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Tranquilidade definia as semanas que se seguiram dentro da prisão. Exceto para Lan Wangji.

Ele se sentia tudo, menos tranquilo.

Logo que Xuanyu voltou, ele reassumiu seu lugar como o braço direito de Wuxian assim como Jiang Cheng era. Wuxian e o Jiang ainda não tinham feito as pazes, apenas conversando sobre coisas necessárias. Lan Zhan sabia que era por que ele e Wei Ying estavam juntos.

Ou algo parecido com isso.

Desde que tinham se acertado, Wangji (e Zixuan) faziam todas as suas refeições na mesa do Patriarca a pedido do próprio, mas o Lan já estava ficando incomodado em como as coisas estavam se desenrolando.

Xuanyu estava sempre pendurado em Wei Ying. Sempre o tocando, abraçando, beijando sua bochecha e rindo exageradamente, fazendo com que a atenção de Wuxian caísse sobre ele todo o tempo.

Wangji não gostava daquilo.

Ele não gostava como o Mo olhava para si com desdém e como olhava com adoração para o Patriarca. Ele não gostava como Wei Ying permitia todos aqueles toques e não se mostrava desconfortável.

Ele não gostava de não poder chegar perto de Wuxian na frente de outros e definitivamente ele não gostava de como aquilo o fazia se sentir.

Num dia, ao chegar no refeitório, Wangji viu o Mo sentado no colo do Patriarca enquanto ria de alguma piada dele. Wangji congelou com a visão e quando Wei Ying o notou e percebeu como Lan Zhan olhava para a cena, ele sorriu constrangido antes de tirar Xuanyu do seu colo disfarçadamente.

Foram poucas as vezes que Wuxian e Wangji conseguiram alguns momentos a sós naqueles dias e claro, sendo sempre de forma rápida, tensa e escondida, não conseguindo mais do que alguns beijos afoitos.

Bom, Lan Zhan tinha feito algumas tentativas de intensificar mais as coisas, mas a forma como Wuxian estava sempre com pressa e sempre parecia fugir dele, estava irritando-o profundamente.

Agora que eles estavam bem, Wangji queria conhecer o homem por quem estava apaixonado.

Ele queria conhecer Wei Ying. Não o Patriarca de Yiling.

Mas obviamente Wuxian dificultava muito as coisas já que eles não conseguiam sequer ficar próximos um do outro por mais do que alguns minutos. Era sempre a mesma coisa: Apenas as perguntas rotineiras de Wuxian. Uma checagem.

Você já se alimentou? Dormiu bem? Alguém intimidou você? Você precisa de algo?

E quando Wangji tomava a iniciativa de beijar Wuxian, a resposta para a última pergunta sempre queimava em sua garganta.

Eu preciso de você.

Mas claro, Wei Ying não dava chance para que Wangji dissesse algo antes de se afastar dele.

Entre a frustração e observar a dinâmica de Mo Xuanyu e Wei Wuxian, Wangji tentava verdadeiramente ser racional e maduro sobre aquilo. Ele tentava entender a relação que os outros dois presos tinham. Eles se conheciam há muito mais tempo. Eram amigos, Wei Ying se importava com Mo Xuanyu e Wangji deduzia que era recíproco.

Wei Ying já tinha dito que estava apaixonado por ele e eles tinham aquele acordo de exclusividade. Lan Zhan não tinha por que se preocupar e passava a maior parte do tempo repetindo aquilo para si mesmo.

Funcionava até o momento em que Wangji notava a forma que o Mo olhava para Wei Ying.

Seu Wei Ying.

E então, toda aquela racionalidade ia por água abaixo e Lan Zhan sentia-se fortemente inclinado a dar uma surra em Mo Xuanyu, até que aquele sorrisinho debochado que ele direcionava apenas para o Lan, sumisse do seu rosto idiota.

My PrisionerOnde histórias criam vida. Descubra agora