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Ouvindo alguns gritos violentos e muito barulho, Wangji acordou atordoado. Ele estava no escuro, mas conseguia ver muitas luzes de lanternas pelo corredor e dentro da sua cela.

Então, ele olhou para o lado e Wuxian já não estava mais ali. Ele estava em pé, com os olhos atentos e com uma expressão séria.

"Wei Ying?" Wangji chamou baixinho, descendo do beliche e indo para perto do Patriarca, sentindo-se assustado. "O que é isso? O que está acontecendo?"

"É uma revista a procura de drogas e contrabando." Wuxian falou tenso olhando para Cheng que o tranquilizava com o olhar informando que não tinha nada ali, enquanto dois guardas os puxavam pra fora da cela com extrema brutalidade, levando-os para o corredor e colocando-os uns ao lado dos outros.

Wangji não conseguia enxergar Jin Zixuan e estando ao lado de Wuxian, ele torcia as mãos nervosamente, sentindo que seu coração parecia querer sair do peito.

"Ei, fique calmo. Nada vai acontecer. Não tenho nada na minha cela. Não vão encontrar nada, só fique aqui do meu lado. Não se afaste." Wei Ying sussurrou e pegou a mão do Lan, entrelaçando com a sua.

O Patriarca não tinha total certeza se a sua última frase se aplicava somente àquele momento.

Wangj suspirou e tentou se acalmar. Seu foco agora estava na mão quente que segurava a sua enquanto ele tentava regular a própria respiração.

Ele começou a observar em volta e viu todas as celas serem esvaziadas e vários detentos passando e esbarrando nele para formar o corredor de presos em que estavam. Os guardas reviravam tudo. Roupas, camas, objetos pessoais. Tudo sendo jogado no chão e pisoteado por eles.

Quando estava um pouco mais calmo e ainda com a mão firme de Wuxian segurando a sua, Wangji sentiu algo vibrando no bolso do seu macacão e com horror percebeu que era um celular.

"W-Wei Ying... Tem u-um celular no m-meu bolso..." Sussurrando e trêmulo, ele chamou e percebeu o Patriarca olhando-o nervoso.

Wuxian parecia ainda mais preocupado. Seu rosto inteiro se contraiu em tensão. "De onde você tirou isso? Quem te deu?"

"E-eu não sei... N-não é m-meu..." Desesperado, Wangji torcia para que o outro acreditasse nele.

"Ei, calma. Eu acredito em você. Alguém deve ter enfiado isso no seu bolso e por ser novato você precisa levar a culpa e ir pra solitária. Típico." Wei Wuxian não sabia como poderia tirar o garoto daquela, mas é claro que não deixaria nada acontecer com seu Lan Zhan.

"Solitária?" Com a voz trêmula, Wangji soltou a mão de Wuxian e manteve seus braços ao longo do seu corpo e com a cabeça baixa. Ele não queria ir para a solitária. Somente a ideia já o aterrorizava.

"Eles irão nos revistar. Um por um. Eu tenho um plano, só por favor não entre em pânico. Eu vou tirar você dessa, Zhan Zhan. Confie em mim." Sussurrando rápido, Wuxian pegou a mão do outro novamente enquanto todos olhavam para a entrada principal.

"Boa noite senhores. Peço desculpa pela truculência dos meus guardas. Para aqueles que ainda não me conhecem, eu sou o diretor." Um homem com um sorriso sarcástico e olhar frio entrou no recinto, caminhando tranquilamente entre aqueles dois corredores de presos que o olhavam com medo. "Vocês sabem que é um procedimento de rotina então se não devem nada, não tem por que temer. Não é Wei Wuxian?"

O Patriarca levantou os olhos e encarou o diretor com um sorriso estranho no rosto.

"Claro querido diretor. Tudo o que você quiser. Como você está? Faz tempo que não nos vemos, senti saudades..." Wuxian sorriu e piscou para o diretor que pareceu levemente envolvido no flerte do outro.

My PrisionerOnde histórias criam vida. Descubra agora