e um pouco. Tem gírias igual no Brasil, mas você pega rápido. Vou abrir live, como a Black deixou.- Falo voltando a andar em direção ao meu quarto.

    — Agora?- Perguntou e eu concordei entrando dentro do meu quarto e me jogando na cadeira gamer.- Beleza assim que der cinco minutos que você abriu eu abro para a gente jogar juntos, pode?

    — Claro, já ta tudo certo para abrir, até a cinco minutos, Tuturzinho.- Falo e mando um beijo desligando sem deixar ele me responder.

   Depois de iniciar minha live comecei a enrolar por uns minutos para esperar o Loud Thur me chamar, o que não acontece. Então eu continuei a minha live normal até dar duas horas de live e acabar ela. Assim que eu fecho a live desço para pegar o lanche da tarde que as tias fazem.

   — Bia, I'm glad you came. And now your session with the psychologist. (Bia, que bom que você veio. E agora sua sessão com a psicóloga.)- A Black fala e eu aviso que só vou pegar um lanche e já vou.

   Black me deixou comer, mas não saiu de perto de mim com medo que eu me esconda e não ir para a sessão de hoje. Depois de engolir minha fruta com iogurte, vou caminhando até a sala reservada só para o psicólogo e entro.

    — Ana Beatriz, né?- Uma moça com um suéter rosa e cabelos bem ondulados me pergunta assim que eu entro.

    — Sim. Eu mesma.- Sorrio para ela e ela pede para eu sentar na cadeira que estava na frente dela.

    — Então, prazer, eu sou a Pâmela.- Falou e estendeu a mão para eu cumprimenta-la.- Vou ser sua psicóloga a partir de hoje, nossas sessões vão ser nesse mesmo horário e dia da semana, caso não de eu peço que me mandem mensagem. Tem meu número?

    — Tenho não.- Falo enquanto eu apertava a minha mão entre as minhas pernas.

    — Ok, vou avisar a Black para passar para você.- Falou e anotou no caderno meu nome. Sim eu olhei o que ela escrevi a sessão inteira.- Me conte de você. Quem morava com você, antes de se mudar para cá?

   Eu ia respondendo as perguntas dela, falei da minha mãe, do meu pai onde durou uns bons minutos falando dele, falei dos meus tios e primas, falei do canal. Eu fiquei extremamente confortável em falar tudo que sentia para ela.

    — Me fala como você se sentiu nesse presencial que teve no Brasil.

    — Bem nervosa.- Falo e rio fraco.- Eu tive meio um.- Tento achar a palavra certa, mas não acho.- Eu chorei no presencial, por tudo. Ter conseguido jogar, por ter entrado no Ss, coisa que eu não tinha feito antes, enfim. E lá eu conheci todos da Loud, um sonho que eu sempre tive.

    — Bom pelas nossas conversas, eu percebi que você tenta se mostrar forte para as outras pessoas, mesmo nos piores dias. Igual o dia que seu pai foi embora e você viu sua mãe chorando no quarto. Você não precisa ter medo de chorar, não e fraqueza chorar. Chorar e um sentimento, e uma coisa normal. Você tem que deixar as coisas que pesam sair, compreende?- Apenas concordo com a cabeça.- Em relação a você conhecer a Loud, tudo certo? Os integrantes te trataram com carinho?

    — Sim, super. Eu tenho uma amizade, com o Thurzin. Conhece?- Ela concorda.- Bem eu não sei se e uma amizade, por quê direto trocamos apelidos carinhosos, coisas que não faço com meus amigos. Também estamos dormindo em ligação. Eu pelo menos me sinto segura, tanto que ontem eu assisti um filme de terror e liguei para ele.- Falo e solto um suspiro alto.- Eu não sei se ele esta brincando com meus sentimentos ou se e recíproco o sentimento. Só sei que ontem ele falou que me beijaria quando me visse pessoalmente, uma coisa assim. E eu falei que também o beijaria. E tipo, sabe quando você fica feliz com a notícia e começa a querer pular, dançar ou gritar? Eu não desliguei a câmera muito menos a chamada e ele me viu assim por saber que ele também me beijaria. Ai quando eu vi que não fiz nada para esconder esse "surto" ele 'tava sorrindo e falou que achou fofo.- Falo e escondo meu rosto em minhas mãos.-  Eu não sei mais nada. Deu para entender?

    — Deu querida. Pelos seus relatos, eu acredito que você goste dele, você aceitou isso, certo?- Concordo com a cabeça.- Logo deve perguntar para ele se ele sente o mesmo. Se não sentir, eu acredito que você vai ficar bem mais calma em relação a isso.- Ela falou e olhou o relógio.- Nossa a gente conversou bastante.- Riu e se levantou.- Pergunta para ele o que ele sente por você, se a resposta for amizade, você se afasta para ver se os sentimentos que você tem por ele diminui, ou se ele falar que sente o mesmo vocês podem tentar algo. O que me diz?

    — Vou tentar isso.- Falo e me levanto, também.- Obrigada Pâmela.

    — De nada queria. Pode me mandar mensagem se precisar. Pede a Black meu número. Tchau até a próxima semana.- Falou e eu dei um tchauzinho enquanto sorria e saia da sala.

    Assim que pisei para a fora da sala da psicóloga me senti mais leve, não sei explicar. Parece que tirei um peso de mim. Que loucura.